terça-feira, 24 de outubro de 2017

Sermão #8 Eu Sou A Porta das Ovelhas









Série de Sermões Evangelho Segundo João
Sermão #8
Eu Sou A Porta das Ovelhas
Por Leandro Boer

Texo Base: João 10:7,9
 “Jesus, afirmou novamente: ‘Em verdade, em verdade vos digo: Eu Sou a porta das ovelhas... Eu Sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá, e achará pastagem.”


Introdução
Estamos em uma série de mensagens no Evangelho segundo escreveu o apóstolo João, e iremos refletir em mais uma declaração messiânica de Jesus como o “Eu Sou”. Como em todas as declarações, que ao total são sete, queremos mais uma vez ressaltar que Jesus não apenas declarava verbalmente quem Ele era, mas concretizava suas palavras através de sinais, que também são sete no evangelho de João.
Nesta mensagem, estaremos analisando a declaração parabólica de Jesus como sendo “a Porta da ovelhas” e refletindo paralelamente na cura do paralítico do tanque de Betesda, um homem que jazia a morte como uma ovelha abandonada e ferida, até que um dia uma porta de salvação se abriu.


Os apriscos
Jesus havia curado um cego de nascença e se declarado como sendo “A Luz do mundo” no capítulo nove, atraindo a ira dos fariseus pois tinha realizado a cura em um dia de sábado, e segundo eles,  Jesus estaria descumprindo a lei do descanso, mas a verdade é que eles rejeitavam Cristo e seu ministério, que visava libertar o povo do jugo da lei e do pecado.

O capítulo dez se inicia ainda sobre o contexto da discussão de Jesus com os fariseus, então o Mestre decide proclamar mais uma parábola, e utiliza a figura de um aprisco, para se declarar pastor e distinguir quem eram as suas ovelhas.

No contexto histórico e cultural da parábola Jesus se refere a dois tipos de aprisco de ovelhas; nos vilarejos e nas cidades haviam apriscos públicos onde todo o rebanho do vilarejo era guardado e misturado. Os pastores então retornavam à noite para as suas casas. Nestes apriscos havia uma porta de ferro, onde apenas o guarda, ou o porteiro, possuía a chave. Neste tipo de aprisco, os roubos eram mais comuns, os ladrões saltavam pelo cercado e roubavam as ovelhas sem passar pela porta. Mas Jesus diz que para o pastor das ovelhas, o porteiro abre a porta, pois ele não precisa escalar a cerca e o pastor então as conduz para fora do aprisco chamando as suas ovelhas pelo nome.
Essas ovelhas estão misturadas, mas reconhecem a voz do seu pastor e o seguem, Jesus diz que “de modo nenhum seguirão um estranho, antes elas fugirão por não reconhecer a sua voz” (Jo 10:5). Na primeira parte do capítulo Jesus se refere a esse tipo de aprisco.

A partir do versículo sete Jesus se refere a outro tipo de aprisco. Nas estações mais quentes as ovelhas saiam para as montanhas, elas não retornavam para o vilarejo, mas eram abrigadas a noite em um aprisco na própria montanha. Esse aprisco geralmente eram espaços abertos, cercados de pedras com uma única entrada. Mas não havia nenhum tipo de porta, acontecia que à noite o próprio pastor das ovelhas se deitava na entrada do aprisco após todas as ovelhas entrarem. Assim nenhuma ovelha poderia entrar ou sair, exceto se fosse por cima de seu corpo, em um sentido literal, o pastor era a porta das ovelhas neste tipo de aprisco.


A Porta
Assim sendo, Jesus declara: “Eu Sou a porta das ovelhas” (Jo 10:7), como sendo o pastor que cuida das ovelhas e ao mesmo tempo é “A Porta” do aprisco; Ele ainda acrescenta: “Se alguém entrar por mim, será salvo, entrará e saírá, e achará pastagem.” (Jo 10:9).

Mais uma vez, Cristo declara sua messianidade e divindade ao dizer “Eu Sou”, YHWH, o nome que Deus se apresentou a Moisés na sarça ardente (Ex 3:14). Jesus revela que Ele é a porta, sendo o único acesso, o único caminho através de quem a vida eterna é recebida (Jo 14:6), “ninguém vai ao Pai a não ser por Ele”. O acesso é por uma entrada única (Ef 2:18). Assim como Davi, que cuidava de ovelhas e matou um urso e um leão para protege-las, Jesus garante a salvação para  àqueles que entrarem por Ele. Essa salvação é proporcionada as ovelhas  que confiam no pastor (At 16:31/ Rm 10:9-10), podem aparecer ursos e leões, mas “ninguém pode nos arrebatar das mãos do nosso Pastor” (Jo 10:28-29).

Por outro lado, sempre existiram os falsos pastores, lobos em pele de cordeiro, Jesus os chama de “ladrões e salteadores” (Jo 10:8), se referindo aos falsos mestres que acabam desnutrindo e matando as ovelhas. Nesta declaração Jesus confronta os sacerdotes que oprimiam e sacrificavam o povo com as cargas da lei, despedaçando as ovelhas do aprisco de Israel (At 20:29/ 1 Pe 5:2). Jesus se apresenta como uma porta onde as ovelhas feridas podem entrar e encontrar cura, refúgio e alimento.


Betesda
Em Jerusalém havia um grande aprisco com muitas “ovelhas” feridas e a beira da morte, esse lugar era conhecido como Tanque de Betesda, que significa “casa de misericórdia”, onde muitos enfermos e rejeitados pela sociedade se aglomeravam em torno do tanque a espera de um milagre.
Existia uma crença na época, onde diziam que um anjo passava de tempos em tempos naquele lugar e agitava as águas do tanque, e o primeiro que entrasse na água agitada seria curado de qualquer doença que tivesse (Jo 5:4).
Deitado a beira do tanque havia um homem que esperava ser curado à trinta e oito anos de sua paralizia. Jesus foi a Jerusalém para uma grande festa religiosa, o templo estava lotado, e todos que chegavam na cidade entravam pela Porta Dourada, ou pela Porta Formosa (At 3).Esta porta dava de frente com o templo.
 haviam ao todo doze portas em Jerusalém, e uma dessas portas era nos fundos do templo sendo a entrada dos animais para o sacrifício no templo, era a Porta das Ovelhas, uma porta estreita. O lugar cheirava mal e era a porta mais rejeitada para se entrar na cidade por que ficava ao lado do Tanque de Betesda, onde lavavam os animais e utilizavam a água para rituais de purificação.


Levanta-te
Naquele dia de festa, enquanto todos os religiosos festejavam no templo, Jesus decide contornar os muros da cidade e passar por aquele tanque. Ele foi ao encontro daqueles que clamavam por misericórdia, “Ele viu a angústia do seu povo e com eles ficou angustiado” (Is 63:9).
No meio da multidão, Jesus parou em frente aquele homem que estava esperando a cura havia trinta e oito anos. Jesus não enxergou apenas a necessidade física daquele homem, mas em sua onisciência, enxergou a alma abatida e angustiada que ele possuia. Então lhe perguntou: “Queres ser curado?” (Jo 5:6), a resposta parecia óbvia, mas Jesus queria ouvir o que realmente havia no coração daquele homem e qual era a sua verdadeira necessidade.
O paralitico respondeu: “Eu não tenho ninguém...que me ponha no tanque” (Jo 5:7). O homem admitiu que queria ser curado, mas antes da cura fisica, ele revela a necessidade de cura para sua alma, ao confessar sua solidão e abandono, ele estava dizendo: “Eu não consigo sozinho, sou uma ovelha desprezada, marginalizada, estou quase desistindo”.
Assim como aquele homem, muitos estão pensando em parar, em desistir, estão cansados e desanimados pois não enxergam mudanças em suas vidas. Algumas áreas estão paralizadas, e os esforços próprios não são suficientes, apenas Deus pode abrir uma porta de renovo, de resgate, de refúgio  para uma ovelha cansada e ferida.
Naquele dia, aquele homem enxergou uma grande porta aberta em sua frente, Jesus estendeu a mão e lhe disse: “Levanta-te, toma o teu leito e anda” (Jo 5:8), a Palavra que sai da boca de Deus tem poder para salvar, “a porta que Deus abre, ninguém fechará, e quando Ele fecha, ninguém abrirá” (Ap 3:7).

Entrando na Porta
Assim como aquele homem que estava morrendo a beira de um tanque fétido, nós estávamos mortos em nossos pecados. Estávamos condenados, mas Deus nos buscou. Éramos ovelhas perdidas, Deus “nos amou primeiro”.
O homem que fora curado, saiu correndo da beira do tanque com o leito nas mãos, e se encontrou com Jesus no templo depois, para ouvir uma mensagem que o confrontou: “Você foi salvo, vai e não peques mais para não te acontecer coisa pior”.
 Jesus estava dizendo: “Pior do que ficar trinta e oito anos paralizado a beira de um tanque é passar a eternidade no inferno”. A pior doença que existe é o pecado, mas Jesus com seu sangue nos purifica de todo o pecado. Ele é o cordeiro que morreu no lugar das suas ovelhas. Para nos dar vida, e vida com abundância (Jo 10:10).


 Conclusão
Devemos ressaltar que uma porta tem dupla função: deixar entrar ou impedir a entrada. Na parábola das bodas Jesus admitiu a entrada das cinco virgens prudentes, mas impediu que as cinco néscias entrassem (Mt 25:10). portanto, “se ouvires a voz do Pastor chamar, não endureçam o vosso coração”, não sejais negligentes, ovelhas rebeldes, a porta de salvação esta aberta, mas ela vai se fechar. Decida entrar hoje pela Porta da Graça, pois somente em Cristo encontramos “pastagem”, descanso para as nossas almas.

Podemos “entrar e sair” por esta porta, entrando e encontrando “pastos verdejantes e águas tranquilas” (Sl 23:2-5), saindo para servir e trazer outras ovelhas famintas para o grande aprisco espiritual em Jesus Cristo.

sábado, 2 de setembro de 2017

Sermão #7 Maravilhosa Graça



Série de Sermões
Evangelho Segundo João
Sermão #7 Maravilhosa Graça
Por Rafael Henrique

Texto Base: João 1:16-17
“Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça. Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo”.


Introdução
 Vamos nos aprofundar em um tema que nos alivia de todo o peso posto pela religião. Mesmo sendo cristãos muitas vezes nos tornamos religiosos colocando fardos de jejuns, moralidade e religiosidade nas liturgias do culto gerando assim um peso sobre nós ao tentarmos ter méritos na salvação. A graça vem nos aliviar de tudo o que acumulamos sobre nossos ombros. Seja inundado pela maravilhosa graça!


Graça
 O assunto que permeará a nossa mensagem é a graça do Senhor Jesus Cristo. A Palavra graça vem do grego “charis” e quer dizer “Favor imerecido”, no caso da salvação, que é o nosso assunto, significa “Atitude de Deus em enviar salvação a pecadores que não merecem”, é o mesmo termo usado por Jesus em Mt 15:25 “Aborreceram-me ‘sem motivo’...” Creio que os leitores concordam que não houve motivo algum para Cristo ser odiado, afinal de contas, Jesus só espalhou amor por onde Ele passou. O termo “sem motivo” tem o mesmo significado de “de graça”, ou seja, assim como Cristo foi odiado sem que Ele desse motivo, nós fomos salvos sem dar motivos para ser alcançados.
Portanto a graça de Jesus é o favor imerecido em nos salvar sem mérito algum. Em sua geração Jesus traz uma graça que gera escanda-lo a todos os religiosos que comtemplam Jesus salvando os mais marginalizados sem que eles mereçam porquanto “a graça veio por intermédio de Jesus Cristo”.

A lei foi dada por intermédio de Moises  (João 1:17)
Este versículo traz verdades imensuráveis a respeito da graça, porque antes de entendê-la precisamos conhecer o seu contraste em relação a lei. Moisés recebeu a lei moral no monte, mais conhecida como “os mandamentos”. Portanto Moisés foi o mediador da lei, ou seja, ele foi usado por Deus para trazer a lei ao povo.
 Esta lei perfeita foi quebrada pela humanidade caída que não consegue cumprir os mandamentos de Deus. De acordo com Romanos 3:19-20 a lei tem a função de trazer a culpa de todos os homens a tona, também nos ensina que a lei não pode salvar nenhum homem. Da mesma forma a carta de Paulo aos Romanos 8:3 diz que a lei estava enferma pela carne, isso quer dizer que o homem carnal não consegue de forma alguma cumprir esta lei.
 Mas o mais grandioso deste versículo é que esta Lei foi dada para preparo da vinda da graça de Jesus Cristo. Galatas 3:24 diz: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados”. No primeiro século havia escravos conquistados de outros países que possuíam um grau elevado de conhecimento. Estes escravos ficavam encarregados de cuidar e ensinar os filhos dos seus senhores até estes alcançar a maioridade, ou seja, era um professor ou pedagogo. Este tipo de serviço era feito pelo Aio.
Portanto de acordo com este texto a lei nos serviu de aio para nos conduzir até Cristo, deste modo a lei serviu para nos mostrar que somos totalmente depravados e sem esperança de salvação por meio da lei, quando chegamos a este entendimento que a lei nos dá, como consequência nos achegamos a Cristo em arrependimento, pedindo salvação por meio da graça.
Se não conseguimos ser salvos por não conseguir cumprir a lei de Deus, se nossos esforços contra a lei são vãos, o único meio de irmos para o céu é por meio da graça, isso mesmo! Só se Deus nos salvar de graça! A saber, sem méritos.


A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo (João 1:17)
O Deus que escolheu Moises para trazer a lei, que nos conduziriam até a graça, é o mesmo que nos traz a graça “por meio de Jesus Cristo”. Acima de tudo a graça começou no trono de Deus Pai, em Romanos 3:24 e 25 diz que Deus propôs no sangue de Jesus a salvação por meio da Sua graça. Diante disso Deus é que manifesta a graça e Jesus é o mediador dela.


Uma graça que não foi barata
Quando falamos que a única saída é Deus nos salvar de graça, para algumas pessoas isso sua como se fosse assim: “Deus simplesmente fingi que eu não pequei e me salva”, outros dizem que por ser de graça não tem valor algum. Isso se dá porque em nossa cultura tudo o que é de graça não possui qualidade e o que é caro este sim tem verdadeiro valor. Uma ilustração que define bem isso é a diferença entre o telefone público e o celular de três mil reais, ambos, no quesito fazer ligações, possuem a mesma função. Só que um é de graça, portanto não possui valor. Já o outro é muito valorizado, pois é caro e poucos podem ter. Isso é uma verdade sobre os aparelhos telefônicos, mas não sobre a salvação, pois é de graça para nós, porém custou caro a Jesus Cristo.
Em Romanos 3:24 diz: “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”.  A palavra redenção segundo Martyn Lloyd Jones significa obtenção de uma libertação mediante ao pagamento de preço de resgate. O carro mais caro do mundo em 2013 foi o LykanHypersport que custava 7,05 Milhões. Escute isso meu irmão! O preço deste carro juntamente com as maiores riquezas do mundo não se compara ao valor da graça! A graça foi o bem comprado na terra que custou mais caro do que qualquer outra coisa na história, Ela custo o Filho Unigênito do Pai. 1 Pedro 1:17-18 “Porquanto, estais cientes de que não foi mediante valores perecíveis como a prata e o ouro que fostes resgatados do vosso modo de vida vazio e sem sentido, legado por vossos antepassados. Mas fostes resgatados pelo precioso sangue de Cristo, como de Cordeiro sem mácula ou defeito algum, conhecido, de fato, antes da criação do mundo, porém revelado nestes últimos tempos em vosso favor”.
Jesus não veio somente para anunciar a salvação, Ele veio nos salvar. O Filho de Deus não veio simplesmente pregar sobre graça, Ele veio derramar graça sobre nós. Cristo Não veio argumentar sobre libertação Ele veio nos libertar da escravidão do pecado e da condenação da Lei cumprindo a Lei e sendo punido pela Lei, nos libertando e abrindo um caminho de graça para nós. Louvado seja o nome do Senhor!


Senhor
A palavra senhor no mundo antigo não tem o mesmo significado que temos hoje. Em nossos dias chamamos de senhor aqueles que nós respeitamos como os nossos pais por exemplo. Na época de Jesus um dos significados de senhor era a forma de chamar o dono do escravo, ou seja, o escravo chamava seu dono de senhor. Quando chamamos Jesus de Senhor não é por mero respeito, mas sim porque Ele nos comprou da nossa escravidão do pecado e agora Ele é o nosso dono.
Tomemos posse desta graça e nos acheguemos a Jesus para sermos salvos mediante a sua graça.


Conclusão

Quando somos expostos a esta “Maravilhosa Graça” o que nos resta é humilharmos perante Jesus o Senhor da graça a fim de que ela nos inunde transformando nosso coração perverso. Que Ele tire o coração de pedra e ponha um coração de carne. Que Ele nos de óleo de alegria em lugar do luto. Que Ele nos tire das trevas e nos leve a luz. Que ele tire a morte e ponha vida. Que Ele nos mate a fome e a sede nos saciando. Em fim de que haja Vida eterna no lugar de morte eterna.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Sermão #6 Eu Sou a luz do mundo


 

Série de Sermões 
O Evangelho segundo João
Sermão #6
Eu Sou a luz do mundo
Por Leandro Boer

Texto Base: “Falando novamente ao povo, Jesus disse: ‘Eu sou a luz do mundo’; Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
(João 8:12)

Introdução
  Continuando a nossa série de mensagens no Evangelho segundo João, em João capítulo 6, Jesus faz sua primeira declaração, de um total de sete, utilizando o termo divino “Eu Sou”, dizendo: “Eu Sou o Pão da Vida, o que vem a mim jamais terá fome, e o que crê em mim, jamais terá sede” (Jo 6:35), e junto a essa declaração de reivindicação divina, Ele realiza o primeiro milagre, também de um total de sete no evangelho de João, multiplicando os pães e peixes, como sinal para comprovar as suas palavras.
 Nesta mensagem, meditaremos em sua segunda declaração, onde Jesus afirma: “Eu Sou a Luz do mundo”. Logo em seguida Ele comprova esta verdade, curando um homem cego de nascença no capítulo 9. Mostrando que Ele veio para abrir os nossos olhos, da nossa cegueira espiritual e iluminar a nossa mente obscurecida pelo pecado. Pois “Ele é a verdadeira luz, que vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (Jo 1:9), Jesus Cristo é a fonte de luz que no princípio da criação decretou: “Haja luz” (Gn 1:3).

Rios de águas vivas
  Jesus estava em Jerusalém na Festa dos Tabernáculos que durava oito dias, celebrando a graciosa provisão dada por Deus aos israelitas durante os quarenta anos no deserto.
A festa era realizada ao término da colheita anual, havia um cerimonial de águas correntes, para lembrar a água que brotou da rocha e saciou o povo no deserto.
Os sacerdotes marchavam pela cidade em procissão carregando vasos dourados do templo, cantando Salmos 113 ao 118 acompanhados de címbalos e trombetas, e enchiam esses vasos com água do tanque de Siloé e no último dia da festa eles derramavam essas águas no altar e essas desciam as escadarias do templo.
  No último e grande dia da festa, Jesus se apresenta como a verdadeira “rocha ferida” (1 Co 10:4), e declara: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a escritura, do seu interior fluirão rios de águas vivas” (Jo 7:37-38).
 O povo no deserto matou a sua sede na água da rocha ferida por Moisés, e Cristo foi ferido na cruz do Calvário onde liberou água do seu lado, referindo-se ao Espírito Santo que Ele derramaria sobre os sedentos.
 Uma grande discussão começou na cidade entre os fariseus que reprovavam Jesus e os judeus que passaram a crer em suas palavras.

Luz do mundo
  O capítulo 8 de João nos informa que Jesus ficou a noite toda orando no Monte das Oliveiras, desse monte era possível contemplar um grande candelabro aceso no templo durante as noites de festa dos tabernáculos. Os judeus caminhando na cidade com suas lâmpadas nas mãos, remetendo à coluna de fogo que aquecia os israelitas no deserto, naquela mesma noite as luzes da festa se apagaram enquanto Jesus orava no monte.
 Pela manhã Jesus foi direto ao templo e enquanto ensinava a palavra, os religiosos surgiram com uma mulher apanhada em adultério. Ela foi jogada aos pés de Jesus para ser julgada segundo a lei, onde dizia que ela deveria ser apedrejada. Mas o Mestre mostra o evangelho da graça: “Aquele que não tem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra contra ela” (Jo 8:7).
 Todos se sentem acusados em suas consciências e a mulher então é liberta. O único que não tinha pecado na multidão era Jesus, que lhe diz: “eu não te condeno, vai e não peques mais” (Jo 8:11). Aquela mulher que estava nas trevas do pecado, encontra a luz.
Enquanto todos se perguntavam quem era aquele homem, Jesus então decide declarar mais uma faceta de sua identidade: “Eu Sou a Luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8:12).
  O termo “phos” que Jesus usou para luz, era muito conhecido de todos que o ouvia, e significava “tornar a verdade manifesta”. Aos fariseus que começaram a questiona-lo, Jesus diz: “conhecereis a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8:32).
Essa luz não apenas revela e liberta, mas Jesus se apresenta como a luz que “dá a vida”, assim como os raios do Sol que realizam o processo de fotossíntese dando vida as plantas, à luz de Cristo brilha em nossos corações dissipando as trevas, para “andarmos na luz”, pois Jesus disse: “vós sois a luz do mundo” (Mt 5:13).

Eu Sou
  Os fariseus começaram novamente a desacreditar de suas palavras, alegando que Ele testemunhava de si mesmo, ao que Jesus disse: “Na lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro; Eu testifico de mim mesmo e o Pai que me enviou também testifica de mim” (Jo 8:17-18).
 Os fariseus entenderam mal a reivindicação de Jesus, pois pensaram que Ele se referia ao seu pai terreno; aquela cegueira dos fariseus em relação a Jesus mostra que eles conheciam a lei, mas não tinham o conhecimento de Deus. Então Cristo sentencia o fim deles e de grande parte da humanidade: “Se não credes que ‘Eu Sou’, morrereis em vossos pecados” (Jo 8:24), e Jesus continuou a profetizar: “Quando levantardes os Filho do homem, então sabereis que ‘Eu Sou’, e que nada faço por mim mesmo, mas falo o que o Pai me ensinou” (Jo 8:28), ao anunciar essa mensagem da cruz, “muitos creram” (Jo 8:30).
  Os fariseus acirraram a discussão em torno da filiação de Jesus, dizendo: “Somos filhos de Abraão... não somos bastardos” (Jo 8:39,41), sugerindo sarcasticamente que Jesus era filho ilegítimo, ao que o Mestre revela que eles estavam nas trevas da ignorância e do erro, dizendo: “Vós sois filhos do diabo” (Jo 8:44), por causa das mentiras que afirmavam. Nisso os fariseus blasfemaram e disseram que Jesus estava possuído por demônios.
 Jesus decide aumentar o nível de revelação e diz: “Se alguém guardar a minha palavra, não provará a morte eternamente” (Jo 8:51), estendendo sua promessa para além da vida terrena e reivindicando novamente a sua estatura divina. Ao que os fariseus reagiram apelando para a figura patriarcal do “pai da fé”: “És maior que o nosso pai Abraão, que morreu?”, e Jesus encerra a discussão com a sua maior declaração afirmando sua divindade: “Em verdade, em verdade, antes que Abraão existisse, Eu Sou”; ao dizer isso Jesus quase foi apedrejado no templo, então se ocultou por um tempo, mas voltaria para provar as suas palavras naquele mesmo dia.

O cego de nascença
  Caminhado pela cidade naquele dia de sábado junto de seus discípulos, Jesus parou em frente a um homem que estava no chão, um cego de nascença conhecido na cidade. Aquele homem nasceu cego, cresceu cego, não sabia ler ou escrever, tinha sua família, mas era considerado um inútil pela sociedade judaica. Que o apontava como sendo castigado por seus pecados e os pecados de seus antepassados. Existia a chamada “maldição hereditária” entre eles, que julgavam as pessoas que tinham qualquer tipo de doença.
  Jesus enxergou aquele homem, algo que a multidão ignorava, enxergou sua vida na escuridão, enquanto todos enxergavam apenas seus pecados, os próprios discípulos utilizaram o olhar de julgamento: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?” (Jo 9:2).
 Jesus o tratou na sua individualidade e na sua necessidade, respondendo: “Nem ele pecou, nem seus pais, mas foi assim para que se manifestassem nele, as obras de Deus” (Jo 9:3). Cristo veio para mostrar a nossa cegueira espiritual, para mostrar que “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3:23), acabamos herdando o pecado de Adão para que em nós se manifestassem as obras de Deus.
  Surpreendentemente, Jesus cuspiu na terra, e tendo feito lodo com sua saliva, aplicou nos olhos do cego, e disse: “Vai-te ao tanque de Siloé”, aquele homem conhecia bem o caminho mesmo sendo cego, mas naquele dia deve ter tropeçado ou quase se perdido, tamanha a pressa de se lavar, e quando chegou ao tanque e se lavou, começou a enxergar pela primeira vez na sua vida.
 Deus transformou suas trevas em luz (Sl 18:28), e enquanto glorificava a Deus o cercaram para perguntar: “Como os teus olhos foram abertos?”, ao que ele sorrindo respondeu: “Foi o homem chamado Jesus” (Jo 9:11).

Sujeira nos olhos
  Muito se discute sobre a necessidade do “lodo” que Jesus fez com sua própria saliva. Enquanto meditava nessa palavra o Espírito Santo me revelou algo muito simples de se entender: aquele lodo representa a sujeira que nos impede de enxergar, é o pecado que cegou os nossos olhos espirituais, e que necessitam do “lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3:5).
Neste caso foi representado pelas águas do tanque de Siloé, mostrando a necessidade de se lavar e se purificar do pecado; o barro produzido pelas mãos de Jesus aponta para nossa fragilidade e dependência de Deus porque viemos do “pó da terra”, fomos moldados pelas mãos do próprio Deus.
 Por outro lado, Jesus queria atingir os fariseus com aquele ato, pois não queriam enxergar a verdade por causa da sujeira que havia em seus corações, esta verdade é em relação ao agir do diabo no mundo espiritual, da qual o apóstolo Paulo adverte: “O deus deste século, cegou o entendimento dos incrédulos, a fim de que não vejam a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4:4).
  Aquele que fora cego, por ter sido curado em um dia de sábado, pois na lei não deveriam fazer nenhum tipo de trabalho, o levaram ao templo a fim de interrogá-lo, pois queriam provas contra Jesus de alguma forma. Mas aquele homem estava tão convicto, que mesmo correndo risco de morte perante os implacáveis fariseus, testemunhou o seu milagre diante do povo e das autoridades, declarando ainda que Jesus era um enviado de Deus: “Sabemos há muito tempo, desde que há mundo, jamais se ouviu, que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença; se este homem não fosse de Deus, nada poderia ter feito” (Jo 9:34).
 Os fariseus, cegos de entendimento espiritual, ficaram tão contrariados que o expulsaram do templo.

A face de Cristo
  Fora do templo, o homem curado deve ter procurado Jesus por todos os lados, aquele que o libertou das trevas merecia um abraço de agradecimento, mas o próprio Jesus decidiu se encontrar com aquele que fora cego, e olhando nos seus olhos lhe perguntou: “Crês tu no Filho do Homem?”, ele então disse: “Quem é Senhor, para que eu nele creia?”, e Jesus respondeu: “Você o está vendo agora, é o que fala contigo”, o homem se ajoelhou aos pés de Jesus e disse: “Creio Senhor, e o adorou” (Jo 9:35-38), por que reconheceu que Ele não era um homem comum a ser abraçado, mas o próprio Deus que deveria ser adorado.
  Naquele dia, aquele que nasceu cego, contemplou a Glória de Deus na face de Jesus, seus olhos abriram e seu coração recebeu a luz do amor de Deus. Como Paulo diz: “Porquanto foi Deus quem ordenou; ’Das trevas resplandeça a luz! ’, pois Ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo” (2 Co 4:6).

Conclusão
  Jesus veio ao mundo para abrir os nossos olhos, e devemos pedir a Ele que remova toda a sujeira que nos impede de enxergar a sua face, infelizmente muitos permanecem perdidos nas trevas, cegos espiritualmente, mesmo com a verdade em sua frente. A respeito desses, Jesus profetizou: “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos” (Jo 9:39).

 Que uma vez iluminados pela luz do Evangelho da Glória de Deus, possamos ser “luz do mundo” (Mt 5:13), declarando: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? (Sl 27:1), e levar essa luz ao mundo que jaz nas trevas e no medo, pois “Deus é luz e Nele não há trevas alguma, se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade, se porém,andarmos na luz, como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1:5-7).
“No céu, não haverá noite, nem necessitarão das luzes do candeeiro, nem da luz do Sol, pois o Senhor os iluminará, e eles reinarão para todo o sempre” (Ap 22:5).

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Sermão #5 A Missão do Espírito Santo




Curta Aviva-nos

Série de sermões Evangelho Segundo João
Sermão #5
A Missão do Espírito Santo
Por Rafael Henrique


Texto Base João 16:7-11
“Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em mim; Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.”


Introdução
 Somos ministros de Cristo, e fomos chamados para pregar o seu santo evangelho, porém não estamos sós. O Espírito Santo ajudador está conosco nesta grande obra de implantar o reino de Deus na terra.


O mundo jaz no maligno
No texto que estamos meditando (Jo 16:8) diz que o outro consolador “convencerá o mundo”, a ideia de mundo apresentada neste texto traz uma concepção de sistema, ou seja, um sistema mundano. O que a Bíblia diz deste sistema? Entre muitas verdades ela diz que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo 12:31), Este mundo está morto no maligno, 1 Jo 5:19 “Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o Maligno”. Em 1 João 2:14-17 diz: Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” Este texto nos diz claramente que todo o tipo de pecado e corrupção pertencem a este sistema mundano e todo aquele que ama estas coisas o Amor do Pai não está nele e aquele que obedece a corrupção está condenado pois é citado como aquele que não permanece para sempre.


Eu Venci o Mundo
Este Consolador que Jesus diz que enviaria da parte do Pai é o Espírito Santo. Espírito que tem a missão de aplicar a salvação aos corações dos perdidos. No contexto desta passagem Jesus está prestes a ser entregue nas mãos dos Judeus, que iriam o crucificar. Diante deste quadro Jesus começa a explicar para os discípulos que o novo reino era chegado e que eles não faziam parte deste mundo.
 Vemos claro o intuito de Jesus em separar os discípulos do mundo, vemos isto desde o capitulo 14 de João, no qual este sermão começa. Em João 14:2 Jesus afirma que existe um lugar preparado para os discípulos habitarem juntamente com Ele. Em João 14:17 diz que o “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”. A verdade revelada neste texto é que o mundo não pode conhecer o Espírito Santo e nem o ver, mas os discípulos que agora são a igreja viva terão comunhão com o Espírito Santo. Outra verdade que não devemos deixar de enfatizar é que o Espírito Santo habita nos membros do corpo de Cristo e não no mundo (João 14:17). O texto segue dizendo que o mundo nunca mais verá Jesus nesta vida, mas nós a igreja o veremos, porque Ele não nos deixará órfãos (João 14:18). Então Jesus diz que a paz que Ele dá é diferente da do mundo (João 14:27), isso porque a paz dele excede todo o entendimento (Filipenses 4:7). No versículo 30 do mesmo capitulo Jesus diz que vem aí o príncipe deste mundo; e ele nada tem em mim. Jesus estava falando do Diabo que é príncipe deste mundo e senhor de todos os que estão debaixo de seu domínio que são aqueles que não estão em Cristo, como diz o texto de 1 Jo 3:7:  “Aquele que vive habitualmente no pecado é do Diabo, pois o Diabo peca desde o princípio. Para isto, o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo”.


 O capítulo 15 segue a mesma ideia, para deixar claro Jesus se campara a videira verdadeira e nós, a igreja, Ele compara aos ramos desta videira, segue o texto: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15:5), a mensagem é que se estamos no mundo estamos fora da videira e se não darmos frutos seremos cortados e lançados no fogo junto com o mundo, mas se estamos ligados na videira, logo nos encontramos separados do mundo, em condição de vida eterna. Jesus explica no versículo 19 do mesmo capitulo que os discípulos não são do mundo e que o mundo vai odiar qualquer um que seguir a Cristo.


 Neste quadro de perseguição é que começa o capítulo 16 no qual Jesus explica que o mundo vai persegui-los dizendo estar adorando a Deus com tal ato. Jesus conclui o capítulo 16 com uma frase extraordinária: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. Jesus já tinha declarado vitória sobre este mundo perverso antes mesmo de morrer na Cruz. Este mundo no qual tem por príncipe o Diabo Jesus venceu e nos dá a vitória pelo seu sangue.
 Para encerrar este panorama, no capítulo 17 Jesus ora pela igreja e não pelo mundo “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (João 17:9).


Convencerá o mundo
 Diante desta perspectiva em relação ao contexto do sermão de Jesus, fica muito claro que o Cristo quis dizer com a frase: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (Jo 16:8). Neste texto em si, o Espírito convencerá o mundo e não a igreja, a igreja será usada como testemunha desta verdade, ou seja, a igreja é a evidencia que o poder transformador do Espírito Santo é real, como diz o texto: “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio” (João 15:26,27).


 Nós somos a luz do mundo e o sal da terra (Mt 5:13-16), nós vamos trazer luz a este mundo juntamente com o Espírito Santo que nos tirou do mundo  e nos fez verdadeiras testemunhas do Evangelho de Jesus Cristo.


Convencerá do Pecado porque não creem em mim
 O fato de não crer em Jesus é a essência do pecado que leva a condenação, já que a salvação vem pela graça por meio da Fé, conforme Ef 2:8 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Portanto a vida eterna pertence aqueles que conhecem ao Deus Pai como único Deus e ao filho a quem o Pai enviou (Jo 17:3). Diante destas verdades aquele que não crê no Filho de Deus está em estado de condenação, conforme João 3:18 “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”.


 O Espírito Santo é o agente que gera fé nos corações dos incrédulos para que estes venham converter-se de seus maus caminhos e crer no salvador de suas almas. A salvação não é por obras da Lei e sim pela fé em Jesus Cristo. Em Romanos 3:28 diz: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”, este texto está convencendo a igreja de Roma que as obras são insuficientes para alcançar salvação e que o sangue de Cristo juntamente com a sua graça é suficiente para salvar.



 Crer em Deus é muito mais do que ouvimos falar por aí, pois muitos creem em uma fé mística dizendo: “Tenho muita fé... Tenho Deus no meu coração...”. Quando na verdade o fato de falarem que creem não mudou nada em suas vidas. Quando de fato temos a fé salvífica gerada pelo Espírito Santo abrimos mão do pecado e passamos a viver uma vida regenerada rumo a salvação. “Ninguém pode dizer que crê em Cristo e continuar da mesma forma”.



Convencerá da Justiça porque vou para meu Pai
João 16:10,11 “Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais”
Jesus veio a este mundo para saciar a justiça de Deus. A justiça de Deus era punir os pecadores e condená-los ao inferno, pelo fato de Deus ser santo e não corrupto. Jesus veio a este mundo oferecer a sua vida em nosso lugar e assim saciar a justiça do Pai. O fato de Jesus morrer naquele madeiro demonstra que Deus fez juízo ao pecado e justificou o pecador. Em Romanos 3:25,26 nos mostra claramente esta doutrina “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”. Em suma, o texto está dizendo que o sangue de Jesus saciou o Pai e agora este mesmo Jesus nos perdoa e nos justifica, ou seja, somos legalmente justos diante de Deus, por meio da justiça de Jesus colocada em nossa conta.


 O Espírito Santo convence o mundo de seus pecados, esta verdade os deixa em total desespero diante da condenação no trono de Deus. Mas este mesmo Espírito não para por aí, Ele convence que Jesus é nosso mediador diante do Pai. Logo temos acesso ao perdão dos pecados por meio do sangue de Cristo, quando Deus nos perdoa com base na obra de Jesus na cruz do calvário imputando justiça aos pecadores e assim levando-os a salvação.


 Convencerá do Juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. João 16:11
 Haverá um Juízo no grande trono branco quando Jesus voltar e neste dia o príncipe deste mundo juntamente com todo aquele que pertence ao seu reino serão lançados no fogo eterno. O interessante neste texto é que o príncipe deste mundo já está julgado no tempo presente, fazendo uma ligação ao texto de João 3:18 que diz: “O que não Crê já está julgado”, chegamos a ideia real do texto de que o Espírito convence este mundo que eles estão em um estado de condenação juntamente com o seu senhor “O príncipe deste mundo”.


 Por outro lado o Espírito Santo convence o mundo do triunfo de Jesus sobre o diabo e que Jesus está disposto salvar as almas perdidas de forma a transporta-las ao seu reino de amor. Em 1 João 3:8 diz “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo”. A ideia do texto é que Jesus desfez todas as obras do diabo inclusive o fato de sermos escravos dele, portanto o Espírito Santo diz ao mundo que Jesus veio desfazer a obra do Diabo e dar vida e vida em abundância a todo aquele que crê.



Conclusão

O Espírito Santo convence este mundo que jaz no maligno do pecado gerando fé no sacrifício de Cristo que nos deu acesso ao perdão. Este mesmo Espírito convence o mundo da justiça dizendo que Jesus saciou a justiça do Pai e nos deu acesso a Ele pela Graça a fim de torna-los justos e leva-los a salvação. O Espírito da verdade convence este mundo condenado dizendo que existe libertação do reino das trevas para o reino do seu Filho amado, pois Jesus se manifestou para destruir as obras do Diabo.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Sermão #4 Eu Sou o Pão da Vida








Série de Sermões
Evangelho Segundo João

Sermão #4 Eu Sou o Pão da Vida
Por Leandro Boer


Texto Base Jo 6:35
 “Declarou-lhes, pois, Jesus: EU SOU o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome, e o que crê em mim jamais terá sede.”

Introdução

  As três maiores necessidades do corpo humano são: o ar, a água e o alimento. O homem pode viver alguns minutos sem o ar, pode sobreviver uma semana sem a água e cerca de quarenta dias sem o alimento, e no evangelho segundo João, Jesus promete satisfazer essas três necessidades de forma espiritual, no terceiro capítulo Ele fala do fôlego ou vento do Espírito, sem a qual o homem não pode nascer de novo e ter vida eterna; no quarto capítulo Jesus falou a mulher samaritana sobre a água viva pela qual ela poderia ter a plena satisfação e viver para sempre; e no sexto capítulo, Ele se apresenta como o alimento para satisfazer a fome mais profunda da humanidade, a fome espiritual, da qual somente Jesus pode saciar.
  Este é o primeiro texto de um total de sete, onde vamos expor as sete declarações de Jesus no evangelho segundo João, onde Ele diz: EU SOU; e a sua primeira declaração foi: EU SOU o Pão da Vida, e João nos mostra algo maravilhoso aliado a essas sete declarações, o seu evangelho contém sete sinais, ou milagres chaves, para provar as sete declarações, veremos que ao dizer “Eu Sou o Pão da Vida”, Ele comprovou suas palavras ao multiplicar os pães e peixes; ao dizer Eu Sou a Luz do mundo, Ele curou um cego de nascença; ao declarar Eu Sou a Ressurreição e a Vida, Jesus ressuscitou a Lázaro, e assim por diante.
  Eu não sei onde você se encontra lendo este texto, mas que este lugar se transforme em uma sarça ardente e Deus se revele de uma maneira poderosa a você, na pessoa de Jesus Cristo se apresentando como o grande Eu Sou.

Filho De Deus

  O propósito de evangelho de João é revelar Deus na pessoa de Jesus Cristo, gerando a fé salvífica no Filho de Deus (Jo 3:18), ao aplicar a sua justiça e o seu amor sacrifical para conosco na cruz; Jesus, portanto, morreu por amor, para cumprir com o propósito eterno de Deus, mas por que os homens decidiram matá-lo? A sua sentença de morte é pronunciada em João 19:7: “Segundo a lei, ele deve morrer, por que a si mesmo se fez Filho de Deus”. Jesus foi morto por declarar a sua divindade, isto é muito claro no evangelho, primeiramente por tratar Deus como seu “Pai”, reivindicando uma relação íntima, de unidade com Deus; Ele disse a Maria Madalena, “Subo para meu Pai e vosso Pai”, indicando que não era possível colocar a relação no mesmo nível, se fosse assim, Ele teria dito: “Subo para o nosso Pai”. Ele também interpretou a sua missão a luz da figura do servo sofredor, descrito na parte final do livro de Isaías, quando disse na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, por que o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos mansos, enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos cativos” (Is 61:1/ ver Lc 4:17-21); o próprio Simão Pedro foi usado pelo Espírito Santo para confessar Jesus como o Cristo, o messias tão aguardado (Mt 16:16).
  Jesus assumiu o título de “Filho do Homem”, preferindo referir-se a si mesmo com este título messiânico, derivado originalmente de uma das visões do profeta Daniel, mas aceitou ser reconhecido como o “Filho de Deus”; também um título messiânico extraído do Salmos 2:7. Quando Jesus foi desafiado pelo sumo sacerdote, que lhe perguntou em seu julgamento: “Conjuro-te pelo Deus vivo, que nos diga se tu és o Cristo, o Filho de Deus”, Jesus lhe respondeu: “EU SOU, e vereis o Filho do Homem assentado a direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu” (Mt 26:62-63), o interessante é que Jesus confirma sua natureza divina e humana em sua resposta.

Eu Sou

  No final do capítulo oito do evangelho de João, Jesus fez uma declaração muito direta e explícita de sua divindade, em uma controvérsia com os judeus, eles exclamaram: “És maior do que o nosso pai Abraão?”, e Jesus respondeu: “Vosso pai Abraão alegrou-se por ver o meu dia”, e os judeus ficaram mais perplexos: “Ainda não tens cinquenta anos e viste a Abraão?”, ao que Jesus foi ousado: “Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8:58), ao que apanharam pedras para apedrejá-lo. A lei de Moisés estabelecia o apedrejamento como punição para blasfêmia; a primeira vista alguém poderia se perguntar o que havia de blasfemo nas palavras de Jesus? Vemos que Ele afirmou sim ter vivido antes de Abraão, aliás, dizia com frequência que havia “descido do céu”, que era “enviado” pelo Pai, mas afirmações deste tipo foram toleradas, mas quando Ele disse “EU SOU”, declarou mais do que sua eternidade, afirmou a sua divindade, pois “EU SOU” é o título divino pelo qual Deus se revelou a Moisés na sarça ardente (Ex 3:14), quando Jesus tomou para si este título divino, os judeus consideraram uma afronta passível de morte.
  Além das declarações diretas e explicitas, Jesus afirmava a sua divindade indiretamente, através do ato de perdoar pecados, quando concedia “vida” as pessoas, ao ensinar a “verdade” e ao anunciar o “julgamento” ao mundo. Jesus não ficava apenas nas palavras, que já seriam suficientes, pois o poder está nas palavras, mas dramatizava suas declarações através dos “sinais”, milagres que Ele realizava para comprovar suas palavras; os milagres nunca foram para chamar a atenção ou realizados como exibição de poder, mas podemos dizer que eram representações visuais de suas palavras. A declaração “Eu Sou”, é vista vinte e três vezes nos evangelhos, João nos apresenta sete delas, relacionando-as aos sete sinais de seu evangelho.

O Pão da Vida

Em João 6, Jesus realiza o milagre da multiplicação dos pães e peixes, Jesus usa um jovenzinho com cinco pães e dois peixinhos para abençoar o povo, com o pouco que tinha Ele alimentou mais de cinco mil pessoas famintas, que ficaram saciadas e ainda sobraram doze cestos cheios de pães. Demonstrando assim o seu amor e preocupação com o povo e levantando pessoas para usar em sua obra. No outro dia, a multidão retornou ao Senhor, ansiosa por outra demonstração de poder que os beneficiaria, e Jesus sabia que eles estavam interessados apenas no material, em suas necessidades imediatas, eles não estavam satisfeitos, portanto não possuíam a satisfação verdadeira em suas almas, então Jesus resolve oferecer o alimento que supriria e os satisfaria pela vida eterna, assim como Ele tinha dado a água viva para suprir a sede espiritual da samaritana que buscava água no poço, Ele declara para a multidão: “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna” (Jo 6:27), o povo então, acostumado a viver pelas obras, pergunta que obras fazer para adquirir aquele alimento, ao que Jesus apresenta a salvação pela graça mediante a fé, respondendo: “A obra de Deus é crer naquele que Ele enviou” (Jo 6:29), eles então pediram um sinal para crer nas palavras de Jesus, mas assim como os pais deles viram e comeram o “maná”, considerado o “pão do céu” que descia no deserto, da mesma forma, eles ainda digeriam os pães da multiplicação em seus estômagos e continuavam incrédulos, insatisfeitos e logo estariam murmurando como o povo que morreu no deserto sem entrar na terra prometida.
  O maná, apesar de ser fruto da provisão divina, era um alimento natural, que durante quarenta anos sustentou Israel no deserto; toda a manhã o povo recolhia uma espécie de pão que caia do céu e forrava o deserto como orvalho, e para que as gerações futuras tivessem uma prova daquele sustento milagroso, Deus ordenou a Moisés que enchesse um pote de ouro com um “gômer” do maná, cerca de 3,7 litros, e enquanto o maná que não era comido logo apodrecia, milagrosamente o maná colocado dentro do pote de ouro e posteriormente colocado dentro da Arca da Aliança, este não se estragava (Ex 16:33-35), apontando para o verdadeiro maná espiritual que não perece.
   Jesus então declara: “Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu” (Jo 6:32), o povo entendeu que assim como tinham comido do pão da multiplicação, Jesus poderia dar esse pão do céu para eles pegarem nas mãos e comerem, começaram a clamar : “Dá-nos sempre desse pão” (Jo 6:31), ao que Jesus bradou: “Eu Sou o Pão da Vida, aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede” (Jo 6:35).

Partindo o pão

  No oriente, o pão, na sua forma mais simples, feito de farinha de trigo, era o principal e mais básico alimento do povo, não era como hoje, usado apenas no café da manhã, mas era visto em todas as refeições que faziam, o próprio termo “pão” se tornou sinônimo de comida em geral, em Gênesis 3:19, Deus disse a Adão: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão”; no sermão da montanha, Jesus ensinou a orar pedindo “o pão nosso de cada dia” (Mt 6:11), revelando a nossa necessidade diária e constante não somente do pão que alimenta o corpo físico, mas do pão que alimenta o corpo espiritual.
   Jesus nasceu em Belém, que significa “casa do pão”, na região havia uma vasta plantação de trigo, elemento principal do pão, o próprio Jesus se comparou ao “grão de trigo, que caindo na terra, deve morrer para produzir frutos” (Jo 12:24). Antes de ser comido, existe um processo na preparação do pão, a sua massa é golpeada e amassada, e depois vai para o fogo, em Israel faziam os pães asmos, que não tinham fermento, O “Pão da Vida” foi golpeado, amassado, “ao Senhor agradou môe-lo” (Is 53:10), tomou o fermento do nosso pecado e enfrentou o fogo da ira divina na cruz, o pão do céu foi rasgado no Calvário.
  Hoje, a igreja se reúne para cear, e “comer a sua carne e beber o seu sangue”, já que em sua encarnação, Jesus se tornou carne, e em sua morte na cruz, o seu sangue foi vertido, comer a carne e beber do sangue, representa se apropriar pela fé, daquilo que sua vida e sua morte nos tornou possível, a vida eterna.

Rejeitando o pão

  Os judeus começaram a murmurar e dizer: “Não é este Jesus, filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos, como, pois diz ele, ‘Desci do céu’?” (Jo 6:42), ao que Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo, que se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos; Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia; por que a minha carne verdadeiramente é comida e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e Eu nele” (Jo 6:53-56), essas palavras foram tão fortes que a multidão e muitos dos seus discípulos, começaram a dizer: “Dura é esta mensagem, quem pode ouvi-la, quem pode suporta-la?” (Jo 6:60). Naquele dia, a multidão se retirou e muitos dos seus discípulos abandonaram a Cristo, então Jesus falou aos doze: “Quereis vós também se retirar?”
     No mundo atual o que vale é agradar a todos, o importante é que todos saiam satisfeitos, ofender a alguém, não se pode, contrariar as opiniões e os pensamentos dos outros, não se deve; mas um dia, um homem chamado Jesus, contrariando os pensamentos e as opiniões da maioria se apresentou e disse algo que fez com que muitos se sentissem ofendidos e escandalizados, Ele disse: "Eu sou o caminho, eu sou a verdade e a vida", Ele disse" Ninguém vai ao Pai a não ser por mim, a não ser através de mim." (João 14:6), Ele disse: “Eu sou o pão da vida, o pão que dá a vida, o pão que desceu do céu." (João 6:48-51).
   Ele disse ser o filho de Deus e dizendo isto foi mais chocante, Ele disse ser Deus (João 14:9-11) , portanto todos deveriam se submeter a Ele e ao seu senhorio, deveriam se arrepender de uma vida rebelde e se dedicar por inteiro a Ele e somente a Ele. (Efésios 1:20-22). Como disse o Pastor Juliano Son, em uma de suas pregações: “Ele foi crucificado porque ofendeu muita, mas muita gente”; Jesus foi crucificado porque muitos se sentiram ofendidos, muitos se sentiram contrariados, muitos discípulos o abandonaram porque Jesus não era como eles queriam que Ele fosse, muitos discípulos, por acharem duras e ofensivas demais as palavras do Senhor, por causa dessas palavras, deixaram de seguir o Senhor, rejeitaram o Pão da Vida.
  E hoje também, existem aqueles que não seguem ao Senhor porque  o que Ele diz parece ser duro demais, escandaloso demais; estes não querem compromisso algum de verdade, e parecem dizer: "Olha Jesus, se eu tiver que ir além e se você me disser algo que contraria a minha opinião, eu tô fora, tudo bem?"
   Mas o Senhor não se mostrou nem um pouco abalado com a deserção de muitos, Ele não disse: "Não, por favor não me abandonem, Ok, eu mudo o conteúdo. Eu exagerei um pouco, eu admito, eu vou pegar mais leve, eu prometo". Não, Ele não se abalou, Ele ainda se virou aos doze discípulos, os que eram verdadeiramente os seus discípulos e disse: "E vocês? Vocês não querem ir embora não?" (João 6:67), Pedro então se levantou cheio da graça e do conhecimento de Deus, e disse: "Para onde iremos? Para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna." (João 6:68-69).
  
Comendo o Pão

    O diabo tentou Jesus a transformar pedras em pães, após 40 dias de jejum, ao que Jesus respondeu: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4:4), semelhantemente, Israel ficou 40 anos no deserto sendo provada, mas diferente do povo que se alimentava de um Maná físico, Jesus ensina que o nosso alimento é a palavra de Deus, que gera vida e vida com abundância.
  O lado prático da mensagem de Jesus como o Pão de Deus, é que essa satisfação não deve ser simplesmente para o nosso alívio pessoal e individual, ao dizer: “Daí-lhes de comer”, Jesus revela que não devemos nos alimentar sozinhos, mas sermos instrumentos para repartir desse pão com aqueles que como nós, estão com “fome e sede de justiça”.
  Em Mateus 15, uma mulher Cananéia perseguiu Jesus e insistiu rogando por sua filha que estava terrivelmente endemoninhada, ao que Jesus surpreendentemente respondeu: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lança-los aos cachorrinhos”, provavelmente Jesus se utilizou de um termo que os judeus usavam para se referir aos gentios como “cães”, e Jesus não foi meramente irônico, mas queria ensinar algo aos seus discípulos que pediram para ele desprezar e despedir aquela pobre mulher que estava faminta e pedindo pelo “pão da vida”, Jesus conhecia a fé daquela mulher; ela lhe respondeu: “os cachorrinhos comem das migalhas que os seus donos deixam cair da mesa”, aquela mulher estava dizendo: “EU ACEITO AS MIGALHAS”, a filha dela foi curada e Jesus disse: “Mulher, grande é a tua fé”.
  Na ceia do Senhor, simbolicamente, você toma uma migalha do pão para comer, e semelhantemente uma simples “migalha” do Pão da Vida, pode nos proporcionar algo além da nossa limitada compreensão e expectativas, além das nossas capacidades finitas, pois o poder desse pão é infinito, ao se alimentar dele, somos saciados eternamente. Eu creio que um dia, no céu, serei servido na mesa do Senhor, pelo próprio Senhor, com um pão que não perece, com um Maná celestial que está escondido dentro da Arca da Aliança, esta é uma promessa de Deus aos vitoriosos com Cristo (Ap 2:17).

Conclusão

  “Bem-aventurados os que não se escandalizam com a palavra do Senhor! Felizes são aqueles que encontram doçura em suas palavras porque elas são vida em eternidade. Na verdade, a dureza não está nas palavras do Senhor, mas nos corações daqueles que a ouvem, não é a palavra que é amarga, mas é a boca que experimenta que está cheia de amargura; e com as suas palavras o Senhor, na verdade, separa aqueles que são daqueles que não são seus verdadeiros seguidores.
  Enquanto não custava nada seguir a Jesus, os falsos discípulos caminhavam com Ele, enquanto Jesus realizava muitos milagres, enquanto o Senhor alimentava multidões e ressuscitava os mortos, enquanto Ele parecia ter muito favores a distribuir. Ele era aceito e celebrado, só enquanto tudo que Jesus parecia ser não confrontava a opinião geral, enquanto tudo que Jesus parecia ser não incomodava a vida de ninguém, Ele era aceito por estes falsos discípulos, apenas interessados em se dar bem. Mas aqueles que creem que Ele é o Santo de Deus, aqueles que creem que Ele é Deus, se interessam por aquilo que Ele tem a dizer e não se ofendem e não se escandalizam e se submetem, porque creem que as Suas palavras, são palavras de vida eterna”. Juliano Son


“Jesus é para a alma o que o pão é para o corpo, Ele alimenta e sustenta nossa vida espiritual” (Matthew Henry).