segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O Chamado 2, O entendimento de Paulo

O Chamado
Segunda Parte
O entendimento de Paulo



Texto Base:
Efésios 3:4
“Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo,”

Introdução:
Na primeira parte deste estudo vimos o sofrimento de Paulo pelo evangelho e também caiu por terra a visão distorcida do que é um chamado e como devemos cumpri-lo, diante de todo o sofrimento deste apostolo queremos responder as perguntas. O que Paulo entendia que não conseguimos compreender? Como que Paulo cumpriu o seu chamado com tanto ímpeto?
 No texto base Paulo diz que ele tem uma compreensão do mistério de Cristo, vamos entendê-la.

 Não merecemos o chamado de Deus
Paulo estava preso mais se alegrava, por um motivo ele entendia coisas que não conseguimos enxergar hoje, em Ef 4:1 ele diz que está preso por causa dos gentios, no versículo 2 ele continua dizendo sobre a dispensação da graça dada a Paulo, concluímos que o primeiro mistério que Paulo entende é que ele não merece o chamado de Deus, se não vejamos, em Ef 4:7-8 Paulo nos revela que ele não merecia o chamado de Deus por três motivos, o primeiro ele diz que é apostolo pela graça de Deus, ou seja se é pela graça não é por mérito, pois a graça é um favor de Deus, o segundo ele diz que o chamado é dom de Deus, dom é presente algo que não merecemos e nem compramos mas ganhamos e o terceiro e ultimo motivo ele diz que era o menor dos apóstolos.
 Da mesma forma nós. Não merecemos o chamado de Deus e se entendermos isso nós seremos capazes de passar tudo que Paulo passou e dizer “regozijai-vos, outra vez vos digo, regozijai-vos”, a resposta de nossa pergunta do motivo que Paulo entendia que não merecia ser chamado está na mesma carta, vamos ao texto?

 Por que não merecemos receber o chamado?
1 Tm 1:15 Paulo diz que é o principal dos pecadores, em Ef 2:3 Paulo nos mostra uma coisa incrível ele diz que por natureza éramos filhos da ira.
 Não merecemos o chamado por sermos de natureza pecaminosa, segundo o Reverendo Hernandes Dias Lopes “Não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores”, essa é uma verdade irrefutável, nossa raça é pecaminosa, Paulo nos alerta que não devemos andar segundo o velho homem, isso quer dizer que o velho homem ainda está dentro de você, por ser desta raça pecaminosa não merecemos o chamado, por isso que Paulo o cumpriu com tanto fervor, ele entendia que era pela graça e não por mérito, ao entender esta verdade não devemos cumprir nosso chamado de qualquer forma, mas sim com todo o fervor é por isso que Ef 4:1 Paulo está rogando, implorando e clamando para a igreja andar digna da vocação com que ela foi chamada, porque ela não merece o chamado, pois só o cumpriremos através do Espírito Santo.

Se não merecemos, como recebemos o chamado?
Outro mistério que Paulo entendeu está em Ef 3:7 e diz que o chamado lhe foi dado segundo a operação do poder de Deus, mas que poder é esse? A resposta está em Ef 1:19 que diz “E qual a sobre excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,” na continuação do texto Paulo diz que esse poder ressuscitou a Cristo dos mortos(Vs 20), pondo-o a Sua direita, (Vs 21) O colocou acima de toda autoridade, (Vs 22) sujeitou todas as coisas a Seus pés, por fim acontece uma coisa, perceba o tanto de acontecimentos no mundo espiritual que excede o que vou dizer, e isso é, depois de todas essas maravilhas que Deus fez através do Seu poder, ele colocou Cristo como cabeça da igreja, isso é maravilhoso! Depois de Cristo ser colocado como cabeça da igreja ele chama Pedro, e diz “Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.” (João 21:17). Note que Jesus só chama Pedro depois de tudo o que foi citado acontece no mundo espiritual, logo depois os discípulos ficam em Jerusalém e esperam o dia de pentecostes para receberem o revestimento de poder que Paulo cita dizendo que também faz parte do poder de Deus que o fez apostolo e está em Ef 1:17. Paulo entendia tudo isso, que o chamado consiste em inúmeras maravilhas no mundo espiritual antes de chegar a ele, por isso ele cita o texto base dizendo que se lermos as cartas dele entenderemos o mistério que ele compreende de Cristo, pois ao saber de tudo isso Paulo sofre pelo evangelho sem ter medo e sem desfalecer, ele tem alegria de sofrer por Cristo.
 Diante disso sabemos que não merecemos o chamado e que dependemos totalmente do Espírito Santo para cumpri-lo.

 Ninguém passa por um chamado e continua o mesmo:
 Muitos homens de Deus foram totalmente transformados por Deus ao serem chamados, tais como Martinho Lutero, Santo Agostinho, Charles H. Spurgeon e o Apostolo Pedro como foi citado, tudo isso porque Deus se apresenta ao homem com um motivo, chama-lo! Dentre muitos homens queremos ressaltar chamado de Paulo em Atos 9 vemos que Paulo ia a caminho de Damasco, respirando morte pelos cristãos e de repente  cercou-lhe um resplendor de luz do céu e ele ouviu uma voz que dizia “Saulo, Saulo, por que me persegues” e Paulo pergunta quem é, e a resposta é o que muda a vida de Paulo, e esta é a seguinte “Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar os aguilhões.” Segundo John Stott em sua obra Porque sou Cristão ele diz que aquele não foi o primeiro encontro de Paulo com Jesus, ele diz que a tempos Jesus chamava Paulo, ele explica citando a frase de Jesus em que ele diz que Paulo estava recalcitrando os aguilhões,  Paulo era um toro indomável segundo Hernandes Dias Lopes, porque Cristo estava tentando doma-lo com aguilhões, que era tipo uma espora nos dias de hoje, porém Paulo O resistiu, mas esse momento é especial, é o dia do chamado de Paulo e ele o recebe do próprio Cristo, assim como todos que recebem um chamado a vida dele nunca mais foi a mesma, depois daquele dia.

Conclusão:
 Diante de tudo isso se você não sabe o seu chamado sua busca a partir de hoje deve ser a face de Cristo para saber para que ele te chamou, (não menosprezando) mas não é o pastor e nem a igreja que nos chama, mas sim o próprio Cristo, por isso não deixe que ninguém diga que você é isso ou aquilo, o que importa é o que Cristo diz a seu respeito.


Por: Rafael Henrique


Fonte da imagem: http://www.benficanet.com/2012/colunas/reflexoes/dez/paulo_encontra_jesus.jpg

domingo, 27 de dezembro de 2015

O Chamado 1, O Preso do Senhor

O Chamado
Primeira Parte
O Preso do Senhor



Efésios 4:1
“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,”

Introdução:
É bem verdade que com a forte proliferação da “teologia da prosperidade” a invasão deste em nossas igrejas tem sido infelizmente inevitável, diante disso percebe-se que o chamado que Deus tem dado aos homens tem sido interpretado pregado e exercido de maneira muito mais que errada antibíblica, por isso neste texto temos o objetivo de lhe apresentar a forma bíblica em que se exerce um chamado.

O chamado de Paulo
 Paulo foi chamado por Deus para sofrer pelo evangelho (Atos 9:16) por isso vamos analisar como o apostolo mais influente do cristianismo exerceu seu chamado.
Paulo em Éfeso, Atos 19
 Éfeso era a cidade mais importante da Ásia menor lá estava o templo da deusa Diana uma das sete maravilhas do mundo, lá era o centro da feitiçaria, Éfeso estava vivendo o ápice da escuridão espiritual, até Paulo chegar. Paulo chega naquela cidade começa a pregar o evangelho os livros de bruxaria são queimados (At 19), os templos da deusa Diana são abandonadas, as vendas das estatuas da deusa que acendia o comercio da cidade cai de maneira considerável e através da igreja de Éfeso toda a Ásia menor foi evangelizada, Deus rasga o céu sobre aquele lugar trazendo um grande avivamento, porém Paulo sofreu muito naquela cidade, lágrimas, tentações e ciladas que os Judeus preparavam, durante três anos ele pregou dia e noite para os irmãos de Éfeso com lágrimas.
Paulo vai a Jerusalém
 Em Atos 20 Paulo ia sair de Éfeso para ir a Jerusalém e de cidade em cidade o Espírito Santo lhe dizia que tribulações e prisões esperavam por ele. Quando ele chega a Jerusalém os Judeus querem o matar ao vê-lo no templo com outros irmãos, naquela cidade Paulo apanha violentamente da multidão judaica, porém Deus diz para ter bom ânimo que ele seria enviado a Roma.
Paulo vai para Roma
 Em Atos 26 Paulo consegue ir para Roma para apresentar-se perante Cesar, para isso ele pega um navio, vem um vento muito forte e o navio naufraga (Atos 27:21), eles ficam quatorze dias segurando nos destroços do navio sem ver sol e nem estrelas, mesmo diante de tanto sofrimento a ponto de Lucas dizer que perderam as esperanças Paulo prega para os presos dizendo que nenhum deles iriam morrer somente se perderia o navio, para Paulo nem o navio, nem o suprimento era precioso mas sim a vida daqueles que estavam  lá, e   diante daquele alvoroço todo Paulo cumpri seu ministério, mesmo sendo um prisioneiro ele cuidou de todos. Eles chegam a uma ilha chamada Malta (Atos 28:3-6), lá eles juntamente com os bárbaros nativos daquele lugar acendem uma fogueira, Paulo pega lenhas para jogar na fogueira de repente pula do meio das madeiras uma cobra e o morde, os bárbaros dizem que ele é maldito e que o destino não o deixa viver, porém Paulo não morre tudo por um único motivo, ele estava cumprindo seu chamado.
Paulo chega a Roma
 Quando Paulo chega a Roma em Atos 28 ele é colocado em prisão domiciliar pelo centurião, lá ele fica com um soldado da guarda pretoriana, segundo o Reverendo Hernandes dias Lopes os soldados revezam de três em três turnos.
 Foi desta prisão que Paulo escreve aos Efésios “Eu o preso do Senhor”.

O Chamado trás sofrimento e não riqueza financeira.
 Nota-se que nenhum dos discípulos que serviu a Jesus no primeiro século enriqueceu financeiramente, antes tiveram experiências riquíssimas com Deus a ponto de que segundo a obra O Livro dos Mártires John Fox cita que João, o discípulo amado, fora jogado no óleo quente e não morreu, também em Atos Paulo foi mordido por uma cobra venenosa e não morreu, o grande problema é que se sofremos pelo chamado, ao pregar a verdade, uns ou outros dizem que estamos passando por isso por não “vigiar com as palavras” entre outras desculpas que inventam para o sofrimento por Cristo, é como os bárbaros da ilha que acharam que Paulo era um maldito por passar por tantas tribulações, mas Paulo sempre entendeu que tudo era por Cristo, e para mostrar que o chamado não é como pensamos Paulo escreve aos Filipenses 1:12 que sua prisão tem contribuído para o evangelho, pois os irmãos estão pregando com mais ousadia e toda guarda pretoriana foi evangelizada.
 Como vimos durante o ministério de Paulo ele foi muito usado por Deus, mas por outro lado ele não era rico financeiramente, ele sofreu muito, passou fome, sede, perigos, açoites, naufrágios, frio, nudez entre outros (2 Co 11:25-33).
 Diante disso vemos que o chamado de Deus não é para cumpri-lo no sossego de seu sofá, sem enfrentar perseguições pelo evangelho. Diante de todas as coisas que Paulo passou ele escreve aos Gálatas dizendo que tem as marcas de Cristo estas era nada mais, nada menos, que marcas de açoites, mesmo assim ele diz aos Filipenses no capítulo quatro, regozijai-vos outra vez vos digo regozijai-vos, como vimos ele escreveu este texto da prisão.

Jesus nos Chamou
Efésios 4:10,11
“Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,”
Nosso chamado não foi concedido para aparecermos ou para ganhar dinheiro com ele, muito menos para viver uma vida de conforto e luxúrias, Jesus nos chamou para sofrer por amor dele, Paulo estava preso, mas ele diz, não estou preso por Roma, mas sim por Cristo, porque ele entendia que cumprir um chamado vindo do próprio Deus não é simples. Paulo sofreu tanto pelo evangelho e nós vivemos um ministério tão tranquilo, reflita a respeito de como levamos um chamado de maneira preguiçosa, quantas musicas mal tocadas, quantas mensagens montadas de qualquer jeito e depois pregadas de qualquer maneira, nosso chamado vem de Deus por isso devemos cumpri-lo com Excelência.

 Conclusão:
Diante disso vemos que Paulo, um homem sofrido e provado por Deus seria um fracasso aos olhos da “teologia da prosperidade”, mas ele diz que não tem nada de precioso a não ser cumprir sua carreira, ou seja, cumprir seu chamado, aos olhos do evangelho e do mundo todo, tanto o cristão, quanto o secular Paulo foi o homem mais influente da história e isso é precioso.
 Na próxima parte vamos ver o que Paulo entendia que não conseguimos enxergar, para viver um ministério intenso como o dele.



Fonte da imagem: https://cronicadeumamorlouco.files.wordpress.com/2010/11/paulo-de-tarso-por-rembrandt.jpg   

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O Cálice da Ira 1: O Cálice da Agonia

O Cálice da Ira
Primeira parte
 O cálice da agonia

Mateus 26:38-39

Mateus 26:38-39 Jesus disse aos seus discípulos: “ A minha alma está sofrendo dor extrema, uma tristeza mortal. Permanecei aqui e vigiai junto a mim.” Seguindo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “ Ó Meu Pai, se possível for, passa de mim este cálice! Todavia não seja como Eu desejo, mas sim como tu queres”.
Introdução:
Você consegue entender realmente o que Jesus teve que suportar na cruz? Ele não temia a dor, nem o diabo muito menos a morte, mas sim a visão que Ele teve naquela oração o fez estremecer. Eu te convido a ir além da dor e dos sofrimentos na carne e enxergar quão terrível era aquele cálice que Jesus bebeu na cruz.

O CÁLICE
Naquela noite fria de uma quinta-feira após a ceia Jesus se dirige ao monte para orar com os discípulos como de costume ele escolhe o jardim do Getsêmani, que significa “prensa de azeite” onde o profeta Isaías já anunciava que Ele seria esmagado: “ao Senhor, agradou moê-lo” (Is 53:10); nenhum ser jamais suportou aquela agonia, Jesus “começou a sentir-se tomado de pavor e angústia” (Mc 14:33). O mestre convida os amigos íntimos para orar e vigiar por pelo menos uma hora, mas enquanto o Filho de Deus está agonizando com o rosto no pó e orando como um menino: “Abba Pai (paizinho)...” (Mc 14:36), os discípulos dormiam após o banquete da ceia, representando a humanidade saciada e vivendo para si mesmo, o único discípulo acordado era Judas Escariotes.
Jesus pede por três vezes: “Pai, se possível for, passa de mim este cálice!”; precisamos ir além do jardim escuro e enxergar que por trás do véu, Jesus estava recebendo um cálice das mãos do próprio Pai, um cálice transbordante (Sl 75:8; Ap 17:4) Ele enxerga o que havia dentro do cálice, o que enfrentaria ao tomar a cruz, e ao sentir o seu cheiro insuportável, sua natureza humana recua e reage de tal forma que seus batimentos cardíacos aceleram rapidamente e acontece o que a medicina chama de “hematidrose”, o mais comum seria um infarto ou derrame, mas seu sangue começa a evacuar pelo suor criando grossas gotas que caem na terra e no silêncio daquela madrugada Jesus chora lágrimas de sangue e sente pavor, mas o que o fez tremer? Ele sabia que seria traído, injustiçado, açoitado, cuspido, humilhado, pregado numa maldita cruz entre dois bandidos, enfrentaria a ira humana, mas era isso que temia? Absolutamente não! Ele já estava preparado para isso (Jo 12:27), muitos mártires morreram sorrindo e cantando hinos. O que Jesus viu naquele cálice que o fez agonizar? O inferno, a terrível e suprema manifestação da ira de Deus, a justa punição pelas nossas iniquidades, Ele teria que beber aquele cálice para satisfazer a justiça de Deus, mas havia outras faces no cálice, tais como, um ser Santo e sem pecado algum deveria tocar no pecado, mas a sua Santidade o fez recuar, pois Ele viu nossos terríveis pecados e abominações e isso causa náuseas em Deus, nossas iniqüidades cheiram pior que fezes e enxofre, e Jesus deveria tomar nossas vestes de imundícia.

A CRUZ
 Getsêmani foi uma janela para a Cruz, uma preparação para o pior que estava por vir, Jesus recebeu o silêncio do Pai como resposta, mas foi preparado para a cruz (Hb 5:7) e confortado por um anjo (Lc 22:43) declarou para o mundo ouvir: “ seja feita a tua vontade”, o Amor venceu (1 Co 13:7). Jesus chegou ao ápice da sua missão na terra ao tomar aquela cruz, o Príncipe da Paz tinha uma coroa de espinhos cravada em sua cabeça, suas mãos foram pregadas para impedi-lo de curar, seus pés foram pregados para impedi-lo de anunciar o Evangelho, seu corpo foi dilacerado e partido como o pão na ceia e seu sangue foi totalmente derramado ( Is 53: 2-8), das nove horas da manhã até ao meio-dia o mundo pôde ver aquele terrível espetáculo enquanto os céus observavam o Filho do Altíssimo  perecendo na cruz, mas Ele nunca morreria, pois não tinha pecado (Rm 6:23), era necessário tomar os nossos pecados para morrer, ressaltando que Ele não se tornou pecador, mas  nossos pecados foram “imputados”, atribuídos, creditados em Cristo assim como sua justiça foi imputada aos salvos (Rm 3:21-26;5:8-9), então Ele bebeu aquele cálice e ao meio-dia “houve trevas sobre TODA terra” (Mt 27:45) a terra tremeu e muitos mortos ressuscitaram dos sepulcros, todos ficaram apavorados pois não foi uma nuvem que cobriu o sol, muito menos um eclipse que dura apenas alguns minutos, mas trevas sobrenaturais. O que significou aquilo? Ao tomar o cálice, Jesus “se fez pecado” (2 Co 5:21) se tornou “maldito” (Gl 3:13), e isso causou as trevas que na verdade era o Pai escondendo sua face dos nossos pecados em Cristo (Nm 6:25-26; 1 Jo 1:5), naquela cruz Jesus não foi enviado ao inferno mas foi separado do Pai e sentiu o inferno na alma, bebeu “ o cálice do vinho do furor da ira de Deus” (Ap 16:19), o dilúvio, o fogo consumidor de Sodoma e Gomorra e as pragas do Egito foram a ira diluída, ocasiões em que a ira divina transbordou e escapou do cálice, gotas; Cristo tomou cada gota da ira plena e sem mistura, o inferno eterno que você merecia foram derramados sobre Jesus e três horas foram suficientes até Cristo bradar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27:46) literalmente fora abandonado como o bode expiatório (Lv 16:8-10) e sacrificado pelo próprio Pai, o cutelo que não foi usado no Moriá (Gn 22:9-10) foi usado na cruz, o sacrifício foi aceito e a luz retornou quando Cristo bebeu todo o cálice e encerrou sua missão: “consumado está” (Jo 19:30); em antigos papiros de dividas quitadas foi encontrado carimbado esta declaração “tetelestai”,  Jesus pagou a divida total dos nossos pecados ao dar a sua vida na cruz.

O SANGUE
 Jesus não somente nos perdoou, mas aniquilou nossos pecados na cruz derramando seu sangue, e “Deus nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo” (2 Co 5:18), o véu do templo de Jerusalém se rasgou naquele dia (Mt 27:51), mas a carta aos Hebreus nos revela que Jesus abriu o véu em outro templo: no tabernáculo celestial (Hb 9:23-28), Ele foi ao mesmo tempo tanto o sacrifício como sumo sacerdote que adentrou o santo dos santos celestial carregando seu próprio sangue  para ser aspergido. Imagine uma estrada para o céu e durante todo o trajeto Jesus foi derramando seu sangue purificando-nos até a presença de Deus, “por um novo e vivo caminho” (Hb 10:19-22), o sumo sacerdote demorava em média três horas para oferecer o sacrifício dentro do santo dos santos no antigo testamento e todos os anos aquilo se repetia, mas o sacrifício de Cristo foi único, perfeito e suficiente para aniquilar o pecado, Jesus nos substituiu na cruz aplacando a ira divina e nos reconciliando com Deus.

A COROA
 Jesus venceu o pecado e a morte ao ressuscitar, indo para o seu trono novamente (Hb 8:1), sendo recebido como Rei, quando os anjos anunciaram: “Levantai ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória” (Sl 24:7) Ele foi coroado para reinar sobre tudo e todos, e nos chama para reinar com Ele (Ap 5:10), mas lembrando que antes de tomar a coroa de glória devemos tomar a coroa de espinhos que Ele tomou.
 Amados, Jesus tinha duas opções: matar ou morrer, matar você ou ser sacrificado e Ele escolheu morrer, tudo por amor (Jo 3:16). O preço já foi pago mas vai custar TUDO, vai custar sua vida (Mt 13:44; Gl 2:19-20) por que você vale o Filho de Deus, “que nos comprou pelo seu precioso sangue” (1 Pe 1:19).

CONCLUSÃO
 Oremos como um desconhecido diácono orou: “ Pai, eu vou colocar a minha confiança exclusivamente e apenas no que seu Filho fez por mim, e se o que Ele fez na cruz não foi suficiente para me salvar, então eu vou para o inferno pois não confiarei em outra coisa além disso”. 

Por: Leandro Boer

Leia a segunda parte, Rasgando o Véu


Fonte da Imagem:

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O poder transformador do evangelho





O poder transformador do Evangelho


Texto Base: 
Mateus 13:12
 “Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.”
Introdução:
 Ao ler o livro do Luciano Subira O Conhecimento Revelado 2005, fiquei impressionado com um tema que ele abordou a respeito da semente plantada no coração, e pretendo discorrer a respeito deste assunto.
 Durante nossa caminhada cristã a palavra de Deus, muitas vezes, tem sido vista por aqueles que não a pratica, como algo fútil, pois ao cair na rotina de escutar as variadas pregações nos finais de semana junto à falta de prática ocorre-se no erro de se familiarizar com o evangelho e a consequência é a falta de frutos em suas vidas.
 O poder transformador do evangelho:
1 Tessalonicenses 2:13.
“Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes.”
 Dentre outros quero apresentar três estágios que a palavra de Deus passa para gerar frutos em nossas vidas, estes estão no texto lido acima.
Primeiro estágio
Eles receberam a palavra de Deus
 O texto lido nos mostra que o povo de tessalonica recebeu a palavra pregada crendo que foi Deus que inspirou.
 Para que a palavra faça efeito em nossas vidas não é só dizer “amém” e está tudo certo, devemos entender que é revelação vinda de Deus e depois receber, lembrando que receber a palavra de Deus é uma questão de escolha e consequentemente de pratica, ou seja, a consequência de receber a mensagem de Deus é a pratica dela, segundo o reverendo Hernandes Dias Lopes em sua obra Pregação Expositiva “A bíblia é como um espelho (Tg 1:23). Ela nos permite ver quem realmente somos. É como uma semente que traz vida espiritual (Mc 4:14).” Ao chocar-se com nossas vidas, a palavra de Deus nos mostra como somos pecadores e ao entendermos isso a transformação é inevitável.
Segundo estágio
A palavra operou neles
 O texto nos mostra que a palavra operou neles, e ele específica que operou naqueles que creram.
 O operar da palavra de Deus é glorioso, Jesus explicou sobre este fenômeno (Mt 13) comparando a palavra com a semente, no decorrer de sua explicação ele mostrou que a semente só germinaria se caísse em solo fértil, mas o que significa cair em solo fértil? Jesus discorre dizendo que o solo fértil é o coração daquele que ouve, compreende e dá fruto (Mt 13:23), esse é o fenômeno que se cumpriu na vida dos irmãos de Tessalonica, o ouvir é o primeiro estágio, o compreender é o segundo estágio e o dar frutos é o terceiro, o qual nós iremos discorrer a frente.
 Quando a palavra germina como uma semente no coração do homem é como se seu coração estivesse morto, seco e podre, mas esta semente começa a germinar e ela vai tirando esta podridão do coração se alastrando fazendo uma transformação incrível.
Terceiro estágio
A palavra Frutificou
1 Tessalonicenses 1:8
“Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma.”
Só damos frutos se a palavra germinar. Olha que extraordinário esses irmãos espalharam o evangelho em todos os lugares que eles passaram, e muito mais que isso, Paulo diz que não tem necessidade de dizer mais nada para eles, ou seja, eles eram cristãos maduros. Como uma semente plantada em lugar correto e bem cuidada germina naturalmente, assim é a palavra de Deus, você não precisa fazer força para dar frutos só basta receber o que Deus diz e a mensagem germinara naturalmente.
 Que fruto é esse?
 É o fruto do Espírito de Gl 5:22 “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.”
 Não se tem outro objetivo de se pregar o evangelho que não seja a transformação desta raça pecaminosa, porém só frutifica quem tem o Espírito Santo, aquele que faz germinar a semente do  evangelho no coração do ser humano.
Conclusão:
Mateus 13:12
 “Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.”
 Para concluir quero dizer que receber a palavra de Deus é uma questão de escolha, o texto citado acima diz que quem não tem frutos até o pouco que tem lhe será tirado, mas como isso ocorre?
 Segundo Luciano Subirá ocorre quando as mensagens não fazem mais diferença em nossas vidas!!! Faça uma reflexão e veja se a palavra de Deus tem frutificado em você e se constatar em seu coração que você já não está dando importância às mensagens pregadas arrepende-se o mais rápido o possível.
A paz a todos!
Fonte da imagem: https://www.pinterest.com/bethmelchiades/frases-cita%C3%A7%C3%B5es-1a-parte/
Por: Rafael Henrique

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Saudade do Amigo!





Saudade do Amigo!
A relação reciproca de saudade entre Abraão e Deus
Texto Base:
Gênesis 22:1
Introdução:
Gn 22:1 “E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.”
 Neste contexto Abraão já tinha realizado o seu desejo de ter um filho, e depois de satisfeito, Abraão para de oferecer sacrifícios a Deus. Deus estava com saudade de Abraão por isso Ele o provou para voltar à comunhão que se perdeu no decorrer da caminhada.
Saudade
 Quando falamos em saudade logo nos vem à cabeça a falta de alguém que gostamos tanto que por algum motivo não temos por perto. Existem vários tipos de saudade, tais como, saudade de um lugar, saudade do cônjuge, dos filhos, de uma comida, entre outras, porém neste texto quero abordar a saudade que Abraão sentiu de seu amigo.
Deus e Abraão
 A palavra saudade só é encontrada no vocabulário da língua portuguesa, um entre seus inúmeros significados é a falta de alguém, e foi este sentimento que Abraão sentiu por Deus, por isso que quando o pai da fé foi colocado à prova ele não titubeou em sacrificar seu próprio filho, segundo o historiador Flavio Josefo o intervalo entre o ultimo versículo do capitulo 21 e o primeiro do capítulo 22 tem um intervalo de aproximadamente 30 anos sem que fosse registrada uma conversa entre Deus e Abraão.       
Deus e Você
 Nota-se que Abraão não está desviado dos cominhos de Deus, ou seja, ele não está no “mundão”, ele ainda acredita em Deus, porém não oferece mais sacrifícios como antes, o relacionamento de Abraão para com Deus está em crise, há concordância com este texto quando o Reverendo Hernandes Dias Lopes disse “o marido pode ser fiel a sua esposa, porém a fidelidade não é sinônima de intimidade”, ou seja, o marido pode ser fiel e não ter intimidade com sua esposa era isso que estava acontecendo com Abraão no seu relacionamento com Deus, mas Deus chama Abraão e ele imediatamente responde, sabe qual o motivo dele ter respondido? O grande motivo é que assim como Deus, Abraão também estava com saudade.
 O motivo de sentir saudade de alguém é a vontade de estar sempre por perto e querer se relacionar com esta pessoa a todo o tempo, assim deve ser entre nós e Deus, se o cristão não sente mais saudade do Céu ele está com sérios problemas.
 Conclusão:
 Diante disso é importante responder as seguintes perguntas, qual foi a ultima vez que você sentiu saudade de Deus? Como esta o seu relacionamento com o pai? Assim como Abraão foi provado para matar a saudade de Deus dando o seu único filho, Deus deu o seu filho unigênito para nos ter de volta.
 Deus está com saudade de você.

Por: Tiago Gomes B. de Almeida.