terça-feira, 24 de maio de 2016

Sermão #8 A Necessidade Absoluta da Cruz








Sermão #8
A Necessidade Absoluta da Cruz 


Texto Base Lucas 9:22
 “É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia.”


Introdução
 Muitos perguntam “era necessário a morte de Cristo em uma cruz?”, outros dizem “Deus não podia simplesmente acabar com o pecado e perdoar a todos sem que seu filho fosse crucificado?”, neste texto vamos abordar a relação de Deus com a morte de seu Filho no Calvário.


Deus
 Antes de qualquer abordagem devemos ter pré-estabelecido algumas verdades sobre Deus, e estas são, Sua santidade e Justiça, vamos entender melhor isso!


 Deus é Santo, e por ter este tão glorioso atributo Ele se ira com o Pecado (Rm1:18), esta ira é a maior expressão de sua Santidade, pois Deus não admite resquício de pecado, Ele é três vezes Santo (Is 6) isso quer dizer que Ele é Santo no mais auto grau de superatividade, ao pensar nos atributos Divinos vemos que todos estão relacionados a sua santidade, Ele é Justo com santidade, Ele é onipotente com Santidade e assim por diante, pois a Santidade é o Atributo dos Atributos, portanto o pecado é contra Deus, por isso Ele se ira com a impiedade, já que esta é simplesmente a falta de santidade.


 Deus é Justo, por isso Ele deve punir o pecado, ou seja, se Deus estivesse deixando o pecado de alguém impune Ele se tornaria injusto. Portanto Deus provê o sacrifício substitutivo de Cristo, pois todos os seres humanos em si são indesculpáveis diante de Deus, pois são pecadores e Deus é justo, em Rm 1:20 diz  que aqueles que negaram a revelação divina são indesculpáveis diante de Deus, outro texto que mostra esta realidade é o de Romanos 3:23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;”, posto isto para Deus perdoar um pecador e continuar justo Ele deve punir outro no lugar deste, por isso Deus enviou o seu filho para puni-lo em lugar dos pecadores e consequentemente perdoa-los.


 Diante destes atributos a morte Vicária de Cristo se torna Absolutamente necessária para Deus perdoar pecadores e continuar Santo e Justo.


Pai glorifica o teu nome
 A salvação partiu de Deus, Ele a delineou de forma sábia e extraordinária (1Co 1:30), a cruz foi necessária para que tudo fosse criado, pois o sacrifício de Cristo já era conhecido antes de criar-se qualquer coisa, como está escrito “(...) o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;” (1Pe 1:20), Tudo foi criado com sustentação no sacrifício de Cristo, “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (João 1:3), o texto é Claro, sem Cristo nada, absolutamente nada do que foi feito se fez.


 Em João 12:27-28 Diz “Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora.
Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei.” Este texto mostra claramente que Jesus estava fazendo a vontade do pai, Ele diz incansavelmente que o pai o enviou, a realidade imposta no texto abordado também mostra que Cristo veio para morrer, este é o intuito de sua vinda, não para que, como diz muitos liberais, ser o maior teólogo, filosofo ou até mesmo o maior psicólogo, Jesus foi enviado por Deus para fazer o que o pai mandou, Morrer!


Isto posto vemos algumas declarações de Cristo provando a necessidade absoluta da Cruz, tais como, Lucas 9:22 Dizendo: “É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia.” Lucas 17:25 diz que é necessário que cristo padeça, em Mateus 26:52-54 Jesus diz que a crucificação convém que aconteça, entre outros textos mostra que Jesus sabia desta necessidade.


A Vontade de Deus
 Deus foi Aquele que projetou a Salvação, em Rm 1:1 diz que o Evangelho é de Deus, em João 3:16 está escrito que Deus Amou o mundo, em Is 59:16 diz “E vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; por isso o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve”, diante destes textos temos claro que Deus em sua soberana vontade planejou a salvação, pois Ele amou o mundo, revelou o seu evangelho e por seu próprio braço trouxe salvação.


 A prova desta vontade soberana é Cristo se submetendo a ela no Getsêmani Mt 26:38,39;42-44, onde Jesus ora três vezes dizendo que a vontade de Deus prevaleça e não a dEle.


Justo e Justificador
 A Cruz mostra O Deus justo punindo o pecado de homens pecadores em seu próprio filho, e como consequência, mostra um Deus que justifica o ímpio através do preço pago na cruz, por isso Ele é o Justo que cumpri a lei que é punir o pecado. E também o Justificador, pois puniu o seu próprio Filho em nosso lugar para que a sua justiça fosse manifestada em nós. Diante disso a Cruz é absolutamente necessária para que Deus puna o pecado e salve o pecador.


Romanos 3:25,26
 “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.”



 Conclusão:

 A Cruz é absolutamente necessária, pois mostra O Deus Santo que vira o rosto até mesmo para o seu próprio filho, quando Jesus tomou nossos pecados na crucificação, É necessária, pois é a plena e soberana vontade dO Deus Onisciente. É necessária para que tudo fosse criado. É necessária para manifestar a sua justiça e justificação, e é poder de Deus para a salvação de todo aquele que Crê!

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Sermão # 7 O Cordeiro de Deus





 Sermão # 7
 O Cordeiro de Deus




Texto Base Hebreus 10:4-7,10
 “Porque é impossível que o sangue de touros e bodes remova pecados. Por isso, ao entrar no mundo, diz: “Sacrifícios e ofertas não quiseste; antes, um corpo tens preparado para mim; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado”. Então eu disse: “Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade”. Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas”.


Introdução
  Para muitos, até mesmo aqueles que se dizem cristãos e adoradores do verdadeiro Deus, é uma heresia e blasfêmia dizer que o próprio Deus se fez carne e viveu por um tempo como homem na terra, mas “o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1:14), era necessário um sacrifício perfeito, então  Deus “prepara um corpo” para Aquele que haveria de vir e ser sacrificado: ninguém menos do que o prometido Messias Divino, o Filho de Deus.



Eis o cordeiro de Deus
  No velho testamento, vários profetas foram levantados por Deus para declarar que o Senhor estava saturado e insatisfeito com os sacrifícios que o povo oferecia mesmo esses sacrifícios tendo sido ordenados por Ele para tratar com o pecado e suas consequências, e o novo testamento é claro em mostrar quem é o cordeiro que traria satisfação total á Deus, João Batista ao apresentar Jesus, disse: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29), Paulo apresenta Cristo como “nosso cordeiro pascal, que foi sacrificado” (1 Co 5:7), Pedro diz que “fomos resgatados pelo precioso sangue de Cristo, o cordeiro sem mácula e sem defeito algum” (1 Pe 1:19) e João contemplou nos céus “o Cordeiro irado”, único digno de abrir o livro e romper os sete selos (Ap 5:4-7) derramando a ira do juízo final.



Não há necessidade de outro sacrifício
  A vida do povo de Israel girava em torno dos sacrifícios oferecidos, e o autor de Hebreus mostra a eles que não tinha mais necessidade de sacrifícios, utilizando-se do Salmo 40:6-8 para convencê-los, o texto hebraico oficial diz: “Sacrifícios e ofertas não quiseste, abriste os meus ouvidos...” (Sl 40:6), mas a septuaginta (tradução do hebraico para o grego) diz: “Sacrifícios e ofertas não quiseste, um corpo tens preparado para mim”, criando uma disputa, e a melhor explicação é que os homens que traduziram para o grego, parafrasearam o significado da frase, relacionando “abrir os ouvidos” ao ato de “perfurar as orelhas” (Ex 21:2-6) indicando submissão completa e voluntária a outra pessoa, algo que muitos escravos faziam por amor ao seu senhor, e essa idéia foi parafraseada na septuaginta pelos estudiosos do hebraico da seguinte forma: “preparaste um corpo para mim”.

Por que esse era o termo grego mais familiar para submissão total, praticada por Jesus, que por amor se tornou “o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8), seu sacrifício foi único e perfeito, não sendo mais necessário nenhum outro sacrifício.
 Jesus, o messias, levou o pecado do mundo, e agora a justiça de Deus está plena em Cristo para perdoar os pecados dos homens baseado na fé deles nesse sacrifício permanente, a lei agora é escrita no coração dos remidos, sendo habitados e capacitados pelo Espírito Santo para obedecer a essas leis espirituais motivados pelo amor e a gratidão a Deus.



O sacrifício satisfatório
  A figura do cordeiro que era morto no antigo testamento, e deveria ser sem defeito, demandava um corpo, que tinha o objetivo de colocar sobre ele, os pecados de toda a humanidade, deveria ser o corpo de um homem sem pecado, separado por Deus para sofrer a penalidade do pecado que é a morte, de tal maneira que Deus pudesse aceitar sua morte como substituta de cada homem que cresse em sua eficácia a seu favor, “o Senhor fez cair sobre Ele, a iniqüidade de todos nós” (Is 53:6). “sendo resgatados pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula, conhecido antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos por amor de vós” (1 Pe 1:19-20), na cruz, Jesus propiciou satisfação plena e completa através de sua morte, oferecendo um corpo puro, justo, e sem pecado algum.


 O autor de Hebreus mostra que o sacrifício de animais na lei mosaica eram inadequados, além do mais, se realmente pudessem perdoar pecados não seriam necessários repeti-los continuamente, era preciso um sacrifício que não somente cobrisse o pecado mas que o aniquilasse de uma vez por todas, a lei era uma “sombra dos bens vindouros” (Hb 10:1) e não a sua realidade e solução permanente, que se realizou com o sacrifício substituto de Cristo, “o bem vindouro”, acabando com a necessidade da lei externa.



Conclusão

  Cristo morreu por você pessoalmente, o Pai lhe ama a tal ponto que sacrificou o seu Filho Amado (Jo 3:16); você está lutando sozinho com sua carga de pecados ou faz parte dos comprados pelo sangue do Cordeiro de Deus? A morte Dele se tornou vida para você? Arrependa-se hoje, creia no sacrifício único e perfeito e receba o perdão pelo sangue do cordeiro imaculado, que “com uma única oferta aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados” (Hb 10:14).

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Sermão# 6 E Lhe Porás o Nome Jesus




 Sermão# 6 
E Lhe Porás o Nome Jesus
Por Rafael Henrique




Texto Base: Mateus 2:21
“E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.”


Introdução
 Enquanto José planejava fugir para evitar difamações, pois a sua noiva estava gravida antes do casamento, um Anjo aparece a ele em sonho (Mt 2:21) e lhe fala a respeito da missão de Jesus em tirar o pecado do mundo, esclarecendo ao moço que a gravidez de sua noiva tinha um propósito eterno. E é sobre esta missão extraordinária que iremos falar neste texto.


 O Massacre
Como estamos vendo nesta série de sermões Jesus foi massacrado e levado a cruz, Ele suou sangue no Getsêmani, foi coroado com uma coroa de espinhos, colocaram uma veste de rei nele e um caniço em sua mão e começaram a zombar dEle, foi perfurado pelos homens quando estava perante sinédrio os quais vendaram os olhos de Cristo e diziam “profetiza. Quem está te perfurando?”, passou pela via dolorosa sendo cuspido, terminando na crucificado, enquanto o Mestre agonizava na cruz o povo zombava dEle, deixaram-no Nu e lançaram sorte sobre sua vestes, por fim os soldados enfiam uma lança no lado de Jesus e procuram seu coração então perfura-o saindo água misturada com sangue.
Quanto massacre contra o salvador! Mas diante desse tão horrendo e terrível quadro e acontecimento, o que realmente Jesus estava fazendo? Por que Ele se entregou desta forma?!


 Jesus estava lidando com o pecado
 Em 1Co 5:21 diz que Ele se fez pecado por nós, então acima de tudo este massacre demonstrava que o mestre tomou nossos pecados e estava os carregando consigo pela via dolorosa.



Lindando com O pecado e com Os Nossos pecados

Ao tomar O pecado Ele estava recebendo a condenação pelo pecado (Rm 8:3), este pecado no singular está relacionado ao pecado como um todo, mas também ele também tomou OS nossos pecados (1Pe 3:18), pois além dEle lidar com o poder do pecado (O Pecado) Ele estava lidando com a corrupção do pecado (Os nossos Pecados), ou seja Jesus nos livrou da condenação do pecado, mas ele ainda continua perdoando-nos enquanto não somos libertos deste corpo que clama pelo pecado pois está corrompido, e era exatamente desta corrupção que Paulo estava se referindo quando disse “Miserável homem que sou! que me livrará do corpo desta morte? Dou graças por Jesus Cristo nosso Senhor” (Rm 7:25)



 Tirando o Pecado do Mundo

Naquele massacre além de Jesus lidar com O pecado e com Os nossos pecados Ele estava tirando O pecado do mundo (Jo 1:29) pois Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, em outras palavras Ele estava varrendo o pecado de toda a terra e isso se completará em sua segunda vinda quando recebermos completa redenção e os filhos da desobediência serem condenados.


 Condenando o Pecado
Além dEle tomar o pecado, em sua santidade e pureza, Jesus condenou o pecado em sua carne, aquilo que nos condenava Ele condenou, Jesus levou cativo o cativeiro que nos deixava aprisionados (Ef 4:8).


 Aniquilando o Pecado
Tudo isso era Deus lidando com algo que Ele odeia, o pecado, temos que entender que o pecado, acima de tudo, é contra Deus, concordamos com John Owen quando ele disse “a maldade de dez mundos não se compara ao menor dos pecados”, sua santidade demanda que o pecado seja punido, extirpado, instinto e condenado e era exatamente isso que Jesus estava fazendo, Cristo aniquilou o pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9:26).


 O poder do sacrifício de Cristo operando em nós
Diante de tão grande salvação devemos entende como este sacrifício pelos pecados nos alcança e nos salva. A obra salvífica de Cristo trabalha em cada ser humano em várias etapas, bem como o perdão, a santificação, a purificação da consciência e a glorificação.


 Cristo nos perdoa
Ao olhar o Cristo crucificado devemos nos arrepender de nossos pecados e nos achegar ao trono da graça, pois o sangue de Cristo é poderoso, para a remissão de nossos pecados, esta remissão é o perdão de maneira efetiva de nossos pecados.


 Regeneração e Santificação
Assim que nos arrependemos e nos convertemos de nossos maus caminhos somos regenerados de nossa natureza caída, adâmica e depravada e começamos um processo de Santidade, este processo só é possível porque Cristo nos santificou padecendo fora do arraial dos santos, bem como se fazendo maldito para sermos santificados pelo seu sangue (Hb 13:12).


 Jesus nos livra de toda a má consciência
Cristo nos perdoa através da reconciliação, nos regenera em seu sangue, santifica-nos em sua vergonha, e então Ele se oferece santo e imaculado para nos purificar de toda má consciência diante do Deus vivo (Hb 9:14), nos dando acesso ao santuário pela sua carne que foi rasgada, assim consequentemente rasgando o véu do santo dos santos.


Somos Glorificados nEle
 Assim como Cristo morreu e ressuscitou, nó também seremos glorificados nEle no dia da sua vinda, por isso nossa certeza de salvação nos faz dizer que Ele já nos glorificou (Rm8:30), ao chegar no reino de Deus teremos um novo corpo, sem pecado, sem mácula (2 Co 5:1-8), e o justo juiz nos dará a plena redenção deste corpo pecaminoso (Rm 8:23).


 Conclusão
Cristo resolveu o problema do pecado como um todo, tanto daqueles que morreram antes dEle (Rm 3 e 4) quanto os nossos que ainda aguardamos a sua vinda, por isso devemos toda a glória a Ele e a sua Eterna Santidade, diante disso temos que lutar contra o pecado pelo sangue do cordeiro e não com as nossas próprias forças, pois somos pecadores por natureza, mas Cristo fez de nós novas criaturas. Portanto amemos mais a luz do que as trevas (Jo 3:19).



 Por Rafael Henrique

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Sermão #5 Salvos da Ira de Deus na Cruz







Sermão #5
Salvos da Ira de Deus na Cruz
Por Leandro B. Boer




Texto Base Rm 5:8-9

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por Ele salvos da ira


Introdução

  Jesus veio para nos salvar, mas de quê Ele nos salvou? A Bíblia anuncia claramente que haverá um dia de julgamento, em que todos os seres humanos serão responsabilizados diante do tribunal de Deus, e para muitos esse “dia do Senhor” será um dia de trevas quando Deus derramará sua ira contra os ímpios, será a hora mais escura e a pior calamidade da história humana, então mais do que ser liberto do pecado e da morte, ser liberto da ira de Deus que virá sobre o mundo é a nossa salvação definitiva.

Jesus morreu por pecadores

  Todos nós, descendentes de Adão, fomos gerados no pecado, no Salmo 51:5, o Rei Davi declara “eu nasci na iniquidade, em pecado concebeu-me minha mãe”, o seu filho Salomão também deixou claro que “não há um só justo na terra, ninguém que pratique o bem e nunca peque” (Ec 7:20), e em Romanos 3:23, Paulo diz que “todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus”, ou seja, já nascemos condenados, pois “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23) e todos nós morreremos, esse é o preço a ser pago, o problema então se agrava pois fomos criados para sermos eternos, e sabemos que existem apenas dois destinos: Céu ou Inferno. O pecado causou uma terrível separação entre o homem e Deus, logo ninguém poderia entrar no céu, pois somente justos entram lá, e na terra “não há um justo sequer” (Rm 3:10) inevitavelmente seriamos todos lançados no inferno, (Ap 21:8) que é a ausência de Deus, no sentido de desamparo total, não sendo essa ausência completa por que mesmo no inferno Deus é onipresente, onde sua Ira santa e justa é manifestada, e quem controla e tem as chaves do inferno é Deus; a boa nova é que o próprio Deus, a parte ofendida, decide salvar o homem, em Isaías 43:11-12 Ele diz “Eu sou o Senhor e fora de mim não há salvador, Eu anunciei a salvação e somente Eu posso realiza - lá”promovendo uma reconciliação, Jesus o Filho de Deus é enviado, o verbo se fez carne, gerado pelo Espírito Santo e sendo o único homem justo, se oferece para morrer por pecadores, provando o seu amor incondicional por nós, inimigos de Deus.



A Ira de Deus foi derramada na cruz

  Paulo revela que “fomos justificados pelo sangue de Jesus” (Rm 5:9a), a justiça de Cristo nos foi imputada e nossos pecados foram imputados ou atribuídos á Cristo, o que o tornou maldito naquela cruz, atraindo a Ira de Deus sobre si; Salmos 75:7-8 diz que “Deus é o Juiz, e na sua mão está um cálice cheio até a borda, e quando derramado, os ímpios beberão sua escórias até a última gota”, esse cálice da Ira de Deus era conhecido por Cristo, mas foi apresentado ao Jesus homem gradativamente, e no Getsemâni, a perfeita humanidade de Jesus foi abalada ao sentir a terrível fragrância daquele cálice, algo que o fez tremer e suar sangue, e no silêncio do jardim Ele orava: “Pai, se possível for, passa de mim este cálice, contudo, não se faça a minha vontade e sim a tua” (Lc 22:42), podemos nos perguntar se Jesus estava recuando, e devemos compreender que foi o reflexo natural de um ser humano ante o terror que o aguardava, nenhum homem suportaria beber aquele cálice, pois nele estava acumulada a ira decorrente dos pecados cometidos desde Adão até o fim do milênio, e Jesus foi confortado por um anjo para o encorajar a fazer a vontade do Pai, mas o que o levou até a cruz foi o seu amor, a sua paixão por nós e a aliança que fez com o Pai. O temor de Jesus não eram os cravos, a coroa de espinhos, a humilhação e o sofrimento físico emocional, mas a Ira de Deus, e na cruz Ele sentiu todo o peso da condenação ao tomar aquele cálice, “Ao Senhor, agradou moê-lo, fazendo o enfermar, quando Ele deu a sua alma como oferta pelo pecado” (Is 53:10), tomou cada gota da Ira de Deus até consumá-la.


Salvos pelo Senhor e do Senhor

  Salvação significa ser resgatado de uma calamidade, podemos similar isso ao boxeador que é “salvo pelo gongo” se o round termina antes do árbitro iniciar a contagem, no entanto a bíblia usa o termo “salvação” em um sentido especifico para se referir a nossa redenção definitiva do pecado e à reconciliação com Deus, a calamidade final é o juízo de Deus e a salvação final é realizada por Cristo, “que nos livra da ira vindoura” (1 Ts 1:10). Quando falamos de salvação definitiva, se deve pelo fato de a bíblia se referir ao verbo “salvar” em todos os tempos possíveis da língua grega: fomos salvos desde a fundação do mundo, estávamos sendo salvos pela obra de Deus na história, somos salvos por estar em um estado justificado, estamos sendo salvos por estarmos sendo santificados e seremos salvos por experimentar a consumação da nossa redenção no céu, a bíblia fala de salvação em termos de passado, presente e futuro. Sendo a salvação uma obra exclusivamente de Deus e levando em conta que somos salvos de sua Ira, podemos declarar como R. C. Sproul em seu livro “A verdade da cruz”: “somos salvos pelo Senhor e do Senhor.”


Conclusão


  Somos salvos por Cristo, da Ira de Deus, que será manifestada no castigo eterno, ao diabo, anjos caídos e aos ímpios que não creram na salvação oferecida gratuitamente através da morte e ressurreição do Filho de Deus, que recebeu e aplacou essa Ira, propiciando satisfação plena pelo seu sacrifício perfeito. João 3:36 diz “Quem crê no Filho tem a vida eterna, mas quem o rejeita e se mantêm rebelde, sobre ele permanece a ira de Deus” mas aqueles que estiverem crucificados com Cristo não conhecerão a Ira de Deus, a cruz é o único lugar que essa Ira não cairá, pois já foi derramada ali sobre o cordeiro santo.

Por Leandro B. Boer