terça-feira, 19 de julho de 2016

Sermão #12 O Grande Julgamento. Primeira parte





Sermão #12
O Grande Julgamento
Primeira parte
Entregue nas Mãos dos Pecadores

Texto Base Mateus 26:45
(Jesus) “Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores”.

Introdução
 Como Jesus disse neste texto base que Ele seria entregue nas mãos dos pecadores vamos analisar como isso se cumpriu, lembrando que foi por nós que Ele sofreu tanto, se fazendo pecador, recebendo a punição do nosso pecado, da mesma forma que Barrabás foi liberto mesmo cometendo vários crimes, nós fomos libertos e Jesus punido em nosso lugar.


Fazendo-se Maldição em Nosso Lugar
 (Gl 3:13)
 “Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: ‘Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro’”.



Esta frase é muito forte, pois diz que Cristo se fez maldito, o grande choque se dá porque Cristo é Santíssimo e nele não há dolo, aí então entra o grande contraste, Jesus além de sair de sua glória tem que se submeter a algo tão vil. Isso nos deixa constrangido!



 Mas o que significa fazer-se maldito? Significa cumprir a lei de forma negativa, em outras palavras, se fazer condenado, vemos isso quando Jesus é interrogado por Pilatos em João 19:10 em que ele diz: “(...) Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?” Jesus responde no versículo seguinte “(...) Nenhum poder tereis contra mim, se de cima te não fosse dado; (...)”, Jesus quis dizer que tudo aquilo estava acontecendo pela vontade do Pai e não dos homens, ou seja, Jesus estava se entregando e Pilatos não conseguiria com o seu poder humano impedir que Cristo fosse entregue.



 Não acho culpa alguma neste homem
Todos sabem que o julgamento de Cristo foi totalmente injusto, pois condenaram um homem que não tinha culpa alguma, mas faz-se necessário citar alguns textos para mostrar a inocência de Cristo, para daí então provarmos que Ele se entregou mesmo sendo inocente.




  Como já estudamos em outro sermão Jesus disse por diversas vezes que era necessário que Ele fosse morto (Mt 26:54; 56), outro aspecto interessante é que nem Pilatos muito menos Herodes acharam culpa em Cristo e por três vezes Pilatos repetiu que Jesus era inocente (Lucas 23:4; 14-16; 22), chegando ao ponto de Mateus relatar que Pilatos sabia que eles tentavam matar Jesus por inveja (Mt 27:18), sabendo que isso poderia acontecer os lideres religiosos buscavam achar pessoas com falsos testemunhos para o acusar, mas não acharam apesar de haver vários (Mt 26:59-60), pois os mesmos não eram coerentes (Mc 14:56), por isso Jesus foi levado a casa de Caifás e Anás, os Sumos Sacerdotes, para o interrogarem e então acharem algo para lhe acusar, quanta covardia, fizeram tudo de madrugada, às escondidas (Lc 22:63-65). Além de tudo isso, após trair Jesus Judas se arrependeu e disse que pecou traindo sangue inocente (Mt 27:4). Durante o julgamento de Jesus a mulher de Pilatos disse para seu marido não entrar na questão de Jesus, pois o mesmo era justo (Mt 27:29) e no final do julgamento Pilatos disse que estava inocente do sangue deste justo, já que o mesmo fez de tudo para solta-lo (João 19:12). Diante disso vemos a barbaria dos líderes religiosos em derramar sangue inocente dizendo: “E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue (O de Jesus) caia sobre nós e sobre nossos filhos.” (Mateus 27:25). Acrescento do autor. Desde já vamos analisar o julgamento mais injusto da história, o de Cristo nosso Senhor.



  O Julgamento 
 Jesus passou por seis julgamentos, três deles foi as escondidas para achar culpa nEle e os outros três tiveram o propósito de convencer os líderes políticos a matarem a Cristo, a estratégia era exatamente esta, como eles não tinham acusação nenhuma contra Ele provocaram-no para tirarem alguma confissão que lhe fizesse culpado à vista disso o acusarem perante Pilatos.
  


Anás
Jesus é levado preso enquanto estava orando no getsêmani, isso era de madrugada, antes do galo cantar, o levaram amarrados para a casa de Anás e lá começou o suposto julgamento, João era conhecido do sumo sacerdote por isso ele entrou com Jesus na sala de Anás (Jo 18:15), Pedro acompanhava de longe, porém João tentou leva-lo para dentro da sala, mas Pedro nega a Jesus perante a mulher que guardava a porta (Jo 18:16-17), portanto o discípulo ficou do lado de fora se esquentando com o fogo que os servos e criados fizeram, pois fazia frio (Jo 18:18). O julgamento começa, Jesus passa a ser interrogado a respeito de suas doutrinas com o intuito de achar alguma acusação contra Ele, Jesus responde que ensinou abertamente sem esconder nada, diante disso um dos criados lhe deu uma bofetada dizendo: “Assim responde o sumo sacerdote?” (Jo 18:22-23), quando viu que não achara nenhuma acusação enviou Jesus manietado ao sumo sacerdote Caifás o genro de Anás.



Caifás
 Segundo relatou João, enquanto líderes religiosos levavam Jesus à Caifás encontraram Pedro e este negou a Cristo mais duas vezes e logo o galo cantou (Jo 18:25-27), deixando o discípulo profundamente triste, pois além de lembrar que foi avisado negou olhando no rosto de seu mestre.



  Ao Chegar à casa de Caifás pela manhã (Jo 18:28), os príncipes dos sacerdotes, os anciões e todo o conselho buscavam falso testemunho para condenarem a Jesus, mas não acharam, até que chegaram duas testemunhas que o acusaram de ter falado que derrubaria o templo e o edificaria em três dias, então o sumo sacerdote se irritou e perguntou a Jesus se não tinha nada a dizer contra as acusações, isso tudo para o provocar a dizer algo digno de acusação. “Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.                        
Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.                                                                  
Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia.” (Mateus 26:63-65), diante desta declaração eles tinham duas acusações, uma é que Jesus tinha declarado que era o Messias filho de Deus e outra que Ele era rei, quando Ele declara se assentar à direita do poder,  portanto era uma ameaça contra Cezar, a primeira era religiosa e a segunda política. Depois de tau declaração “vedaram-lhe os seus olhos, e feriram-no no rosto dizendo: profetiza-nos que é que te feriu?” (Lc 22:62); “Então, cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é que te bateu?” (Mt 26:67-68).



 Concílio
 Depois disso Jesus foi conduzido ao Concílio, ou Sinédrio, (Lc 22:66), e lá eles perguntaram abertamente se Ele é Cristo e então “Ele replicou: Se vo-lo disser, não o crereis; e também se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis.” (Lc 22:67-68), Jesus sabia que eles perguntavam para o acusarem e não para se dobrar perante Ele e se arrependerem dos seus pecados. Mesmo assim Jesus lhes dá uma resposta: “Desde agora, o Filho do homem se assentará à direita do poder de Deus.       
E disseram todos: Logo és Filho de Deus? E ele disse: Vós dizeis que sou.” Desde então os Sinédrio tem as acusações necessária, aos próprios olhos, para tentarem matar o Filho de Deus.
  



Pilatos
Amarraram Jesus e o levaram a Pilatos ainda pela manhã (Mc 15:1), chegando diante do governador logo ele pergunta: “que acusações trazem contra este homem?” (Jo 18:29), e então disseram que Jesus era malfeitor, porém Pilatos disse para eles julgarem a Cristo conforme as leis deles, mas replicaram que não podiam matar a ninguém, já que a acusação dEle era digna de morte (Jo 18:30-31), porém Jesus já havia dito que a sentença deveria ser dada pelos romanos, pois sua morte era de cruz (Jo 18:32); (Jo 12:32-33). Como já disse: eles iriam acusar a Jesus de dizer que era rei, sendo então uma ameaça contra Cezar, no texto vemos isso claro, “E começaram a acusá-lo, dizendo: Havemos achado este pervertendo a nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei” (Lucas 23:2-2), por haver uma multidão acusando a Cristo Pilatos queria saber o que Cristo tinha feito de tão grave, então Pilatos entra em audiência com Jesus (Jo 18:33), isso quer dizer que Jesus estava no banco dos réus sendo julgado por pecadores, então Pilatos quer saber se Jesus é realmente este rei dos Judeus e começa o interrogatório, “Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; (...) Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.                                                           
Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum”.(João 18:35-38). Pilatos descobre que Cristo era Galileu, também Herodes estava em Jerusalém então Jesus é enviado a Herodes (Lc 23:6-7).



 Herodes
 Ao chegar até Herodes o rei se alegrou, pois achava que Jesus iria lhe mostrar algum sinal, mas como nada aconteceu e também Jesus não lhe respondeu coisa alguma (Lc 23:7-9), diante disso começou o escárnio e a zombaria, colocaram vestes resplandecentes escarnecendo e o desprezando (Lc 23:11).




 Pilatos
Pilatos convoca o povo, os magistrados e os principais dos sacerdotes dizendo que nem Herodes muito menos ele mesmo tinha achado acusações contra Jesus (Lc 23:13-15) e disse: “Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei.” (Lc 23:16), e havia um homem que era acusado de sedição, homicídio e roubo chamado Barrabás, naquela época havia um costume festivo de soltar um preso em lugar de um acusado, e mesmo assim a multidão escolheu que condenassem a Jesus e soltassem Barrabás, clamando: Crucifica-o! Crucifica-o! E redobravam o grito, Crucifica-o! Crucifica-o! (Lc 23:19-25). “Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso.          
 E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.” (Mateus 27:24,25). Barrabás foi solto e Jesus foi açoitado (João 18:40; 19:1), Segundo Orlando Boyer na lei mosaica  a pena era quarenta açoites feitas por varas (2 Co 11:24), na lei romana as pessoas eram açoitadas com azorragues, bem como feitas de tiras de couro, equipadas com pedaços de ossos ou de chumbos, a vitima era colocada em posição curvada e amarrada recebia os açoites nas costas, e o número de chibatadas eram sem limites, e em alguns casos levavam as vítimas a morte, logo depois de o açoitar “tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça e lhe vestiram uma veste de púrpura” (Jo 19:2), diante de toda a coorte o despiram-no para então colocar esta capa, e em sua mão direita colocaram uma cana e ajoelhando-se diante dEle começaram a escarnecer: Salve o Rei dos Judeus! E cuspindo nele tomaram a cana e batiam-lhe na cabeça. (Mt 27:30). Pilatos leva Jesus ao povo e diz que não achou culpa alguma nEle, e Jesus estava vestido de veste de púrpura e com uma coroa de espinhos na cabeça, os principais dos sacerdotes começaram a gritar: Crucifica-o! Crucifica-o! (Jo 19:5-6), vendo os Judeus que Pilatos não queria crucifica-lo apelou dizendo que pela lei dos judeus, Jesus deveria morrer por se fazer Filho de Deus, Pilatos ficou atemorizado, depois de interrogar a Cristo o povo clamou que se o soltasse Pilatos era inimigo de Cezar, era a hora sexta quando Pilatos perguntou: Hei de crucificar o vosso rei? E responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, Senão Cézar.  (Jo 19:7-15).
 “Então, entregou-lho, para que fosse crucificado. E tomaram a Jesus e o levaram” (Jo 19:15)



 Conclusão

Nunca se viu na história um julgamento tão injusto quanto este que acabamos de estudar, Jesus Santíssimo sendo julgado por pecadores, e tudo isso foi para lidar com o pecado da humanidade a fim de extirpa-lo trazendo perdão e novo nascimento, que possamos resistir o pecado até o sangue, já que sabemos que o preço foi alto, que nossas vidas sejam transformadas por tão grande salvação.