Sermão #11
Avivamento Pela Cruz
Texto Base Mateus 27:50-53
“Então Jesus clamando outra vez com grande voz,
entregou o espírito. Eis que o véu do santuário rasgou-se ao meio, de alto a
baixo, tremeu a terra, fenderam-se as rochas, os sepulcros se abriram, e os
corpos de muitos santos que dormiam, ressuscitaram.”
Introdução
Nestes últimos dias, estamos
enfrentando um terrível esfriamento espiritual dentro das variadas denominações
eclesiástica, vemos um crescimento numérico, mas com pouquíssimas conversões
genuínas, existem movimentos, mas não há avivamento, estamos em uma geração de
cristãos que não suportam a sã doutrina, onde o pecado não é tratado, mas
tolerado, acabamos perdemos a identidade cristocêntrica da igreja ao nos
conformarmos com este mundo e nos tornado como a igreja de Laodicéia, um povo
indiferente e autossuficiente, que ignora a presença de Deus, mas Jesus está
dizendo “Eu te conheço, eu conheço as tuas obras e sei que é miserável, pobre, cega
e nu. Repreendo aqueles que amo, portanto arrepende-te” (conf. Ap 3:14-22).
Necessitamos urgentemente de um avivamento, Jesus está batendo na porta, ouça a
voz do Espírito e abra o teu coração.
Restaurando o Altar
Um avivamento é uma obra única e
exclusivamente de Deus, mas para haver um derramamento do Espírito é necessário
restaurarmos o Altar do Senhor, antes do fogo cair no Monte Carmelo, o profeta
Elias teve que restaurar o Altar que estava em ruínas, e hoje vemos novamente
muitos altares a Baal sendo erguidos
enquanto o Altar do Senhor tem sido desprezado e negligenciado. Onde está o
Altar do Senhor? No Monte Calvário. O lugar que o Pai escolheu para oferecer
seu Filho Unigênito foi a Cruz, e Jesus nos chama para negarmos a nós mesmos,
tomarmos a nossa cruz e segui-lo (Mt 16:24), devemos ser “sacrifícios vivos,
santos e agradáveis a Deus” (Rm 12:1), nossa vida é um culto a Deus, e a vida
cristã começa na cruz, devemos nos centrar na mensagem da cruz, na verdade do
Evangelho, pois esse é o altar que tem sido abandonado. Elias derramou água no
altar antes de Deus derramar seu fogo, e fez uma marca delimitando em volta do
altar, essa água representa a Palavra, a mensagem da cruz, o Evangelho puro que
muitos pensam que vai apagar o fogo, mas ao contrário disso, ela é o
combustível de um verdadeiro avivamento e o delimitador para que o homem não extrapole
os propósitos de Deus.
Rasgando o véu
Antes de entregar o espírito e
morrer na cruz, Jesus deu brado de vitória que abalou toda a terra e o mundo
espiritual, ao proclamar: “Tetelestai. Está consumado”; esse tremor causou três
sinais, que vamos analisar como três estágios para um avivamento: o véu se
rasgou, as pedras se fenderam e os sepulcros se abriram, este processo só começa
quando estamos crucificados com Cristo. O primeiro sinal profético foi o rasgar
do véu, esse véu representava a separação causada pelo pecado, desde que Adão
caiu, ao ser expulso do Jardim do Éden, Deus bloqueou o acesso a árvore da vida
colocando querubins com espadas flamejantes na entrada do jardim, e tanto o
Tabernáculo como o Templo eram divididos e separados em três partes: átrio,
lugar santo e santo dos santos. No santo dos santos ficava a Arca da Aliança
representando a presença de Deus, neste lugar somente o sumo sacerdote entrava
uma vez por ano para oferecer a expiação anual pelos pecados do povo, então
quando Cristo rasga o véu do templo, apontava a reconciliação de Deus com o
homem, abrindo caminho para a presença de Deus por “um novo e vivo caminho, que
Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb 10:20), em um
Tabernáculo Celestial.
O acesso ao santo dos santos
está aberto, Deus rasgou o véu, mas o tabernáculo possuía dois véus, havia um
véu anterior, na entrada do lugar santo, esse véu não foi rasgado, e representa
o véu que nós devemos rasgar, é o véu que cobre o nosso coração, a nossa visão
espiritual (2 Co 3:14), e que necessita ser rasgado para contemplarmos a Glória
do Senhor, “rasgai o vosso coração e não as vossas vestes” (Jl 2:13), Deus quer
promover um transplante de coração em nós, “colocar um novo coração”(Ez
36:26-27), quando Cristo morreu na cruz e seu coração parou de bater Nele, este
coração começa a bater no cristão que experimenta o novo nascimento, sendo
necessário sua morte com Cristo na cruz, para uma nova vida que o levará para a
glória, em um caminho “inverso” ao de Cristo, que saiu da glória para a cruz, o
caminho a ser percorrido pelo cristão é o mesmo, mas começa na cruz ao ser
crucificado, passando por desertos, vias dolorosas e manjedouras para então ir
para a glória.—Que possamos clamar como Davi: “Cria em mim. Oh Deus, um coração
puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Sl 51:10).
Fender das rochas
O segundo sinal e estágio para
um avivamento foi visto no “Fender das rochas”, as pedras se partiram ao meio
como o véu do templo, indicando que a Rocha que é Cristo foi partida, a pedra
angular foi quebrada, a pedra de esquina foi rejeitada, e simbolizando também a
lei consumada por Jesus que era representada por duas tábuas de pedra, mas
assim como o véu era um obstáculo, podemos ver essas pedras partidas como
barreiras que foram rompidas por Cristo, pedras de tropeço que o inimigo tem
colocado no caminho da igreja tentando impedir um pleno avivamento. O Salmo
84:5 diz: “Bem aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontra
os caminhos aplanados”, ou seja, devemos ter corações limpos, na parábola do
semeador a semente que caiu no solo pedregoso não germinou e consequentemente
não produziu frutos, muitos corações estão cheios de pedras sendo incompatível
o transplante do coração de Cristo, é necessário aplanar e desentulhar esse
coração; Isaque prosperou em uma terra estrangeira, mas o patriarca teve que
desentulhar os poços que seu próprio pai Abraão havia cavado para achar água, já
que os filisteus haviam entulhado os poços com pedras, e continuaram a fazer
isso contra Isaque, mas ele não desistiu, continuou cavando, resultando na sobrevivência
de sua família em tempos de seca. – Temos que desentulhar todo o lixo que foi
colocado dentro da igreja, e continuar cavando nos mesmos poços de sempre, que
foram entulhados pelos filisteus modernos, pois o avivamento sempre foi
acompanhado de muita oração, quebrantamento, convicção de pecado e pregação do
genuíno evangelho, jorrando a água viva que está no mesmo lugar; em Cristo.
Abrindo os sepulcros
Jesus mostrou nos três sinais
após seu brado, a sua vitória sobre nossos três principais inimigos: ao rasgar
o véu da separação, mostrou a vitória sobre o pecado, ao fender as pedras,
mostrou a vitória sobre o diabo e ao abrir os sepulcros e ressuscitar os
mortos, mostrou a vitória sobre a morte. O terceiro sinal foi a abertura dos
sepulcros, Jesus disse para as irmãs de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, ainda que morra , viverá”, e depois de quatro dias que
Lázaro estava morto, Jesus ordenou aos discípulos em frente ao túmulo: “Retirai
a pedra”; notem que não foi Jesus ou um anjo que retirou a pedra, mas os
homens, com isso aprendemos que Deus quer nos ressuscitar espiritualmente e nos
avivar, mas ainda existe alguma pedra a ser removida, e não são entulhos e pedras
colocadas pelo inimigo, mas por nós mesmos, pela nossa carne. Devemos refletir
o que está impedindo que tenhamos mais comunhão com Deus, mais paixão pelas
almas, mais santidade, mais tempo e mais vida com Deus, muitos vivem presos no
mundo, no sistema babilônico, transformando a igreja em um vale de ossos secos,
essa foi visão que Ezequiel teve e a cena que o povo de Jerusalém viu após a
morte de Jesus, cemitérios com sepulcros abertos e centenas de corpos expostos.
– Assim como no vale de ossos secos. Surge a pergunta: “Será que esses ossos
secos podem tornar a viver?” Será que podemos crer em um avivamento para os
nossos dias tão tenebrosos? Jesus disse a Nicodemos: “O vento sopra onde ele
quer...”
Despertando dos mortos
A palavra mostra que “muitos
corpos de santos ressuscitaram”, não revelando quem seriam essas pessoas, mas
revelando que eram “santos”, indicando que Deus quer iniciar um avivamento por
aqueles que estão vivendo em santidade. Creio que existe um “remanescente santo”
espalhado pelo mundo e Deus está despertando esse remanescente para o
avivamento que virá, podemos ver a ilustração desse remanescente na pessoa do
jovem Samuel, sua mãe Ana o consagrou a Deus, representando ela a igreja
estéril (Is 54), que ora por um avivamento, e Samuel serviu a Deus mesmo em
meio a uma geração caída que profanava o Altar do Senhor, em “um tempo onde a
palavra era rara e as visões não eram frequentes” (1 Sm 3:1), até que depois de
muito tempo servindo e se santificando a Deus, ele foi despertado pela voz de
Deus, antes que a lâmpada de Deus se apagasse, Deus o chamou o menino:
“Samuel”, que se levantou para ser o primeiro profeta e decretar uma mudança
radical em Israel. – Deus está nos despertando, os túmulos estão abertos, o
Espírito Santo vai soprar como em Atos 2, as chuvas serôdias cairão (Jl 2:23),
Jesus está bradando: “Desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e [Eu
] te iluminarei” (Ef 5:14).
Conclusão
Preparem-se, restaurem o altar, rasguem
o coração, retirem as pedras do caminho, “congregai o povo, santificai a
congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos, os que mamam também, o
noivo e a noiva cessem as festas, chorem os sacerdotes e ministros do Senhor
entre a porta e o altar e orem: Poupa o teu povo ó Senhor... então, depois
disso, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, vossos filhos e filhas
profetizarão, os velhos terão sonhos e os jovens terão visões.” (Jl 2:16-17,28),
“Se o meu povo que se chama pelo meu nome se humilhar e orar, e me buscar e se
converter dos seus maus caminhos, então, ouvirei dos céus, perdoarei os seus
pecados e sararei a sua terra” (2 Cro 7:14).