sexta-feira, 29 de abril de 2016

Sermão # 4 Do Éden ao Gólgota





Sermão # 4 
Do Éden ao Gólgota
Por Rafael Henrique
Texto Base Gálatas 4:4,5
 “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.”


Introdução

 *"A sigla AT quer dizer Antigo Testamento"

Os Discípulos estão andando na estrada a caminho de Emaus abatidos por ter visto o seu Mestre ser massacrado pelos romanos, vemos o quadro do desespero, da dor e da decepção. Jesus ressurreto ao encontra-los começou a expor o que o AT falava a respeito dEle e de como Ele teria que padecer, no evangelho segundo Lucas 24:27 diz  “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.,” diante de tanto desespero e dor da parte dos discípulos esta foi a maneira de Jesus consola-los. Por que Ele escolheu esta forma? Porque não conseguimos entender todo aquele massacre violento e sanguinário se não analisarmos o que tinha sido escrito a respeito, dessa forma o intuito de Jesus era mostrar que de acordo com o AT a crucificação era necessária. “E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24:25)


Do Éden
O ponta pé inicial para a manifestação da Obra salvífica de Cristo começou no jardim do Éden, pois lá que o pecado e a morte foi inserida no mundo através de Adão, mas mesmo diante do pecado do homem Deus já tinha o plano de salvação programado e este plano foi posto em ação dali em diante como diz em 1 Pedro 1:20  “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;”, este texto está falando de Jesus e toda a história é a preparação para sua vinda.


Preparação para a vinda do Messias
 De que forma o AT prepara a vinda do Messias?
O Antigo Testamento prepara a chegada do Messias trazendo uma lei moral e mostrando na história como os seres humanos pereceram tentando cumprir esta lei, ou seja, a lei de Moises dada ao povo não os salvaram, antes, mostrou o quanto são pecadores, Aí entra a função da lei e dos profetas que mostra a perfeição daquele que Deus mandaria para ser o único perfeito e o único que consegue cumpri-la. Como Jesus podia mostrar sua diferença da humanidade? Cumprindo o AT, a lei! Como diz Rm 3:31 Anulamos a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes a estabelecemos! Sem lei não há santidade e nem pecado e muito menos graça.


O Sacrifício ineficaz
A obra de Cristo é tão extraordinária que vemos a perfeição de Jesus tanto na imperfeição dos homens quanto na ineficácia dos sacrifícios de expiação, vamos a eles!


Em Hebreus 10:1-8 nos mostra como o sacrifício feito no Antigo Testamento era imperfeito, pois era a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, portanto, era a sombra do que aconteceria com Cristo na plenitude dos tempos.


O sacrifício deveria ser oferecido todos os Anos (Hb 10:1) isso mostra o quanto era falho, pois se fosse satisfatório não precisaria ser feito varias vezes, além disso, o Sumo Sacerdote era imperfeito, pois ele tinha que oferecer sacrifícios pelo povo e por ele mesmo.  (Hb 10:2)
O sangue dos animais também era imperfeito, pois não podia tirar os pecados do povo então os sacrifícios eram oferecidos e o povo continuava em iniquidade aborrecendo o Santo de Israel. (Hb 10:4)
 Diante de tanta impotência nos sacrifícios, Deus começou a se aborrecer e se irar com eles, pois não eram agradáveis, o povo acabara de oferecer sacrifícios e voltava para a iniquidade, voltavam a adorar outros deuses.


Jesus no Getsêmani
 Enquanto se agonizava no Getsêmani vendo a ira de Deus que cairia sobre Ele, Jesus disse: “Seja feita a sua vontade”.


Por isso que o escritor dos Hebreus escreveu em Hb 10:8-9 que Deus não se agradou com os sacrifícios do povo e disse “Eis aqui venho, para fazer ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.” Este era Jesus dizendo no Getsêmani para Deus fazer a vontade dEle e sacrificar o seu próprio filho a fim de tirar o primeiro que era imperfeito por ser baseado em sangue de animais e estabelecer o segundo que é feito no sangue precioso e imaculado de Cristo, por isso, acima de tudo, no Gólgota Jesus estava apresentando a sua perfeição e santidade diante de Deus, agradando o pai em obediência e cumprindo tudo o que estava no primeiro para então estabelecer o segundo que é feito no seu sangue.


Ao Gólgota
 Então naquela Cruz foi pendurado o Cordeiro inocente, Santo e Imaculado, no lugar de pessoas traidoras, imundas, depravadas totalmente. Esse é o choque! Jesus agonizando em uma cruz para perdoar pecadores.
Quanto Amor! Quanto Amor! Quanto Amor!


Jesus é o sacrifício perfeito e satisfatório, pois Ele foi oferecido uma vez por todas, isso mostra quão poderoso foi (Hb10: 12). Ele é a oferta perfeita, já que por uma só oferta aperfeiçoou os santos para sempre (Hb 10:14), além disso Ele é o Grande Sumo Sacerdote que não precisa oferecer sacrifícios por Ele mesmo, pois é Santo e assim como o Sumo Sacerdote teria que sair vivo do Santo dos Santos mostrando que Deus tinha recebido a oferta, Jesus oferece a sua vida e sai vivo do Santuário. Isso é extraordinário! Por fim Jesus alcança a remissão dos perdidos mediante o seu sangue derramado, pois onde há remissão não precisa mais de sacrifício anual, pois o perdão foi alcançado e os pecados lançados no esquecimento e por fim a lei colocada nos corações através do Espírito Santo. (Hb 10:14-18)


Conclusão

 Sem o Antigo Testamento seria impossível entender tão grande salvação, por isso Gálatas 4:4,5 diz “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” Existe um processo até que tudo esteja pleno e este processo é o Antigo testamento que nos trouxe o Filho de Deus!

Por Rafael Henrique

terça-feira, 26 de abril de 2016

Sermão # 3 A Glória da Cruz








Sermão # 3
A Glória da Cruz

Texto Base Gálatas  6.14
 Longe de mim esteja gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”


Introdução

  Quando falamos de glória, humanamente falando, o que nos vem à mente é a conquista, é atingir o ponto mais alto do pódio, é chegar ao local do reconhecimento, dos aplausos, que seria o lugar da glória humana, e quando olhamos para a cruz como o local que Jesus sempre almejou e buscou para ser reconhecido, não conseguimos enxergar glória, o momento da crucificação de Jesus foi o momento mais doloroso e mais baixo de toda a sua humilhação, na cruz Ele foi considerado maldito, o Calvário era um lugar de vergonha e não se parecia em nada com um pódio, mas se tivermos uma visão bíblica e espiritual como Paulo, a cruz de Cristo poderá ser vista como um pódio e o único lugar onde podemos nos gloriar.



O caminho para a Glória

  O apóstolo João inicia seu evangelho apresentando “o verbo que se fez carne” e diz “(...) e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14), referindo-se a Jesus quando se esvaziou da sua glória ao nascer na manjedoura e quando revelou essa glória na sua transfiguração, mas o evangelho de João também se refere à morte de Jesus como “a hora da sua glorificação”, sendo a cruz o meio para o qual Ele e o Pai seriam supremamente glorificados, em João 12:23, Jesus diz: “chegou a hora em que o Filho do Homem será glorificado”, e prossegue falando sobre o grão de trigo que deveria morrer, depois em João 13:31, Ele diz: “agora o Filho do Homem é glorificado e Deus é glorificado Nele”, logo depois de Judas sair da ceia para entregá-lo à morte, e em João 17:1, Ele diz na oração sacerdotal: “Pai, é chegada a hora; glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique”, saindo logo depois para o Getsêmani onde seria preso e levado á cruz, nessas três passagens, Jesus se referia a sua crucificação e morte revelando que o caminho para sua glória era a cruz do Calvário.



A Glória revelada na cruz

  A morte de Cristo foi tanto uma propiciação como uma expiação pelo pecado, propiciação significa desviar a ira através da oferta, a ira da Deus foi satisfeita, sua justiça é cumprida através do sacrifício, e pela sua expiação nossos pecados são removidos de nós, a expiação satisfaz tanto as demandas do Pai como as necessidades do povo de Cristo, esse fato de conseguir tal transação dupla através de uma só pessoa em um só evento é uma tremenda prova de glória eterna. A nossa glória está na cruz, pois quando Jesus se rende à morte muitos foram ressuscitados e saíram dos túmulos, apontando para nossa nova vida a partir da cruz, a nossa glória está na cruz,  porque o homem foi glorificado no Filho de Deus, no sentido de que agora o fator humano está inserido na própria trindade, quando Jesus retorna a sua glória como um Rei vitorioso da batalha e adentra os portais eternos com as chaves da morte e do inferno nas mãos, os seres angelicais perguntam “Quem é esse o Rei da Glória?”(Sl 24), por que Ele retorna como homem, imaginem o homem em Cristo assentando no trono da glória. Jesus deixou os portais abertos, o véu foi rasgado , e Jesus disse “Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz” (Mt 16:24), indicando que a cruz não é o estágio final a ser atingido pelo cristão, mas o inicio, o meio e o fim, a cruz é a porta para a glória.


A esperança da Glória

  Jesus disse que assim como foi odiado e perseguido, também seus discípulos o seriam, sendo o sofrimento uma dádiva de Deus ao seu povo, nos levando a se parecer cada vez mais com Jesus, não somente sofrendo “como” Cristo, mas “com” Cristo, e o que nos faz suportar a cruz é “a esperança da glória” (Rm 5:2) levando Paulo a se gloriar nas próprias tribulações. Hebreus 12:2 diz que Cristo foi sustentado em suas tribulações “(...) pela alegria que lhe estava proposta, suportando a cruz e desprezando a vergonha (...)” enxergando além da dor e do sofrimento e vislumbrando da cruz a nossa glória. E qual é a nossa glória? Ser como Cristo, conforme a sua imagem e semelhança perfeitamente recriada em nós, por que haveremos de vê-lo como Ele é, e seremos seus espelhos, sendo semelhantes primeiro em seu sofrimento também o seremos na glória para o qual Ele nos criou.


Conclusão


  Ao mesmo tempo, não em um mesmo relacionamento, a cruz está como o “nadir”, o ponto mais baixo da história, e como o “zênite”, o ponto mais alto da glória divina; tragédia e vitória, escândalo e honra, derrota e triunfo, vergonha e consideração; Paulo compreendeu a ironia da cruz, ao dizer que “se gloriava na cruz de Cristo” (Gl 6:14), em algumas traduções está o termo “gabar-se”, por que ao olhar para a cruz, Paulo se orgulhava de não enxergar apenas Cristo, mas a sua própria crucificação e morte e a do mundo.

Por Leandro B. Boer 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Sermão # 2 Cristo, Poder de Deus para salvação!





Sermão # 2 
Cristo, Poder de Deus para salvação!

Texto Base: 1 Coríntios 1: 23,24
“Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.”


Introdução:
 Neste sermão vamos entender melhor como que os Judeus e os romanos viam a cruz, e compreender como que Deus fez tudo ao contrário do que o povo daquela cultura esperava.


Loucura para os Gregos
 A Crucificação era um método usado pelos greco-romanos para executar um réu, este meio de punição, segundo historiadores se estabeleceu desde o séc. I d. C.. Os romanos matavam a vitima pregando seus punhos e seus pés e pendurando-a na cruz para que todos vessem o que acontece com quem era contra as leis de Cezar. O maior intuito deste tipo de punição era mostrar horror ao povo que via. Também impor respeito aos romanos, mostrando sinal de superioridade sobre os escravos. Alguns dos homens crucificados desciam da cruz, para que isso não acontecesse os romanos quebravam as suas pernas então o réu morria por asfixia por conta de sua posição na cruz, ou para que a vitima tivesse uma morte sangrenta e cruel eles perfuravam seu coração com uma lança.


 Para os Gregos era loucura crer em Jesus porque ele foi crucificado em uma cruz, eles não acreditavam em um salvador que se fez réu e morreu. A ressurreição para alguns pensadores gregos também era loucura, já que acreditavam que quando morremos somos libertos do corpo e somos dotados de toda a inteligência, diante disso a ressurreição para eles era um retrocesso.


Escândalo para os Judeus
 Para os Judeus era Escandaloso dizer que Jesus era o Cristo que eles tanto esperavam, pois eles estavam na espera de alguém que iria estabelecer o reino de Israel e os libertar da escravidão romana, além do mais morrer pendurado em um madeiro era sinal de maldição.


Os Judeus esperavam os sinais de um messias que os libertariam por isso eles pedem sinal, como diz o texto de 1 Co 1:22, mas o sinal do Messias não era libertação politica e sim libertação do reino das trevas, porém eles rejeitaram a pedra que se tornou principal.


Paradoxos de Deus
 Paradoxo é uma declaração que a primeira vista é contraditória, mas revela as verdades a cerca de Deus, vamos citar alguns exemplos: Deus diz que exalta o humilhado e abate o orgulhoso, da mesma forma Jesus se fez o menor dos servos e recebeu o nome que é a cima de todo o nome, o paradoxo aqui é a mesma coisa que Jesus falou aos discípulos, se você quer ser o maior seja o menor, Jesus se fez servo e pecado e se tornou o maior no reino de Deus, a sua humilhação foi até a cruz e a morte, porém sua exaltação foi sobremaneira.


Deus quebra todas essas ideias da época e se faz carne abitando entre nós. Jesus não vem como os gregos queriam e nem como os Judeus esperavam, Ele vem como homem, e morre na cruz transformando a cruz que era maldição e loucura em benção, sabedoria de Deus e salvação.


Os Gregos de hoje
 Hoje em dia vemos desde teólogos, pregadores até cientistas dos mais céticos tentando explicar Deus através da natureza, do sistema solar entre outras coisas criadas.


 Martinho Lutero chama este tipo de conhecimento de “Teologia da Glória” onde as descobertas do ser humano só geram orgulho em seus corações e não arrependimento, pois o intuito da Cruz é levar homens a entender que são pó e não inteligentes. É loucura para os Gregos, pois a cada descoberta que o grego faz isso gera glória e troféus, mas o conhecimento de Deus gera arrependimento e humilhação.


Os que pedem sinal
Vemos pessoas hoje em dia como os Judeus que viviam pedindo sinal, assim como Felipe disse para Jesus “mostra-nos o pai”, Nicodemos que falou que os sinais que Jesus mostrava curando enfermos era um sinal que ele vinha de Deus ou até mesmo o ladrão da cruz que diz “Se você é filho de Deus salva a ti mesmo e a nós”. As denominações estão cheias de pessoas assim que vivem pedindo sinal para Deus mostrar que as ama, pede para Deus curar para mostrar que “Deus é em suas vidas”.


O maior sinal Deus já deu, foi a resposta de Jesus a Nicodemos, Ele enviou o seu filho para morrer por pessoas como nós, vis e traidoras, Segundo Mark Shaw “Na cruz Deus se torna um retrato apropriado da humanidade como ela verdadeiramente é; fraca e impotente sobre o julgamento da morte.” Este é o sinal!! Arrependimento e perdão!!!


Teologia da Cruz
 Martinho Lutero então começa a pensar que só entenderemos os atributos de Deus se nós olharmos para a cruz de Cristo, este pensamento passou a ser chamado de “Teologia da Cruz”, pois a “Loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que a dos homens.” (1 Co 1:25), tudo para que “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”


Você entende? Não existe gloria para os homens e sim tudo para Deus é por isso que Paulo diz que se gloria na Cruz de Cristo, e esta Teologia busca entender os atributos de Deus, aqueles que Ele nos fez conhecer, através da Cruz de Cristo, através de sua humilhação nos mostrando quão grandiosíssima salvação veio sobre aqueles que creem.


Conclusão:
 Na Cruz você vê o amor de Deus, sua Ira, sua Justiça, a Salvação, sua santidade, sua imutabilidade, sua onipotência e todos os Seus insondáveis atributos.

Da mesma forma mostra nossa vergonha, impotência, nossos pecados e nossa dependência total de Deus.

Diante disso. A Cruz tem gerado constrangimento e arrependimento em você? Ou tem causado indiferença?

A Cruz além de ser o centro da Teologia é o centro do universo.




Por Rafael Henrique.

domingo, 17 de abril de 2016

Sermão # 1: Cristo Se Fez Pecado






Sermão # 1 
Cristo Se Fez Pecado 
 Por Leandro B. Boer

 Curta aviva-nosCurta aviva-nos


Leia o Sermão # 2

Texto Base 2 Co 5:21
“Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5:21)


Introdução

  Para entender como Cristo tomou e pagou os nossos pecados na cruz e como pecadores ímpios podem ser salvos precisamos estudar a doutrina da imputação, numa forma simplificada, imputar significa “colocar na conta de”, “atribuir a”, ou seja, é lançar algo na conta de alguém, atribuir alguma coisa a uma pessoa, judicialmente é a base para recompensa e punição. Podemos ilustrar essa doutrina quando Paulo pede a Filemon para que se reconcilie com Onésimo e para isso aceita que a dívida deste seja lançada em sua própria conta (Fm 18). O conceito está relacionado a três grandes verdades teológicas: o pecado original, a expiação e a justificação, estando fortemente ligada a reconciliação entre Deus e o homem.


A imputação do pecado de Adão a nós
  O pecado original foi imputado a todos os descendentes de Adão, na Queda o homem perdeu sua retidão original e a culpa foi transmitida hereditariamente levando todos a nascerem pecadores condenados, a teologia reformada chama essa transferência de imputação imediata, afirmando a depravação total do homem, outras linhas teológicas ensinam a imputação mediata, afirmando que o pecado surge individualmente em cada ser humano por escolha própria, para Armínio o homem não nascia inocente, mas também não nascia depravado totalmente tendo luz na consciência para anular a influência da depravação herdada, já Pelágio acreditava que como Deus criava cada ser individualmente todos nasciam inocentes e imaculados.
  

Paulo escreve que “por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5:12), esclarecendo que o pecado foi imputado a toda a raça humana, “pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores”, este homem representou a todos, por isso que “todos morrem em Adão” (1 Co 15:22).


A imputação dos nossos pecados a Cristo
  O Senhor Jesus nasceu livre da culpa pelo pecado de Adão devido sua concepção sobrenatural, e durante toda sua vida nunca pecou, “Aquele que não conheceu pecado” morreu como nosso substituto, Deus “O fez pecado por nós, para que fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5:21), Cristo estava “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça”(1 Pe 2:24), pois “o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is 53:6). O termo imputação é tipificado no Velho Testamento pelo bode expiatório (Lv 16:21-22), onde mostra a iniquidade de todos sendo transferida pela imposição das mãos do sumo sacerdote a um bode que era abandonado no deserto. Cristo não conheceu o pecado que conhecemos tão bem, ao tomar nossos pecados Ele não se tornou pecador, a imputação é um termo jurídico, uma sentença, então ele conheceu a terrível punição pelos nossos pecados, quando nossos pecados foram imputados Nele, Jesus tomou o cálice da ira de Deus, foi moído, castigado e abandonado naquela cruz, não por um Pai carrasco, mas por um Deus que nos amou de tal maneira que deu seu filho único para perecer na cruz, filho esse, que se entregou voluntariamente por amor a nós.


A imputação da justiça de Cristo a nós
  De Gênesis a Apocalipse a Bíblia ensina que a condição do pecador é a de “um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3:17 /Gn 3:7). Diante da expectativa de encontrar-se com Deus, sua reação instintiva é de vestir-se de justiça própria, mas o Senhor considera “todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Is 64:6) somente quando Deus nos veste com Sua justiça podemos dizer “regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas jóias” (Is 66:10) e este vestir de Deus vem a nós por imputação. A imputação da satisfação de Cristo é a base da justificação pela graça mediante a fé, o pagamento de Cristo pelos pecados é imputado a nós, de forma que não precisamos mais pagar pelos nossos pecados. Os injustos são considerados justos sobre o fundamento de sua fé, e como a justa satisfação de Cristo é imputada imediatamente aos crentes, sem que nenhuma justiça esteja presente neles ou qualquer satisfação seja feita por eles antes da imputação, então a imputação do pecado também deve ser imediata. A imputação da retidão de Cristo ao crente é o tema do quarto capítulo de Romanos, além de outras passagens. 

Pela Sua vida de perfeita obediência, Jesus é chamado de “o Santo e Justo” (At 3:14). Jesus viveu uma vida santa não apenas para Si, “mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rm 4:24-25). É somente por causa da justiça de Cristo a nós atribuída, que poderemos naquele dia, ser apresentados “imaculados diante da sua glória” (Jd 24). Aliás, em qualquer momento, nós somente podemos ficar em pé na presença de Deus por causa da justiça que Cristo atribuiu a nós pela Sua morte sacrificial em nosso favor.


Conclusão
  A doutrina da imputação nos leva a três implicações básicas: A primeira, é que sendo descendência de Adão, nós não nascemos inocentes e somos culpados diante de Deus. 

Considerar isso injusto é também insurgir-se contra a justificação pela fé, pois o mecanismo, por assim dizer, é o mesmo, somos culpados diante de um Deus três vezes santo. Em segundo lugar, é que sendo justificados através da imputação da justiça de Cristo, não temos do que nos gloriar diante de Deus, não somos menos merecedores do inferno do que aqueles que para lá vão, se podemos comparecer diante de Deus em retidão, isso é devido unicamente, à justiça de outro, a saber, Jesus Cristo, portanto, toda glória é devida a Ele, e nada a nós.
  

Finalmente, há a segurança que a doutrina da imputação nos dá, pois se somos aceitos diante de Deus pela justiça de Cristo, e sendo esta perfeita, não há por que temer pela nossa segurança eterna. Paulo se refere a isso quando diz “agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1) e no final do capítulo ele pergunta: “quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8:33). Portanto, se cremos na justificação por imputação a nós da justiça de Cristo, não tememos pela nossa salvação eterna.

Leia o Sermão # 2

Por Leandro B. Boer

quarta-feira, 13 de abril de 2016

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Quando a comunhão se torna vergonha! Parte 3

Quando a comunhão se torna vergonha!
Parte 3
Onde Estás?




Texto Base: Gênesis 3:9


Introdução:
 Quando Deus chega ao jardim Adão escuta a voz dEle e se esconde, então Deus pergunta. Onde Adão está?


 O mais interessante é que Deus sabe de todas as coisas, por que Ele pergunta onde Adão está? Será que Ele sabe de tudo e não sabia onde Adão estava? Vamos entender melhor isso.


 Deus sabia onde Adão estava
 Entre vários textos bíblicos que poderíamos citar para provar que Deus sabia onde Adão estava. Quero fazer menção de Salmos 139 que diz que é impossível se esconder do Senhor, e vemos muitos na história tentando se esconder de Deus como, por exemplo, Jonas que tentou se esconder de Deus em outra nação, mas Deus o achou, porque não tem como se esconder do Deus vivo. Diante disso minha certeza é que Deus sabia onde Adão estava. Mas porque Ele pergunta então?


 Onde Estás?
 A pergunta que Deus fez era retorica, ou seja, era uma pergunta para Adão pensar. Deus queria que Adão refletisse o que ele fez, é como se Deus estivesse perguntando “Onde você foi parar meu filho?” Ou “Você não está onde eu te deixei!” Até mesmo “No que você se transformou?” “Você está irreconhecível!” “Cadê sua pureza e santidade?”.


Deus te pergunta para você: Onde Estás?
 Deus faz a mesma pergunta: “Onde estás?”


Seja sincero com você mesmo, onde você está? Suas atitudes egoístas te levaram aonde? Deus nos chama para voltar a vida de pureza e santidade, Ele nos exorta a sair de um caminho que atrai morte e ira contra nós.


Muitos estão afundados no pecado, na pornografia, na mentira, na traição ou até mesmo no adultério, você tem que saber onde você está.


Deus te procura!
 Assim como Deus procurou Adão no jardim ele te procura, mas você tem que se apresentar diante dEle de maneira diferente, pois Adão não mostrou arrependimento nenhum. Deus te chama. Se apresente a Ele com um coração quebrantado e arrependido e volte para os braços do pai de onde você nunca deveria ter saído!


Conclusão:
Deus queria saber se Adão sabia!
 Deus sabia que Adão tinha comido do fruto, que ele tinha pecado e onde ele estava, mas Deus queria saber se Adão sabia de tudo isso e a maior lastima disso tudo é que a resposta de Adão nos mostra claramente que ele não sabia onde estava!


E Você! Onde Estás?

Por Rafael Henrique

Fonte da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWkioiGFy0fxjGgnrmfIodM-lnORc6_iyc640K8ycfTArGChRJOP5vIG4-A718gHF3yj9Z12S-Yf2ZUOTO7ONFOtdzDHXNf3KCtn0x_zcTSAhIMyx1V19mQR3fbw0kPgQ-eV7bd0kwE-9z/s1600/procurase.png

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Deus está no controle

Deus está no controle


Quando ouvi o Senhor, fiquei assustado, e os meus lábios tremeram de medo.
Perdi todas as forças e não pude ficar de pé.
Portanto, vou esperar tranqüilo o dia em que Deus castigará aqueles que nos atacam.
Ainda que a figueira não floresça, e as parreiras não dêem uvas;
Ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher;
Ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais,
Mesmo assim, eu me alegrarei no Senhor e louvarei ao Deus da minha salvação.”.

(Habacuque 3:16-18)

Introdução

  Você já teve vontade de perguntar a Deus por que o mal e a injustiça prevalecem e vencem tantas vezes? O profeta Habacuque via sua nação Judá a caminho da destruição e entrou em um grande debate com Deus e o questionou sobre a falta de justiça, a prosperidade dos ímpios e como um Deus bom podia empregar o mal para cumprir seus propósitos? Assim como o profeta, embora em um cenário não tão caótico, vivemos em uma nação onde a degradação moral, a corrupção e a injustiça prevalecem e devemos aprender com Habacuque qual deve ser nossa postura como cristãos.

Lamento

“Até quando Senhor, eu clamarei e tu não me escutaras?”


  Habacuque foi um profeta incomum, a maioria dos profetas falava ao povo em nome de Deus, e semelhante a Jeremias, ele falava a Deus em favor do povo, o pecado abundava em Judá, o povo adorava ídolos, sacrificavam os próprios filhos a deuses pagãos e o ímpio rei Jeoaquim, não somente se recusou a escutar os profetas de Deus, mas também, queimou seus escritos, prendeu alguns e até assassinou um profeta (Jr 26:23), preferindo enriquecer-se por meio de injustiças e extorsões, alinhando-se a assírios e babilônicos. Habacuque então clamava incessantemente a Deus para que acabasse com a corrupção em Judá, e parece que quanto mais clamava mais a situação piorava, os babilônicos estavam prestes a tomar a nação e o profeta questiona Deus: “Até quando Senhor, eu clamarei e tu não me escutaras?” (Hc 1:2).

Temor

“As vezes (Deus) mostrando certa severidade assim como o bisturi de um cirurgião, não para ferir mas para curar.”

  O profeta descobriu, assim como Jó, que Deus raramente oferece explicações de si mesmo e de seus atos, e mesmo quando Ele oferece as pessoas, elas não têm capacidade de compreender as suas respostas e atitudes, mas aqueles que ousam debater com Deus podem ser levados a caminhos inconvenientes e serem confrontados como o foi Habacuque, que conheceu melhor o Deus que servia de uma forma dramática: “Quando ouvi o Senhor, fiquei assustado (...) tremi (...) não pude ficar de pé” (Hc 3:16), o profeta foi convencido mesmo sem compreender, que Deus esta no controle de tudo e surpreendentemente descobriu que sim, Deus utiliza o mal para fazer o bem, empregando pessoas e nações, como no caso a Babilônia, para os bons propósitos dele, mesmo sem elas saberem disso, as vezes mostrando certa severidade assim como o bisturi de um cirurgião, não para ferir mas para curar.

Confiança

“o justo viverá pela fé”

  Habacuque foi convencido que podia confiar em Deus e na sua justiça, independentemente de como confusas e desoladoras se mostrassem as circunstâncias do momento, e declarou: “vou esperar tranquilo o agir de Deus” (Hc 3:16), aprendeu a mudar sua visão e enxergar a soberania de Deus, ao invés de esperar passivamente por uma intervenção divina, passou a orar confiante na ação determinada de Deus com sua justiça. Sua declaração “o justo viverá pela fé” (Hc 2:4) foi utilizada por Paulo na carta aos Romanos e se transformou Habacuque no pai precursor da reforma protestante iniciada por Lutero, justamente ao compreender a justiça de Deus.

Alegria

“alegrai-vos sempre no Senhor”
  O apóstolo Paulo ao escrever a carta aos Filipenses, conhecida como a carta da alegria, se inspirou em Habacuque quando declarou: “alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4:4), pois aprendeu que podemos nos alegrar em meio as lutas e provações, pode até parecer um meio de fuga ou auto ludibriação, mas a fé em Deus nos assegura a esperança da restauração. A figueira era a primeira árvore que florescia sendo muito importante para o Israel antigo e sinalizava uma boa colheita, então quando o profeta declara: “Ainda que a figueira não floresça (...) eu me alegrarei no Senhor”, mostra-nos o que é confiar e se alegrar verdadeiramente em Deus, declare hoje: “Ainda que a enfermidade apareça...ainda que as dividas aumentem...ainda que..ainda que...todavia, eu me alegrarei no Senhor”

Conclusão

“A cruz que era considerada um lugar de maldição se transformou em fonte de todas as bênçãos e vitórias.”

  A ideia de confiar em Deus mesmo quando tudo está indo mal foi expandida no novo testamento passando a abranger a confiança em Cristo para a vida espiritual (Rm 1:17). Deus pode usar caminhos até mesmo incompreensíveis para mostrar seu poder, justiça e amor, a cruz se transformou de um lugar de maldição para a fonte de todas as bênçãos e vitórias. Assim como Habacuque, devemos aprender a transformar o lamento e a murmuração em um hino de louvor e confiança ao Senhor nosso Deus que está no controle de todas as coisas.

 Por Leandro B. Boer


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