quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Sermão #17 Vitória pela Cruz



Sermão #17
Vitória pela Cruz
Por Leandro Boer

“Despojando as autoridades e poderes malignos, [Jesus Cristo] os expôs publicamente ao desprezo, triunfando sobre todos eles na cruz.”
(Colossenses 2:15)

Introdução

   Existem três tipos de explicações da Cruz: O objetivo, o subjetivo e o clássico. Nesta mensagem, vamos nos concentrar no conceito clássico, da vitória conquistada na cruz por Cristo e pela vitória estendida ao seu povo, tentando trazer um equilíbrio, pois nas mensagens anteriores nos atentamos para as visões objetivas e subjetivas, que acertadamente são mais enfatizadas para proclamar a mensagem de cruz.

As Três visões teológicas sobre a Cruz

A cruz de Cristo é explicada teologicamente através de três visões principais: no conceito “objetivo”, foi “de si para si” onde Deus satisfez a si mesmo, pagando o preço pelo pecado e salvando pecadores através do seu sacrifício. Este conceito foi defendido por Anselmo e pela igreja reformada. No conceito “subjetivo”, foi “de si para o homem” onde Ele nos inspira, retirando a culpa e revelando a si mesmo com seu santo amor provado por sua morte. Este conceito foi defendido por Abelardo e é defendido por boa parte da igreja atual. Por fim, no conceito “clássico”, mostra-se uma “guerra” onde Jesus vence o diabo garantindo a conquista sobre a morte e sobre todos os poderes do mal, sendo esse conceito defendido por Irineu, Agostinho e pela igreja primitiva. Assim, o Senhor Jesus Cristo é sucessivamente, o Salvador, o Mestre e o Vencedor, pois nós somos os culpados, alienados e cativos, em 1 Coríntios 1:30, Paulo apresenta esse “triplice cordão” apresentando Cristo sendo feito “justificação, santificação e redenção” por nós, referindo-se aos aspectos “satisfacionário”, “regenerador” e “vitorioso” da obra de Cristo, apontando que esses conceitos devem ser como três lentes sobrepostas criando uma visão harmônica onde a diferença principal está nos alvos da cruz: Deus, o homem e o diabo.
  

A vitória de Cristo

   A pregação dos dias atuais é sobre um evangelho triunfalista onde o homem é colocado no centro e lhe é prometido alcançar a “vitória”, até mesmo sobre pessoas que seriam inimigos, mas se refletirmos na palavra chegaremos a um único e real inimigo, o diabo, e existe apenas um Vencedor, Jesus Cristo; mas como enxergar vitória naquele que foi rejeitado pela sua própria nação, naquele que foi traído, negado e abandonado pelos seus discípulos e foi executado brutalmente na forma mais humilhante possível?
   Ao olhar para Ele pregado em uma cruz, despido de sua liberdade, preso e impotente, parece ser a derrota total, contudo a realidade é o oposto das aparências, o que parece a derrota do bem é na verdade a derrota do mal, a vítima era o vencedor e a cruz ainda é o trono da qual Ele governa o universo. Jesus venceu e triunfou, e isso o fez pela cruz. Era comum no vocabulário da igreja primitiva, palavras referentes a vitória, conquista e triunfo, e não apenas falavam mas cantavam “somos mais que vencedores”. Diziam “graças a Deus que nos dá a vitória” e “Deus em Cristo nos conduz em triunfo”.
O novo testamento é claro ao mostrar essa vitória contra todos os principados e potestades. Mas devemos ressaltar que atualmente existe uma certa fascinação, principalmente entre os jovens, pelo ocultismo, algo totalmente contrário em relação a pregação da igreja primitiva, onde existia até certo pavor em relação a demônios e feitiçaria. Por outro lado a modernidade criou certa incredulidade em relação as atividades demoníacas, logicamente não devemos nos preocupar excessivamente com o mal, mas o ceticismo é um dos objetivos do diabo.
    Mas como se realizou a vitória de Cristo sobre todo o mal? Embora a vitória decisiva tenha se  dado na cruz, as escrituras apresentam o desenvolvimento desta conquista, em seis etapas, conforme apontou John Sttot em seu livro “A cruz de Cristo”:

O prenúncio da vitória

   Em Gênesis 3:15, Deus disse a serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”, a semente da mulher é identificada como sendo o Messias;  Jesus disse que Ele era o grão de trigo que deveria morrer para gerar muitos frutos; Eva representa a igreja do velho testamento e a serpente é o próprio diabo. Nesta profecia, conhecida com “proto-evangelho”, uma cena é apresentada: os dois seriam feridos; em algumas traduções existe o termo “esmagar” para a ferida na cabeça, mas o original apresenta termos iguais, é utilizado o termo “shuf”, que significa “bater com violência”. Em um mesmo momento, a serpente atacaria e feriria o calcanhar do Messias, isto é claramente para mim, representado no momento em que Cristo  teve seus pés perfurados e pregados na cruz, neste momento Satanás pensou que havia vencido, o que ele não imaginava é que quando Cristo foi ferido na cruz, o profeta Isaías diz que “Ele foi ferido de Deus” (Is 53;4). E que nesta mesma cruz, onde parecia ser o palco de sua derrota, Cristo literalmente “esmagou” a cabeça da serpente, ferindo-a mortalmente.

O início da vitória

   Ao reconhecer seu futuro conquistador, Satanás se empenhou por eliminá-lo, como vemos no caso do assassinato das crianças em Belém, ordenado por Herodes, vemos a tentação sofrida por Jesus durante 40 dias no deserto logo após iniciar seu ministério, a ideia implantada de um messias politico-militar. Jesus repreendendo Pedro acerca da necessidade de seu sofrimento e a traição de Judas que literalmente fora usado por satanás. Embora o inimigo tenha se levantado contra Jesus. Podemos vê-lo retroceder a medida que os demônios reconhecem o senhorio de Cristo e são expulsos, pessoas são curadas de suas enfermidades, e quando os discípulos voltam de uma missão emocionados por terem expulsado os demônios, Jesus declara que tinha visto Satanás “caindo do céu como um relâmpago” (Lc 10:18). Apontando para sua derrota certa, e declara ainda que  Satanás era valente, mas quando um mais valente que ele o vencesse, “tiraria suas armas e dividiria seus despojos” (Lc 11:22). Indicando a libertação dos seus escravos pelo mais valente, o próprio Jesus Cristo.

A realização da vitória

   No evangelho de João, o Senhor Jesus afirma por três vezes que o diabo seria julgado e expulso e isso se realizaria através da cruz, através de sua morte Ele destruiria “aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo”. Assim libertaria os cativos (Hb 2:14-15), mas talvez a passagem  mais importante do novo testamento, que apresenta a vitória do Messias, seja Colossenses 2:13-15, onde Paulo mostra Cristo, não apenas cancelando nossa dívida, mas também destruindo o documento na qual ela estava registrada. É bom deixar claro que Paulo considerava a lei “santa, justa e boa” (Rm 7:12), portanto esse escrito de dívida não era a lei em si, mas a lei “quebrada”. Isto é a lista que Satanás se utilizava com nossos delitos e quebra de mandamentos para nos acusar. Paulo apresenta então o perdão de nossos pecados e depois mostra a conquista contra os poderes malignos, dando a entender, que na cruz Jesus enfrentou uma batalha cósmica. Na qual os poderes das trevas o cercou e o atacou. Podemos ver isso no Getsemâni (Lc 22:53), mas Jesus resistiu firmemente indo até o fim (Fl 2:8). Ele desarmou o diabo, pois sua arma contra nós era a dívida que Jesus pagou, nisto consistiu a vitória sobre o inimigo e a libertação dos cativos.

A confirmação da vitória

   Muitos enxergam que a vitória não se deu na cruz, mas na ressurreição de Jesus Cristo. Essa visão não é correta, pois a vitória foi concretizada na cruz e na ressurreição, já que essa vitória é proclamada e aquele domingo de manhã foi anunciada a conquista: “Ele ressuscitou”. A cruz e a ressurreição devem andar juntas (Ap 1:18), pois a vitória é completa quando ambas são efetivadas, mas a palavra é clara ao declarar que não foi mediante a ressurreição, mas mediante a morte de Jesus que nossos pecados foram desfeitos, a eficácia salvadora está na cruz de Cristo (1 Co 1:18).

A extensão da vitória

   A missão da igreja, é pregar o evangelho no poder do Espírito Santo, pregar a Cristo como  Senhor, e este crucificado! Convocando o povo a se arrepender e crer nEle, e ao anunciar a vitória na cruz, os cativos são libertos, salvos pela graça mediante a fé, levados “das trevas para a luz” (At 26:18). Seria impossível por nós mesmos, lutarmos e derrotarmos o diabo. Isto agora é até desnecessário por que Cristo já o fez na cruz, portanto a vitória dos cristãos consiste em entrarem na vitória de Cristo e desfrutarem dos seus benefícios. Deus nos dá a vitória por meio de Jesus Cristo que morreu na cruz, mas ressuscitou e se assentou à direita do Pai e com Ele somos ressuscitados para nos assentar com Ele nos lugares celestiais.
Com Ele somos livres e reinamos, porém o inimigo se enfureceu ainda mais com o golpe fatal sofrido, e “anda rugindo como um leão procurando alguém a quem possa tragar” (1 Pe 5:8).
   O apóstolo João afirma que “o Filho de Deus se manifestou para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3:8), e segundo os escritores do novo testamento, essas obras são: a lei, a carne, o mundo e a morte, quatro tiranias onde a lei escravizava, a carne dominava, o mundo enganava e a morte reinava. A "antiga era" foi inaugurada em Adão, e Cristo vem para inaugurar uma "era" caracterizada pela graça e não pela lei, pelo Espirito e não pela carne, pela vontade de Deus e não pelas modas do mundo, pela vida abundante e não pela morte!

A consumação da vitória

    No livro de Apocalipse, uma das palavras de maior ocorrência é o termo grego “nike”, que significa “vitória”; no mundo antigo, Nike era a deusa da guerra, e neste livro profético João se refere a Cristo como “nikon”, o grande vencedor, sendo este título transferido a todos os guerreiros cristãos.
   O centro do livro; segundo Andrew Murray em seu livro “O poder do sangue”; parece ser o capítulo 12, onde é mostrado uma mulher grávida que está prestes a dar a luz ao que claramente é o messias. Essa mulher então representa a igreja do velho testamento de quem o messias precedeu. Surge então um dragão identificado como “a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás”, sua calda “arrasta uma terça parte das estrelas do céu”, que no caso são os anjos caídos, e atacam a mulher para devorar seu filho. Identificado como um rei que é arrebatado para o trono de Deus, a mulher foge para o deserto, apontando a igreja sendo provada e preservada. Logo ocorre uma guerra no céu onde o dragão e seus anjos são derrotados, e o dragão é atirado na terra, e destronado das regiões celestiais. Pois Satanás tinha acesso as reuniões celestiais como vemos no livro de Jó, onde ele acusa Deus de não saber governar sobre o homem, o vemos com poder, mesmo que limitado pela permissão e soberania divina; mas ele foi destronado pela morte Cristo na cruz, com sua vitória e ascensão (Jo 12:31). Satanás então reage, levantando um império na terra conhecido como “roma e babilônia”, perseguindo e enganando as nações, principalmente a igreja de Cristo. Realizando alianças, através de figuras representadas como “a besta, o falso profeta e a grande meretriz”. Que farão guerra contra o Cordeiro, mas serão destruidos ao fim, dando inicio a um novo tempo e a uma nova terra. Resumindo, a trajetória de Satanás é de quedas consecutivas, primeiro do céu antes da criação, depois das regiões celestiais, um nivel abaixo, quando Jesus o vence pela cruz e o destrona, agora Satanás opera na esfera terrena e por fim será lançado no mais profundo abismo. Ao contrário de Cristo e sua igreja, que são exaltados “de glória em glória”.

 Mas como podemos vencer aqui e agora com Cristo?

“Resistindo ao diabo” (Tg 4:7), “não dando lugar ao diabo” (Ef 4:27), “Proclamando o evangelho de Jesus Cristo, convertendo pessoas das trevas para a luz” (At 26:18). Satanás agora sabe que a cruz é o meio usado por Deus para vencê-lo, então lutará para nos afastar da cruz a todo custo, ele está como um dragão irado, “sabendo que lhe falta pouco tempo” (Ap 12:12). Portanto “revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Ef 6:11). Vamos lutar contra todos os principados e potestades do mal, usando as armaduras espirituais que Deus nos concede para essa guerra e “o Deus da paz, esmagará Satanás debaixo dos vossos pés”(Rm 16:20).
    Para mim, a cena mais linda do Apocalipse é o casamento de Cristo com sua prometida e amada esposa, a noiva do Cordeiro. Adornada perante seu noivo, essa noiva é a igreja triunfante, que venceu “POR CAUSA DO SANGUE DO CORDEIRO” (Ap 12:11), vertido naquela cruz.

Conclusão


   Olhamos com expectativa para a consumação dessa conquista, Jesus venceu e reina, mas ainda aguarda até que seus inimigos sejam postos como estrado dos seus pés, e nesse dia todo joelho se dobrará e toda a língua confessará que Ele é o Senhor. Então o diabo será lançado definitivamente no lago de fogo, onde a morte e o inferno o seguirão.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Sermão #16 Grande é o Mistério da Piedade


















Sermão #16
Grande é o Mistério da Piedade
Por Rafael Henrique

Texto Base 1 Timóteo 3:16
“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”


Introdução
 Sem duvidas Jesus é aquele que veio para manifestar o amor do Pai a humanidade, além disso, Ele nos ensinou a amar a Deus, neste texto vamos aprender que Jesus cumpriu o maior mandamento a saber o mandamento do amor.


Piedade
  Neste texto o apostolo Paulo esta ensinando Timóteo “como convém andar na casa de Deus” (1 Tm 3:15), e então ele enfatiza que “sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade”, ou seja Paulo tem a plena certeza de que a piedade é um grande mistério, para entendermos melhor este texto faz-se necessário saber o que é piedade. Vamos lá?


 Piedade quer dizer devoção, amor fervoroso e reverência, este termo é empregado somente com relação a Deus, ou seja, é o meu amor em resposta ao amor de Deus, é um amor “infantil”, por assim dizer, aquele que não precisa de respostas, ou explicações, é um amor que está acima da religião, vamos para um exemplo claro. O Amor piedoso é quando eu me santifico por amor a Deus, e não porque tenho que pregar, ou estou esperando uma “grande vitória” e devo permanecer firme, mas depois de recebê-la ou de pregar não busco mais a Deus, pois o meu amor era por interesse, portanto piedade é o meu amor em resposta ao amor de Deus, não por religiosidade, ou por interesse, mas pelo desejo de ser intimo de Deus.


 O antônimo de piedade é impiedade, muitos dizem que o ímpio é, somente, aquele que não acredita em Deus, ou não vai à igreja, porém o ímpio é aquele que não é piedoso, ou seja, alguém pode ser até mesmo um líder na igreja, mas se este não é devoto, temente e não tem uma vida de oração e busca a Deus por piedade, ele é ímpio, já que não é piedoso, isso é questão de lógica.


Mistério
 Para uma exposição melhor do texto que diz “(...) grande é o mistério da piedade (...)”, vamos entender o que é mistério. A palavra mistério quer dizer que algo está em oculto, ou é um segredo de alguém, este segredo está acima da percepção humana, pois é um segredo de Deus, e se Deus esconde algo, ninguém pode descobrir. Este mistério, ou segredo de Deus esteve oculto desde os tempos eternos, “(...) a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto (...)” (Romanos 16:25), se este segredo esteve em oculto desde os tempos eternos, nem os anjos sabiam e nem qualquer ser que está nas regiões celestiais, nem mesmo satanás e seus demônios sabiam este mistério.



“O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos;” (Colossenses 1:26), Este segredo de Deus estava oculto desde todos os séculos e gerações, nenhum homem, nem mesmo os mais santos, sabiam deste segredo de Deus de forma plena, eles viam como sombra, mas não sabiam este segredo de Deus, já que, como disse, são imperceptíveis aos olhos humanos, por isso eles alcançaram pela fé, e isso é um amor piedoso, pois eles creram sem ver. Diante disso, mistério é um segredo de Deus que esteve oculto desde os tempos eternos, até todos os séculos e gerações.


 A Revelação do Mistério
  No Texto base desta exposição de 1 Tm 3:16 diz  “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: (...)”, nos apresenta dois pontos depois da palavra piedade, esta pontuação significa que o autor está prestes a esclarecer o que ele falou antes, ou seja, a grosso modo, este sinal de pontuação significa que o mistério da piedade foi revelado, concordando com outros textos como: Colossenses 1:26, “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos;”, o mais extraordinário é que este mistério é a revelação de Cristo, “O verbo que se fez carne”, por isso o autor continua depois da pontuação “Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”


 Cristo se fez carne
A primeira afirmação depois dos dois pontos é que Cristo se fez carne, e este é o mistério que esteve oculto desde a eternidade e em todos os séculos e gerações, em Isaías 9:6 traz a profecia deste acontecimento imensurável, “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”


 Ele se fez carne para manifestar a piedade, o amor a Deus, porque a principal motivação da missão de Jesus é mostrar que Ele ama o Pai, mostrar verdadeiramente o que é piedade, “Mas é para que o mundo saiba que eu amo o Pai, e que faço como o Pai me mandou. Levantai-vos, vamo-nos daqui.” (João 14:31) Jesus se entregou, acima de tudo, porque Ele ama o Pai e lhe obedece, antes de amar a nós Ele amou o Pai, isso é a manifestação do mistério da piedade em que Cristo morreu primeiramente e acima de tudo para mostrar que ama o Pai “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.” (Dt 6:5) este foi o mandamento que Cristo obedecia.


 Justificado no Espírito
Jesus foi teve a confirmação do Espírito Santo de que Ele era filho de Deus, não para Ele mesmo, mas para todos que cressem Nele, em Romanos 1:4 diz: “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor,”, também em Mateus 3:16-17 o Espírito desce sobre Jesus em forma de pomba e aquele era um sinal para João Batista que aquele homem era verdadeiramente o filho de Deus, até hoje o Espírito Santo tem a missão de nos revelar que Cristo é o Filho de Deus, por isso ele foi justificado no Espírito.

Visto dos Anjos
Em Lucas 2:8-15 mostra a celebração dos anjos com o nascimento do salvador, eles diziam: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” (Lucas 2:14), os Anjos estavam contemplando o mistério que estava escondido desde a eternidade e que agora se manifestava diante de seus olhos o segredo de Deus, a saber o Deus que se fez carne.


Pregado aos gentios, crido no mundo
 Ele é o cumprimento da promessa feita a Abraão de que todas as noções seriam benditas em Cristo, manifestando o seu amor aos gentios e lhes dando a oportunidade de amarem ao Deus verdadeiro, por isso além dEle amar a Deus Ele nos amou, por conta disso Ele é crido no mundo como o salvador daqueles que não merecem, Jesus ensinou que Amar a Deus primeiramente e amar ao próximo como a ti mesmo dependia toda a Lei e profeta (Mt 22:40), por isso ele é a manifestação do mistério da piedade, pois naquela cultura a Lei e os profetas estavam acima do amor, e agora vem o dono da Lei e diz que o amor não só vem antes, como toda a profecia e lei depende do amor, ou seja sem amor a lei e as profecias seriam vãs, por isso Jesus usa uma palavra muito forte: “depende”, dizendo que os dois estão na dependência do amor.
 Jesus cumpriu a missão por amor ao Pai e a nós, venceu a morte e foi recebido na glória por seu Pai.


Conclusão
Em 1 Tm 4:7-8 diz: “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade; Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” Diante deste mistério que foi revelado nó recebemos a reconciliação com Deus e devemos buscar acima de tudo amar a Deus, levar uma vida piedosa, assim como Jesus, já que devemos ser imitadores de Cristo, portanto devemos andar em santidade, jejuar, orar e buscar a Deus sem interesses próprios, mas única e exclusivamente por Piedade. Amor A Deus.


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Sermão #15 Poder na Fraqueza








Sermão #15 
Poder na Fraqueza
Por Leandro B. Boer




Texto Base 1 Coríntios 2:2-5
 “Porquanto decidi nada saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi sob fraqueza, temor e grande tremor que estive entre vós. Minha mensagem e minha proclamação não se formaram de palavras persuasivas de conhecimento, mas constituíram-se em demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé não se fundamente em sabedoria humana, mas no poder de Deus.”


Introdução

  Vivemos em uma sociedade que adora o poder, e precisamente nesta área de cobiça e ambição que o homem caiu em Adão, essa busca por poder está na política, nos negócios, na vida social, profissional, familiar, em todas as áreas, inclusive nas denominações eclesiásticas existe uma sede pelo poder que chega até os púlpitos, um lugar extremamente perigoso para o ego humano. Por outro lado, existe uma busca por poder espiritual entre os crentes, mas por que queremos poder? Será que o buscamos realmente para sermos testemunhas e vivermos em santidade e humildade? Ou essa busca reflete um desejo egoísta de nos exaltar, impressionar, influenciar e até mesmo manipular os outros? O mundo usa o poder para controlar as pessoas, mas o próprio Jesus não só renunciou o poder humano como ensinou tal verdade: “Qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva, e quem quiser ser o primeiro será o servo de todos” (Mc 10:43-44). O apóstolo Paulo mostrou essa oposição, ao proclamar um paradoxo: o verdadeiro poder está na fraqueza.

O Poder de Deus na fraqueza da mensagem

   A cruz ofende os homens, por que vai claramente contra suas ideias de méritos humanos, não há nenhum ser, que por natureza gosta de ser despojado de seus méritos, a cruz fere o orgulho dos homens, para os que perecem ela é ofensiva, pois nela, os nobres e sábios terão que estar ao lado de desprezados e miseráveis.  Deus tomou a iniciativa de salvar o pecador através da “loucura da pregação”, a filosofia e a sabedoria do mundo falharam, e o que era impossível à sabedoria do mundo, Deus o fez através da mensagem do Evangelho, “Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão sendo destruídos, porém para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (1 Co 1:18), com toda a sua fraqueza é pela cruz que Deus demonstra o seu poder. Os judeus esperavam sinais de poder e não Cristo crucificado e debaixo de maldição, isso se tornou escândalo e um tropeço para suas expectativas de um poderoso líder. Os gregos, por sua vez, esperavam demonstrações de sabedoria e lógica humana, a cruz era então uma loucura total, os próprios cidadãos romanos eram contrários à execução na cruz por considerarem-na desumana, o orador romano Cícero incentivava todos a sequer citar a palavra “cruz”; mas ao contrário de tudo isso, Deus fez da cruz o meio para mostrar sua sabedoria e poder, “Cristo é o poder e sabedoria de Deus, por que a insensatez de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que o poder dos homens” (1 Co 1:24b-25).
  A cruz continua sendo uma pedra de tropeço para essa geração moderna que adora o poder humano, que confia em sua sabedoria e justiça própria, para eles a expiação vicária de Cristo é absurda, mas para aqueles a quem Deus chamou, não é loucura e escândalo, mas é o poder de Deus, porque nela Deus fez possível a nossa salvação, ela é nossa fonte de reconciliação, a chave que nos liberta da escravidão do pecado, do egocentrismo, e nos leva a uma nova vida de santidade, a cruz é a sabedoria de Deus, por que nela Ele pôde ser ao mesmo tempo o justo e justificador, demonstrando seu amor e sua justiça.

O Poder de Deus na fraqueza do mensageiro

  O mundo prega: “confie em si mesmo”, e muitos pregadores acabam seguindo isto, o filósofo Nietszche propunha um mundo dominado por homens poderosos, seu ideal era o “super homem”, e um mundo sem lugar para seres débeis e fracos, Nietszche adorava o poder e depreciava Jesus Cristo pela sua fraqueza, ao contrário do filósofo, Jesus usou uma frágil criança como modelo, ensinando que a fragilidade humana é o terreno na qual Deus manifesta seu poder, Paulo mostrava sua fraqueza, vulnerabilidade e admitia seus medos, “estive entre vocês sob fraqueza, temor e tremor” disse aos coríntios onde muitos haviam se levantado contra ele e seu ministério, minando sua reputação, acusaram-no de não ser completamente judeu, que não merecia o título de apóstolo, pois não havia seguido Jesus em seu ministério terreno, acusaram-no de ser um falso profeta, interessado em dinheiro, e ele, mesmo relutante, se defende através de uma lista referencial, declarando-se judeu da tribo de Benjamim, fariseu, ex-aluno do grande mestre Gamaliel, era apóstolo com chamado do próprio Cristo ressurreto, se sustentava para evitar receber dinheiro da igreja, e aliado a tudo isso, enumera uma lista impressionante, de açoites, encarceramentos, insultos e dificuldades. O grande missionário Hudson Taylor dizia: “Todos os gigantes usados por Deus foram e são pessoas fracas”. Hoje parece não haver espaço na igreja para dizer: “Eu sou fraco”, mas Paulo foi além ao referir-se a si mesmo como “refugo e escória”, mesmo na época dos grandes apóstolos ele reconhecia sua fraqueza, recusava-se a usar sua própria sabedoria ou retórica e pregava Cristo crucificado, confiando no poder de Deus, ele disse com certa ironia: “Tenho para mim, que Deus nos pôs, apóstolos, por últimos, como condenados à morte, somos feitos espetáculos ao mundo, tanto a anjos como a homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo, nós fracos, e vós fortes, vós ilustres, e nós desprezíveis. Até o presente momento, padecemos fome, sede, estamos nus, e recebemos bofetadas, não temos pousada certa e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos, somos injuriados e bendizemos, somos perseguidos e os suportamos, somos difamados e exortamos, até o presente somos considerados como refugo do mundo e como a escória de tudo.” (1 Co 4:9-13).
  O Espírito Santo trabalha no território da fraqueza humana, não que devamos simular fraqueza ou reprimir nossa personalidade, mas devemos reconhecer nossa dependência, que o poder não é nosso, que não podemos contribuir em nada que é nosso, nada em nós, somente o Espírito Santo para convencer e salvar. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não da nossa parte” (2 Co 4:7), não podemos nos esquecer que somos pó, levantados pelo sopro de Deus, somos vasos de barro moldados nas mãos do oleiro, e é maravilhoso saber que mesmo com toda a nossa fragilidade, Deus nos escolheu para colocar os seus tesouros.

O Poder de Deus na fraqueza dos chamados

  Ninguém que se acha forte ou autossuficiente aceitará a mensagem da cruz, “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios, e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes, e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são para reduzir a nada as que são” (1 Co 1:27-28), somente os fracos aceitam o evangelho,a igreja é lugar de fracos, Deus salva ricos e sábios, Paulo era sábio, seu discípulo Gaio era um homem muito rico, mas se alguém que é forte do ponto de vista humano quiser ser alcançado e salvo, deverá estar disposto a se tornar fraco, Paulo era instruído, tinha autoridade, mas teve que reconhecer sua fraqueza, ao ficar cego e ter que aprender com um simples homem idoso chamado Ananias.  
  Deus transforma a nossa fraqueza em poder, “Por que apesar de ter sido crucificado em fraqueza, Cristo vive, e isso pelo poder de Deus. Semelhantemente, somos fracos Nele, mas pelo poder de Deus viveremos com Ele para vos servir” (2 Co 13:4), Deus nos chamou para servir, “Que os homens nos considerem, pois, como servos de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4:1), o poder de Deus é dado aos servos, Paulo usa o termo grego “opereta”, com qual eram conhecidos os remadores que ficavam no nível mais baixo dos grandes barcos antigos, o barco navegava e eles não apareciam. Deus escolheu salvar os pecadores, fracos, desprezados, por que todo o crédito da salvação pertence a Ele, na história vemos Deus usando pessoas fracas e as transformando em gigantes, como Moisés, Davi, José, Gideão, Pedro, Tiago e João, quando Deus quer usar alguém forte como Paulo, Ele humilha-o, para então exaltar (1 Pe 5:6), deve haver um auto esvaziamento: “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda por causa de Cristo. Mais do que isso, considero como perda, tudo, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para ganhar a Cristo” (Fp 3:7-8).

O Poder de Deus aperfeiçoado na fraqueza

  O apóstolo Paulo se sentia constantemente afligido por um “espinho na carne”, e orou três vezes para Deus removê-lo, ao que o Senhor o respondeu: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12:9), então surpreendentemente Paulo declara: “Por isso de boa vontade, antes, me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12:10), Paulo começou a não apenas tolerar, mas transformar suas fraquezas no lugar onde adquiria poder de Deus, reverteu o espinho em benção, e como alcançou este nível? Através da revelação de Jesus Cristo, onde “o poder se aperfeiçoava na fraqueza”, através da cruz e da humilhação, “Cristo esvaziou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens, e na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que Deus o exaltou sobremaneira.” (Fp 2:7-9), se a cruz foi o meio para atingir a glória, na qual Cristo venceu, Paulo enxergou no espinho um meio para se refugiar em Cristo.
  A bíblia não revela qual seria esse espinho na carne de Paulo, mas mostra que aquela fraqueza foi permitida para manter Paulo dependente e humilde perante Deus, mas como pode um espinho doloroso causar um bem? Como pode uma fraqueza me causar deleite? O que seria esse espinho? Podemos dizer que é algo que causa dor e não conseguimos remover, e às vezes a solução de Deus não é removê-lo, mas preencher a ferida com seu poder, a benção não veio diretamente do espinho, mas do que ele provocou. Creio que todos nós possuímos espinhos na vida, internos e externos, uma luta pessoal, e nesta hora, se torna um alívio depender de uma força que não é nossa para vencer, “o Espírito nos assiste em nossa fraqueza” (Rm 8:26), os heróis da fé “da fraqueza tiraram forças” (Hb 11:34), nós buscamos uma vida confortável e somente diante dos espinhos aprendemos que somos fracos, e que a solução é se humilhar perante Deus e confiar Nele, em seu poder, em sua força, declarando: “Tudo posso, naquele que me fortalece” (Fp 4:13).

Conclusão


Temos, então, uma mensagem que expressa fraqueza pela cruz, proclamada por pregadores fracos e cheios de temor e recebida por pessoas fracas e desprezadas pelo mundo, Jesus é a imagem que reflete o principio do poder pela fraqueza, pois Ele se esvaziou e o diabo lhe ofereceu poder, mas Ele tomou a cruz, a expressão máxima de humilhação e provou a morte, o maior sinal da fraqueza humana, mas eis que essa imagem de fraqueza é vista até no céu: “João viu no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, em pé, um Cordeiro que parecia estar morto” (Ap 5:6), vejam essa imagem que reflete a total fraqueza entronizada, um cordeiro “como que imolado” no meio do trono da Glória. Aleluia! A fraqueza no poder, e diante do trono depositarão coroas aos seus pés (Ap 4:10) e proclamarão: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o PODER”

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Sermão #14 O Grande Julgamento: Segunda Parte



Sermão #14
O Grande Julgamento:
Segunda Parte
Manifestou-se a Justiça de Deus
Por Rafael Henrique




Texto Base: Romanos 3:21
“Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;”


Introdução
 Na primeira parte vimos como foi o julgamento de Jesus perante os homens, bem como sua inocência e a fralde da parte dos lideres religiosos em matar um inocente para saciarem seus egoísmos, mas acima de tudo aquilo estava a vontade soberana do Pai, portanto, acima de tudo Jesus estava diante do Justo Juiz, a saber, O Deus YAHWEH.


 A Vontade do Pai
O que prendia Cristo naquele madeiro não eram os pregos, mas sim a vontade do Pai. Não foram os homens que mataram Cristo, já que eles não têm poder para isso, muito menos Satanás, pois ele também não tem poder para isso, o que o matou foi a sua entrega, ou seja, Jesus se entregou por amor e obediência ao Pai, acima de nos amar ele amou o Pai, portanto o propósito maior da Cruz foi manifestar a Justiça de Deus.


 Manifestou-se a Justiça de Deus
Deus é Juiz e todos os seres humanos terão que comparecer ante o tribunal (Rm 14:10), não perante um Juiz qualquer, mas o Juiz, aquele que julga com justiça e santidade, Deus é justo portanto a sua justiça deve ser aplicada de forma reta e santa, e Jesus é a manifestação desta Justiça, Ele vem a terra nasce sob a lei, vive uma vida santa e cumpri a lei de forma integral (Rm 5:19), então com toda a sua Santidade e Pureza Ele se apresenta perante o justo juiz naquela Cruz, não para justificar a si, mas para cumprir a outra parte da justiça, a saber a punição daqueles que descumpriram a Lei, isso quer dizer todos os seres humanos que já viveram nesta terra até mesmo aqueles que hão de existir. Desta forma o Justo morre pelos injustos com o intuito de saciar a Justiça do Pai “Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos (...)” (1 Pe 3:18)



 Deus Propõe Propiciação
Em Romanos 3:25 diz “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue”, este texto nos revela várias verdades acerca da manifestação da justiça de Deus, o versículo começa dizendo que foi Deus quem propôs, ou seja, como já falamos, Jesus estava fazendo a vontade do Pai, depois diz que Deus propôs propiciação, o que quer dizer propiciação? Bem, propiciação é uma palavra que tem sua origem lá no Antigo Testamento quando o sacerdote derramava o sangue dos animais sobre o propiciatório, segundo Robert Culver a propiciação serve para aplacar a ira de Deus e era exatamente isso que o sumo sacerdote fazia, para que a justiça de Deus fosse saciada um animal tomava o nosso lugar na punição dos nossos pecados e como consequência a ira de Deus era aplacada, já que a sua justiça fora saciada. Então o mesmo ocorre na Cruz, ali está um homem sem culpa assim como aquele cordeiro inocente e perfeito, sem defeito, ruga ou mácula, então Jesus é punido em nosso lugar para saciar a ira do Pai pelo pecado e seu sangue é derramado no lugar do nosso. Aplacando a ira de Deus de forma satisfatória.



 Para demonstração da sua Justiça
O texto de Romanos 3:25 continua dizendo (...) “para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;”, diante deste texto vemos que a morte do Cordeiro Santo na Cruz foi para manifestar a justiça de Deus, de modo que os pecados cometidos desde Adão, e que foram acumulados provocando a Ira do Eterno agora está sendo aplicada sobre seu amado Filho, com esta aplicação da justiça os pecados são remidos, isto é, eliminados, e não só dos que viverão antes de Cristo, mas também os nossos, pois no mesmo texto no versículo 26 diz que o sacrifício foi “Para demonstração da sua justiça neste tempo presente (..)”




Justificação
 Em  Romanos 3:24 diz “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” Agora que a justiça do Pai é plenamente satisfeita pelo sangue de Cristo, Ele nos justifica por meio da fé, através da  sua maravilhosa graça, em Romanos 8:33-34 diz: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” Esta é a doutrina! Como já vimos Deus é Juiz e julgará o mundo, se Ele é juiz e ao invés de nos condenar entregou o seu filho por nós! Quem há de nos condenar? Se o Juiz nos justificou, morreu por nós e ressuscitou, quem nos condenará? E a resposta é “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (...)”, Foi este o intuito desta tão grande obra, Deus através de Jesus mostra que é justo punindo seu filho que se entregou por amor ao Pai e foi sacrificado porque Deus amou o filho e amou o mundo, além de justo ele é justificador nos salvando.




O Grande Tribunal
 Jesus faz uma declaração incrível em João 5:22: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo;” Jesus está dizendo que o Pai deu a Ele o poder de se assentar no trono e julgar, “E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem.” (João 5:27), neste grande tribunal todo aquele que estiver com o seu nome escrito no livro da vida, porque creu no filho unigênito do Pai, será justificado e herdará a vida eterna juntamente com Cristo, pois o mesmo é coerdeiro com Cristo (Rm 8:17). Portanto “(...) aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20:15)




 Conclusão
Romanos 3:27,28
“Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.
Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.”

 Diante de tão grande salvação a jactância é excluída, ou seja, não há do que se gloriar em nossa carne ou esforço, pois a salvação não vem pelas nossas obras, mas sim pelas obras de Cristo.

domingo, 14 de agosto de 2016

Sermão #13 Crucificado Com Cristo





Sermão #13
Crucificado Com Cristo








Texto Base: Gálatas 2:19c-20a
“Estou crucificado com Cristo. Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”

Introdução

  O apóstolo Paulo escreve aos gálatas para declarar que não necessitavam mais viver sob a antiga lei, ritos e tradições judaicas, ressaltando que o evangelho consiste em viver livres, pela fé em Cristo. Parece existir uma contradição quando Paulo diz que devemos estar crucificados com Cristo, pois que liberdade e vida existem quando alguém está crucificado?

Estou crucificado com Cristo

  Todos aqueles que são chamados a seguir Jesus devem estar dispostos a tomar a cruz, Ele disse: “Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia e siga-me” (Lc 9:23), precisamos entender que Cristo não apenas morreu pelos pecadores, abrindo-lhes um novo e vivo caminho para a vida eterna achegando-os a Deus, mas morreu com os pecadores na a cruz; sua morte foi substitutiva, libertando-os da condenação do pecado, e ao mesmo tempo representativa e neste sentido participativa espiritualmente, quando Ele morreu com os pecadores libertando-os do poder do pecado, pois ao ser crucificado e morrer com Cristo, o homem já não é mais escravo do pecado. A crucificação do velho homem não é separada, mas algo realizado em união com Cristo, essa co-crucificação é um fato consumado e atemporal, e fracassamos ao não compreendermos isto, lutando com nossas forças próprias para provocar a crucificação do nosso velho homem, Paulo declara: “estou crucificado com Cristo”, pois entendia que isto se cumpriu quando Cristo foi crucificado.
  

“Fomos batizados na sua morte, unidos com Ele na semelhança de sua morte, já morremos com Cristo, foi crucificado com Ele nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6:3-6), o termo “foi crucificado” no original é um verbo de ação contínua, está no pretérito perfeito e significa que foi realizado de uma vez por todas, portanto devemos considerar como fato e pela fé alcançarmos isso; o resultado é a destruição do corpo do pecado, não o corpo físico, mas do velho homem, e o objetivo é não sermos mais escravos do pecado; “considerai-vos mortos para o pecado” (Rm 6:11), portanto não devemos contemplar a morte de Cristo de maneira passiva, devemos entender que pela fé, fomos crucificados com Ele, “Jesus morreu por todos, logo, todos morreram” (2 Co 5:14).

Não sou eu quem vive

  Quando Cristo nos salva, Ele não leva nosso corpo à morte e nem destrói a raiz do pecado, antes Ele crucifica o velho homem com Ele na cruz, com o objetivo de “destruir o corpo do pecado”, esse termo “destruir” no original grego significa desempregar, para entendermos melhor, o escritor cristão chinês Watchman Nee nos ilustra que o pecado é como um senhor, o velho homem é como um mordomo, portanto o corpo é como um fantoche, o velho homem está no meio intermediando e levando o corpo a pecar, ele deve ser desempregado para que o novo homem agora esteja submetido ao novo senhor, o Espírito Santo. “Vós fostes libertos do pecado e se tornaram servos da justiça” (Rm 6:18), passamos a servir ao verdadeiro Senhor. O próprio apóstolo Paulo em suas cartas se apresentava como “servo de Jesus Cristo”, que no original seria escravo, o cristão precisa entender que Jesus não é somente O Salvador, mas também O Senhor, e como Senhor e Rei, Ele prometeu dar alivio aos cansados e sobrecarregados, mas ao mesmo tempo oferece seu jugo.


  O nível mais profundo a ser alcançado pelo cristão não é morrer para o pecado, mas morrer para o ego, que é o centro das nossas vontades, quando Paulo diz: “já não sou eu quem vive”, o termo “eu” vem da palavra “ego”, as tentações vem de fora, mas o pecado está dentro de nós, habita em nós, nossa natureza é pecaminosa e nosso ego foi totalmente contaminado, “o sangue de Jesus nos purifica de todos os pecados” (1 Jo 1:7), o sangue de Jesus não lava o velho homem, mas os pecados, portanto a solução para o ego é ser crucificado, o ego não é o pecado e deve ser crucificado com o Senhor para poder declarar: “não seja feita a minha vontade”, ao morrer com o Senhor para o pecado abandonamos as coisas ilícitas, ao crucificarmos com o Senhor o nosso ego abandonamos as cosas lícitas. A igreja primitiva batizava e oferecia uma cruz aos novos convertidos, os obreiros eram separados e na ordenação faziam a seguinte pergunta: “Podeis vós beber o cálice que eu bebo e receber o batismo com que sou batizado?”, e todos entendiam que perderiam suas vidas.

Cristo vive em mim

  A vida com abundância existe somente em Cristo, Paulo declarou: “Para mim o viver é Cristo” (Fp 1:21), em Jesus o “eu” é rejeitado e uma nova identidade é formada pelo Espírito Santo, mudando radicalmente o modo de pensar e agir, “Ele morreu por todos para que os que vivem, já não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5:15), “porque, apesar de haver sido crucificado em fraqueza, Ele vive, e isso pelo poder de Deus. Semelhantemente somos fracos Nele, mas, pelo poder de Deus viveremos com Ele para vos servir” (2 Co 13:4), descentralizar o ego é a essência da santidade, a alma verdadeiramente liberta do ego não possui interesses próprios, seu único interesse é em como engrandecer e glorificar o Senhor, isso é avivamento, Paulo era alguém avivado, pois o avivamento ocorre quando Cristo vive em mim. Quando o diabo nos enxergar na cruz, fará o possível para que desçamos, uma grande batalha será travada, e crises espirituais serão enfrentadas por aqueles que decidirem aplicar diária e progressivamente a vida crucificada, essas crises é o território favorito de Satanás e ocorrem quando descemos da cruz, e devemos imediatamente voltar à cruz, pois o único lugar onde podemos derrotar o diabo é na cruz, foi lá que Jesus venceu-o, então todas as vezes que o cristão é derrotado, foi quando desceu da cruz.


  Quando Cristo vive em mim, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1), tudo o que almejamos de Deus já está disponível em Cristo, vitórias, triunfos, justificação, santificação, tudo está em Cristo, de modo que agora não é mais o que Deus faz em você, mas o que Deus fez em Cristo. Se não crermos nisto nada recebemos, mas se cremos temos tudo. “Se alguém está em Cristo é nova criatura...” (2 Co 5:17), esta passagem não diz o quanto fui mudado, mas que simplesmente eu sou nova criatura, por estar em Cristo, devemos crer na palavra de Deus. Deus realizou todas as coisas em Cristo, e se Cristo vive em nós, somos eleitos, aceitos, vitoriosos, amados e todos os belos adjetivos que a palavra diz se referindo a Cristo, o segredo é crer na Palavra.

Conclusão


  Confesso que quando me via olhando para o Calvário e refletindo na mensagem da cruz, eu não conseguia definir que estágio da crucificação eu estava como um cristão, se dando os primeiros passos, ou tomando a cruz, ou já sendo crucificado e morrendo, mas agora entendi que pela fé somente, pela palavra, e não olhando para mim mesmo, eu estou crucificado com Cristo, minha velha natureza e meu ego ainda insistem em descer da cruz e me levar a ser derrotado, mas Cristo está em mim e Ele é supremamente maior do que eu, nada pode derrotá-lo, portanto sua vitória sobre meu ego, minha carne, sobre o diabo e sobre o mundo já se consumou na cruz. Glória a Deus.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Sermão #12 O Grande Julgamento. Primeira parte





Sermão #12
O Grande Julgamento
Primeira parte
Entregue nas Mãos dos Pecadores

Texto Base Mateus 26:45
(Jesus) “Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores”.

Introdução
 Como Jesus disse neste texto base que Ele seria entregue nas mãos dos pecadores vamos analisar como isso se cumpriu, lembrando que foi por nós que Ele sofreu tanto, se fazendo pecador, recebendo a punição do nosso pecado, da mesma forma que Barrabás foi liberto mesmo cometendo vários crimes, nós fomos libertos e Jesus punido em nosso lugar.


Fazendo-se Maldição em Nosso Lugar
 (Gl 3:13)
 “Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: ‘Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro’”.



Esta frase é muito forte, pois diz que Cristo se fez maldito, o grande choque se dá porque Cristo é Santíssimo e nele não há dolo, aí então entra o grande contraste, Jesus além de sair de sua glória tem que se submeter a algo tão vil. Isso nos deixa constrangido!



 Mas o que significa fazer-se maldito? Significa cumprir a lei de forma negativa, em outras palavras, se fazer condenado, vemos isso quando Jesus é interrogado por Pilatos em João 19:10 em que ele diz: “(...) Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?” Jesus responde no versículo seguinte “(...) Nenhum poder tereis contra mim, se de cima te não fosse dado; (...)”, Jesus quis dizer que tudo aquilo estava acontecendo pela vontade do Pai e não dos homens, ou seja, Jesus estava se entregando e Pilatos não conseguiria com o seu poder humano impedir que Cristo fosse entregue.



 Não acho culpa alguma neste homem
Todos sabem que o julgamento de Cristo foi totalmente injusto, pois condenaram um homem que não tinha culpa alguma, mas faz-se necessário citar alguns textos para mostrar a inocência de Cristo, para daí então provarmos que Ele se entregou mesmo sendo inocente.




  Como já estudamos em outro sermão Jesus disse por diversas vezes que era necessário que Ele fosse morto (Mt 26:54; 56), outro aspecto interessante é que nem Pilatos muito menos Herodes acharam culpa em Cristo e por três vezes Pilatos repetiu que Jesus era inocente (Lucas 23:4; 14-16; 22), chegando ao ponto de Mateus relatar que Pilatos sabia que eles tentavam matar Jesus por inveja (Mt 27:18), sabendo que isso poderia acontecer os lideres religiosos buscavam achar pessoas com falsos testemunhos para o acusar, mas não acharam apesar de haver vários (Mt 26:59-60), pois os mesmos não eram coerentes (Mc 14:56), por isso Jesus foi levado a casa de Caifás e Anás, os Sumos Sacerdotes, para o interrogarem e então acharem algo para lhe acusar, quanta covardia, fizeram tudo de madrugada, às escondidas (Lc 22:63-65). Além de tudo isso, após trair Jesus Judas se arrependeu e disse que pecou traindo sangue inocente (Mt 27:4). Durante o julgamento de Jesus a mulher de Pilatos disse para seu marido não entrar na questão de Jesus, pois o mesmo era justo (Mt 27:29) e no final do julgamento Pilatos disse que estava inocente do sangue deste justo, já que o mesmo fez de tudo para solta-lo (João 19:12). Diante disso vemos a barbaria dos líderes religiosos em derramar sangue inocente dizendo: “E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue (O de Jesus) caia sobre nós e sobre nossos filhos.” (Mateus 27:25). Acrescento do autor. Desde já vamos analisar o julgamento mais injusto da história, o de Cristo nosso Senhor.



  O Julgamento 
 Jesus passou por seis julgamentos, três deles foi as escondidas para achar culpa nEle e os outros três tiveram o propósito de convencer os líderes políticos a matarem a Cristo, a estratégia era exatamente esta, como eles não tinham acusação nenhuma contra Ele provocaram-no para tirarem alguma confissão que lhe fizesse culpado à vista disso o acusarem perante Pilatos.
  


Anás
Jesus é levado preso enquanto estava orando no getsêmani, isso era de madrugada, antes do galo cantar, o levaram amarrados para a casa de Anás e lá começou o suposto julgamento, João era conhecido do sumo sacerdote por isso ele entrou com Jesus na sala de Anás (Jo 18:15), Pedro acompanhava de longe, porém João tentou leva-lo para dentro da sala, mas Pedro nega a Jesus perante a mulher que guardava a porta (Jo 18:16-17), portanto o discípulo ficou do lado de fora se esquentando com o fogo que os servos e criados fizeram, pois fazia frio (Jo 18:18). O julgamento começa, Jesus passa a ser interrogado a respeito de suas doutrinas com o intuito de achar alguma acusação contra Ele, Jesus responde que ensinou abertamente sem esconder nada, diante disso um dos criados lhe deu uma bofetada dizendo: “Assim responde o sumo sacerdote?” (Jo 18:22-23), quando viu que não achara nenhuma acusação enviou Jesus manietado ao sumo sacerdote Caifás o genro de Anás.



Caifás
 Segundo relatou João, enquanto líderes religiosos levavam Jesus à Caifás encontraram Pedro e este negou a Cristo mais duas vezes e logo o galo cantou (Jo 18:25-27), deixando o discípulo profundamente triste, pois além de lembrar que foi avisado negou olhando no rosto de seu mestre.



  Ao Chegar à casa de Caifás pela manhã (Jo 18:28), os príncipes dos sacerdotes, os anciões e todo o conselho buscavam falso testemunho para condenarem a Jesus, mas não acharam, até que chegaram duas testemunhas que o acusaram de ter falado que derrubaria o templo e o edificaria em três dias, então o sumo sacerdote se irritou e perguntou a Jesus se não tinha nada a dizer contra as acusações, isso tudo para o provocar a dizer algo digno de acusação. “Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.                        
Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.                                                                  
Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia.” (Mateus 26:63-65), diante desta declaração eles tinham duas acusações, uma é que Jesus tinha declarado que era o Messias filho de Deus e outra que Ele era rei, quando Ele declara se assentar à direita do poder,  portanto era uma ameaça contra Cezar, a primeira era religiosa e a segunda política. Depois de tau declaração “vedaram-lhe os seus olhos, e feriram-no no rosto dizendo: profetiza-nos que é que te feriu?” (Lc 22:62); “Então, cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é que te bateu?” (Mt 26:67-68).



 Concílio
 Depois disso Jesus foi conduzido ao Concílio, ou Sinédrio, (Lc 22:66), e lá eles perguntaram abertamente se Ele é Cristo e então “Ele replicou: Se vo-lo disser, não o crereis; e também se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis.” (Lc 22:67-68), Jesus sabia que eles perguntavam para o acusarem e não para se dobrar perante Ele e se arrependerem dos seus pecados. Mesmo assim Jesus lhes dá uma resposta: “Desde agora, o Filho do homem se assentará à direita do poder de Deus.       
E disseram todos: Logo és Filho de Deus? E ele disse: Vós dizeis que sou.” Desde então os Sinédrio tem as acusações necessária, aos próprios olhos, para tentarem matar o Filho de Deus.
  



Pilatos
Amarraram Jesus e o levaram a Pilatos ainda pela manhã (Mc 15:1), chegando diante do governador logo ele pergunta: “que acusações trazem contra este homem?” (Jo 18:29), e então disseram que Jesus era malfeitor, porém Pilatos disse para eles julgarem a Cristo conforme as leis deles, mas replicaram que não podiam matar a ninguém, já que a acusação dEle era digna de morte (Jo 18:30-31), porém Jesus já havia dito que a sentença deveria ser dada pelos romanos, pois sua morte era de cruz (Jo 18:32); (Jo 12:32-33). Como já disse: eles iriam acusar a Jesus de dizer que era rei, sendo então uma ameaça contra Cezar, no texto vemos isso claro, “E começaram a acusá-lo, dizendo: Havemos achado este pervertendo a nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei” (Lucas 23:2-2), por haver uma multidão acusando a Cristo Pilatos queria saber o que Cristo tinha feito de tão grave, então Pilatos entra em audiência com Jesus (Jo 18:33), isso quer dizer que Jesus estava no banco dos réus sendo julgado por pecadores, então Pilatos quer saber se Jesus é realmente este rei dos Judeus e começa o interrogatório, “Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; (...) Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.                                                           
Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum”.(João 18:35-38). Pilatos descobre que Cristo era Galileu, também Herodes estava em Jerusalém então Jesus é enviado a Herodes (Lc 23:6-7).



 Herodes
 Ao chegar até Herodes o rei se alegrou, pois achava que Jesus iria lhe mostrar algum sinal, mas como nada aconteceu e também Jesus não lhe respondeu coisa alguma (Lc 23:7-9), diante disso começou o escárnio e a zombaria, colocaram vestes resplandecentes escarnecendo e o desprezando (Lc 23:11).




 Pilatos
Pilatos convoca o povo, os magistrados e os principais dos sacerdotes dizendo que nem Herodes muito menos ele mesmo tinha achado acusações contra Jesus (Lc 23:13-15) e disse: “Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei.” (Lc 23:16), e havia um homem que era acusado de sedição, homicídio e roubo chamado Barrabás, naquela época havia um costume festivo de soltar um preso em lugar de um acusado, e mesmo assim a multidão escolheu que condenassem a Jesus e soltassem Barrabás, clamando: Crucifica-o! Crucifica-o! E redobravam o grito, Crucifica-o! Crucifica-o! (Lc 23:19-25). “Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso.          
 E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.” (Mateus 27:24,25). Barrabás foi solto e Jesus foi açoitado (João 18:40; 19:1), Segundo Orlando Boyer na lei mosaica  a pena era quarenta açoites feitas por varas (2 Co 11:24), na lei romana as pessoas eram açoitadas com azorragues, bem como feitas de tiras de couro, equipadas com pedaços de ossos ou de chumbos, a vitima era colocada em posição curvada e amarrada recebia os açoites nas costas, e o número de chibatadas eram sem limites, e em alguns casos levavam as vítimas a morte, logo depois de o açoitar “tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça e lhe vestiram uma veste de púrpura” (Jo 19:2), diante de toda a coorte o despiram-no para então colocar esta capa, e em sua mão direita colocaram uma cana e ajoelhando-se diante dEle começaram a escarnecer: Salve o Rei dos Judeus! E cuspindo nele tomaram a cana e batiam-lhe na cabeça. (Mt 27:30). Pilatos leva Jesus ao povo e diz que não achou culpa alguma nEle, e Jesus estava vestido de veste de púrpura e com uma coroa de espinhos na cabeça, os principais dos sacerdotes começaram a gritar: Crucifica-o! Crucifica-o! (Jo 19:5-6), vendo os Judeus que Pilatos não queria crucifica-lo apelou dizendo que pela lei dos judeus, Jesus deveria morrer por se fazer Filho de Deus, Pilatos ficou atemorizado, depois de interrogar a Cristo o povo clamou que se o soltasse Pilatos era inimigo de Cezar, era a hora sexta quando Pilatos perguntou: Hei de crucificar o vosso rei? E responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, Senão Cézar.  (Jo 19:7-15).
 “Então, entregou-lho, para que fosse crucificado. E tomaram a Jesus e o levaram” (Jo 19:15)



 Conclusão

Nunca se viu na história um julgamento tão injusto quanto este que acabamos de estudar, Jesus Santíssimo sendo julgado por pecadores, e tudo isso foi para lidar com o pecado da humanidade a fim de extirpa-lo trazendo perdão e novo nascimento, que possamos resistir o pecado até o sangue, já que sabemos que o preço foi alto, que nossas vidas sejam transformadas por tão grande salvação.