sábado, 2 de janeiro de 2016

O Cálice da Ira 2, Rasgando o Véu

O Cálice da Ira
Segunda Parte 

Rasgando o Véu





Texto Base
Hebreus 10:19-22

“Temos plena confiança, meus irmãos, para entrar no Santo dos 
Santos mediante o sangue de Jesus, por um novo e vivo Caminho que Ele nos descortinou pelo véu, isto é, pelo seu próprio corpo; e tendo um magnífico sacerdote sobre a Casa de Deus. Podemos nos achegar a Deus com um coração sincero e com absoluta certeza de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e os nossos corpos lavados com água pura.”

  Introdução:
O homem foi criado para adorar, amar e servir a Deus através de um relacionamento mútuo que foi quebrado pelo pecado, a humanidade traiu e rejeitou a Deus. Ao invés de adorar a Deus e viver o amor do Senhor, o homem passou a adorar seu próprio ego, a servir ao mundo, tornando-se escravo do Diabo e do pecado, fazendo o cálice da ira de Deus transbordar e causando uma terrível separação que resultou na morte e alienação do homem em relação a Deus, havia sempre um véu encobrindo o caminho de volta a presença de Deus. Mas incrivelmente a parte que fora traída criou uma forma de reconciliação através de Cristo, a pergunta é, como um Deus Santo e Justo poderia se aproximar e se relacionar novamente com o homem pecador e injusto? Eis que surge uma boa notícia para o homem: “as boas novas” do Evangelho.

  Separação
  O pecado nos separou de Deus (Is 59:2), a face do Senhor se escondeu a partir do momento em que Adão pecou e intentou usurpar a posição divina, ao contrário do próprio Jesus que “mesmo sendo Deus não teve por usurpação ser igual a Deus” (Fp 2:6) antes tomou a forma plena de homem se submetendo a vontade do Pai. Como sinal dessa separação Deus expulsou Adão e colocou querubins com espadas flamejantes para bloquear o acesso a árvore da vida (Gn 3:23-24), separado de Deus o homem morreu físico e espiritualmente como “salário do pecado” (Rm 6:23), a justiça de Deus foi implacável, mas seu amor furioso se mostrou incondicional ao sacrificar um animal e preparar vestes para Adão e Eva (Gn 3:21) mostrando que jamais abandonaria o homem.

 Alienação
O pecado alienou o homem de Deus e o próprio Senhor em certo sentido se alienou da humanidade permitindo sua total depravação e queda moral (Rm 1:20-32), a iniquidade tomou tamanha proporção que a ira de Deus se acumulou (Gn 6:11-12) a tal ponto de o Criador enviar um dilúvio global para eliminar a humanidade da face da terra, e mais uma vez o amor furioso de Deus decide poupar a família de Noé para dar continuidade ao processo de reconciliação.

Aproximação
Mesmo havendo a imensurável diferença entre a Santidade de Deus e o pecado no homem, sempre houve uma busca por parte de Deus de se reaproximar do homem através de encontros e chamados particulares, Adão passeava com Deus no jardim todos os dias e foi expulso, mas seu conterrâneo Enoque “andava com Deus e foi arrebatado” (Gn 5:24), sinalizando o que Deus fará com a sua Igreja. Pessoas como Noé, Abraão, Isaque e Jacó foram chamados para andar com Deus, e a palavra mostra muitos encontros dramáticos mostrando o choque entre o perfeito e o imperfeito, tais como, o profeta Isaías sentiu que iria morrer ao ver o trono de Deus, Ezequiel não suportou a visão da glória de Deus, Jó ficou sem palavras, o apóstolo João caiu ao chão, o grande Moisés pediu para ver a face de Deus e o seu pedido foi negado, do contrário ele seria fulminado pela glória de Dele, tendo o privilégio de ver as costas do Senhor (Ex 33:20-23), até as pessoas consideradas mais santas não suportaram se aproximar de um Deus tão Santo.

Reconciliação
Deus foi abrangendo esse relacionamento mais coletivo com o homem ao formar a nação de Israel, a reconciliação se apresentou na forma dos sacrifícios, após resgatar o povo do Egito o Senhor manda Moisés construir o Tabernáculo no deserto e dividi-lo em três partes, o Átrio, Lugar Santo e Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos, os gentios não entravam no templo, os judeus comuns sacrificavam no Altar do Átrio pedindo perdão através da morte e sangue de animais o qual Deus aceitou provisoriamente até um sacrifício superior e satisfatório ser consumado, no Lugar Santo entravam apenas os sacerdotes para interceder pelo povo queimando incenso e mantendo os castiçais acesos e no Santo dos Santos havia um véu de linho retorcido, uma cortina grossa e muito pesada onde apenas o sumo sacerdote entrava uma vez por ano para fazer sacrifício por toda a nação de Israel (Ex 30:10) esse sumo sacerdote era a figura do mediador e intercessor entre Deus e os homens no Tabernáculo e posteriormente no templo de Jerusalém onde o véu continuava simbolizando a separação da presença de Deus, representada dentro do Lugar Santíssimo pela Arca da Aliança.

Aceitação
Era necessário um sacrifício perfeito e definitivo feito por um sumo sacerdote igualmente perfeito e sem pecados, ao contrário dos sacerdotes que eram pecadores e necessitavam fazer sacrifícios como todo o povo para alcançar o perdão e a reconciliação do homem com Deus, mas somente o próprio Deus estava apto para realizar isso e pessoalmente. O extraordinário acontece, o Filho único de Deus se fez carne, e Jesus anuncia ao mundo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14:6) a única solução e o único meio são apresentados por Deus, à porta da salvação é aberta onde não havia porta alguma. Ao assumir a natureza humana, Jesus tomou nossos pecados e foi esmagado ao tomar cada gota do cálice da ira de Deus na cruz, se fazendo maldito e provando da terrível separação que o pecado causou naquela cruz, fazendo com que a face do Pai se escondesse durante três horas, e trevas sobrenaturais cobrem toda a terra como um gigante véu escuro, todas as portas e janelas do céu se fecham e quando Cristo tomou a última gota do terrível cálice e bradou “consumado está” (Jo 19:30) a terra se abalou e o véu do templo se rasgou de alto abaixo  e ao meio (Mt 27:51) indicando, finalmente, que o acesso a presença de Deus estava aberto e o caminho estava livre.
  A carta aos Hebreus nos revela que Jesus adentrou em um Tabernáculo celestial não feito por homens, e como nosso Sumo Sacerdote Ele ofereceu seu próprio sangue, que sem pecado e perfeito foi suficiente e aceito para pagar o preço do pecado de uma vez por todas, e pelo seu sangue pecadores alienados podem se aproximar e se reconciliar com Deus tendo o coração e a consciência purificados para entrar no Santo dos Santos “por um novo e vivo caminho” (Hb 10:20).

  Há outro véu a ser rasgado
Deus nos ama tanto que sacrificou o seu Filho Amado para nos resgatar e nos salvar da separação eterna do inferno e ao rasgar aquele véu através de sua morte “fomos reconciliados com Deus” (Rm 5:10), Porém, ainda existe um véu a ser rasgado, no tabernáculo havia dois véus (Hb 9:3) Deus rasgou o véu que dava acesso ao Lugar Santíssimo, mas havia o véu que dava acesso ao Lugar Santo e o apóstolo Paulo diz: “reconciliem-se com Deus” (2 Co 5:17-21) indicando que existe um véu cobrindo o coração do homem: o véu do ego, que nos impede de confiar plenamente no amor de Deus, lembrando que aquele véu tinha várias camadas de tecido sendo difícil de rasgar.
  Quais os véus que precisam ser rasgados no seu coração? Quais os impedimentos e pedras que necessitam ser removidas? O véu do templo se rasgou somente após a morte de Jesus e é isso que fará o seu véu rasgar-se, morra para si mesmo e receba um novo coração (Ez 36:26).

 Conclusão 
Conta-se que uma menina necessitava urgentemente de um transplante de coração e outra menina teria que morrer para que aquilo fosse possível e aconteceu, uma menina com as mesmas características da outra adoecida morreu e os pais doaram o coração para a criança doente, o transplante foi feito com sucesso e a menina passou a ter um novo coração, meses depois à mãe que estava de luto resolveu visitá-la ao que pôde ouvir as batidas do coração de sua filha no peito de outra menina; essa história nos ensina que quando Deus ouve as batidas nos corações dos seus filhos Ele, na verdade, escuta batendo o coração do seu Filho Amado Jesus Cristo que morreu para nos salvar. Esse transplante é uma cirurgia demorada e dolorosa, mas somos templos do Espírito Santo (Ef 2:20-22) e Deus deseja nos encher da sua doce e real presença hoje e eternamente. 

Por Leandro Boer






2 comentários:

  1. Como perscrutar um tão grande, o infinito AMOR DE DEUS !!!! já que É impossível por causa da nossa mente ser tão limitada,então eu tomo posse pela fé de todas as bênçãos advindas desse incomensurável sacrifício: o sacrifício de CRISTO .

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    1. Amém, dou graças a Deus pelo sacrifício de Cristo.

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